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sexta-feira, 3 de junho de 2011

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QUARTA PARTE

Cena 19

Imagem: Mimosa levanta-se do sofá. Renata volta a ficar na porta de saída. Tânia passa a andar como se preparando para uma luta. Arnaldo com a garrafa na mão, sem saber o que fazer, dá uma talagada no vinho.

Som: ruídos e som direto.

Diálogo:
Mimosa: - Cadeia mesmo. Isso não se faz. Tá achando que a gente é sexo frágil?
Tânia: - Sou não, meu amor. Não sou judoca à toa. Tenta me dar um murro pra você ver o que eu faço!!!
Arnaldo: - Pois agora eu tô afim é de partir pra cima que eu não sou de ferro, não.
Renata: - Ele vai pegar a faca!
Arnaldo: - Não tem faca nenhuma, vocês estão me deixando maluco. Eu só queria conhecer vocês melhor. A gente se entendia tão bem no chat, por que isso agora? (larga a garrafa na mesa ao lado do sofá)
Mimosa:- Mas que rapaz frágil. Eu tô surpresa. Achei que você tinha uma personalidade forte.
Renata (sentando-se): - Tá tudo errado meu amigo. (pega a garrafa de vinho e uma grande talagada) - Você nunca vai ser um assassino legal... tá muito banana!
Tânia: - Eu posso te ensinar uns golpes...
Arnaldo: - Mas eu sou do bem!
Mimosa: - Acho que ele tem algum distúrbio de personalidade. Precisamos ir com mais calma. Quem é você no momento?
Arnaldo: - Eu sou Arnaldo.
Renata: - O arnaldo@ ou Arnaldo por Arnaldo?
Arnaldo: - Sou o arnaldo@ que também é o Arnaldo Arnaldo.
Mimosa: - Então existe uma dupla personalidade?
Arnaldo: - Vocês estão malucas?
Mimosa: - Não nos questione. Aceite as coisas como elas são. É o princípio de tudo. Estamos aqui para te ajudar.
Tânia: - Existe algum trauma de infância que você queira superar? Aproveite o momento...
Renata: - Mas esqueça da faca, ou melhor, por que a faca?
Arnaldo: - Que faca ?
Renata: - Você nega tudo. É esse o seu problema... Não quer conversar sobre está sua mania de esfaquear?
Arnaldo: - Isso não acontece e me escutem, por favor: eu não sou o que vocês pensam que eu sou...
Tânia: - Então você mentiu esse tempo todo ?
Arnaldo: - Deixa eu continuar... eu não sou esse de agora que é um assassino e que carrega uma possível faca no bolso.
Renata: - Então você admite que carrega ?
Arnaldo: - Não!! Tudo começou de uma suposição de vivarenata.com.br que de uma hora pra outra achou que eu era um assassino e não interrompeu a história, aliás, não me deu tempo de explicar.
Mimosa: - E você precisa se explicar? Por que se não fez nada? Tem areia nesse maiô.
Tânia: - Que maiô?
Mimosa: - É só uma expressão. Gosto de florear as frases.
Arnaldo: - Não estou me sentindo bem... Tá me dando umas palpitações... cadê minha bombinha?
Renata (saltando do sofá): - Isso é desculpa para colocar a mão no bolso e sacar o punhal.
Mimosa: - Agora virou punhal?
Tânia: - Nunca pensei que fosse tão desagradável assim conhecer as pessoas face to face. No computador é tudo mais fácil. (pega na garrafa de vinho deixada por Renata e toma uma talagada).
Renata: - Tenho uma idéia: por que não ignoramos esse pateta e a sua peixeira...
Mimosa: - E agora virou peixeira? Quando chegar na serra elétrica me avisa.
Renata ( tomando o vinho da mão de Tânia): - Deixa eu continuar? Poderíamos ignorar o Ginsu aí, e sairmos para trocar nossas experiências em outro lugar.
Tânia: - Não!! Quero ser justa, ele nos chamou aqui por ter problemas... Não seria honesto de nossa parte deixar o tramotina na mão...
Arnaldo: - Eu não tenho problema nenhum, quer dizer, não tinha, porque agora vocês me deixaram grilado. Eu tenho cara de assassino ? (Para de frente para o grande espelho que fica na sala).

Cena 20

Imagem: Arnaldo está em pé de frente ao espelho. As 3 estão sentadas no sofá. O ambiente está calmo. Arnaldo sai de frente do espelho e vai colocar uma música no aparelho de som. Já sorridente aproxima-se do sofá.

Som: ruídos - música e som direto.

Diálogos:
Tânia (para Mimosa ao sentar-se no sofá) : - Taí uma coisa que eu nunca te perguntei. Por que Mimosa?
Mimosa: - Inexperiência com as teclas, meu bem... Queria dizer que ele era um mimo só e na hora, teclei errado e coloquei o a no fim e enviei... Por causa disso já me perguntaram se eu era malhada, quantas vezes ao dia eu dava leite e se meu muuu era intenso. Só vocês me respeitaram até hoje.
Renata: - Fica tranqüila, minha filha, porque eu já passei por cada coisa também...
Arnaldo: - E pelo que me lembro, quem te ensinou tudo, foi o matador aqui.
Renata: - O que é ? Vai jogar as coisas na minha cara? Eu te agradeci via email. Não confunda as coisas. O que você tentou fazer não tem explicação.
Tânia: - Quando foi que você descobriu essa tua veia assassina?
Arnaldo: - Mas eu nunca matei ninguém!!!
Renata: - Então eu ia ser a primeira?
Arnaldo: - Eu nunca pensei em te matar!
Renata: - É mesmo, me esqueci quando você disse que nem pra isso eu sirvo...
Tânia: - Que horror, coitada!!! Nós mulheres nos sentimos sempre rejeitadas...Agora você vai matar ela sim.
Renata: - Mais eu não quero morrer.
Tânia: - É preciso, querida. Não podemos deixar que ele fique impune.
Mimosa: - Vai pensando na roupa do seu enterro. ( para Arnaldo) - Corta logo a jugular, vai...dá o golpe de uma vez só que é pra evitar sofrimento. Não espalha muito sangue também, não, porque eu costumo desmaiar nessas situações.
Arnaldo (excitado) : - Mas eu já disse que não sou assassino e que não tenho faca nenhuma. O que carrego no bolso, são apenas as minhas chaves.( mostra as chaves)
Renata (levantando-se) : - Como você vai me matar com isso? Tá vendo alguma fechadura aqui?

Cena 21

Imagem: As 3 meninas levantam-se do sofá e passam a caminhar pela casa. Os olhares voltam-se para Renata. A situação é de calma.

Som: música e som direto

Diálogos:
Mimosa: - Assim não dá. Eu tô cansada de ser enganada.
Tânia: - Você é patético arnaldo@hotmail.com
Arnaldo: - Me facilita a vida, vai, taniatatami@itinisanhi !
Renata: - Você está percebendo o que vem pela frente mimosa@earromba?
Mimosa: - Percebo, sim, vivarenata.com.br. Aliás, por que você não tem arroba?
Arnaldo: - É mesmo...você não tem arroba!!
Tânia: - Ela não tem arroba!!!
Renata: - E qual é o problema ?
Arnaldo: - É muito maior do que você pensa. Sem arroba, não dá.
Renata: - É porque... Eu já vim com home page...
Tânia: - Não confio em ninguém sem arroba...
Mimosa: - Você já veio desfalcada querida ... arroba é o principio de tudo.
Arnaldo: - Você merece ser deletada!!!
Renata: - Isso não, por favor. Me dêem direito a um back-up antes de me deletar ...
Mimosa: Eu te devo desculpas, Arnaldo. Eu nunca prestei atenção a falta que faz um arroba.
Arnaldo: - Me julgaram muito rápido!
Tânia: - É da natureza humana. Primeiro a gente julga e depois, depois já julgou mesmo, vai fazer o quê ?
Renata: - Depois a gente perdoa. Me perdoa, gente!!!
Mimosa: - Sugiro que voltemos para o mundo virtual. Esse aqui, o real, tá muito sujo, cheio de lixo, arquivo temporário, vamos deletar...
Renata: - Vocês não podem fazer isso comigo. ( sente um cheiro no ar) - E o que faço com o meu enter ?....
Arnaldo: Sinto um cheiro de queimado... é o peixe!!! O peixe!!! O peixe!!!

Arnaldo sai correndo para cozinha - As meninas ficam assustadas com a reação de Arnaldo que na cozinha pega uma faca e retira do forno a bandeja com o peixe pegando fogo - Quando ele abaixa a mão, mostra a faca brilhante...

Renata: - Olha , ele pegou a faca!!!

As três gritam e saem correndo pela porta aberta deixando Arnaldo com a faca e a bandeja com o peixe queimado.


Cena 22 - Epílogo - Interior do consultório do Dr. Fred - Dia

Imagem: Arnaldo está de olhos fechados deitado no divã. O Dr. está também de olhos fechados dando um cochilo. Renato abre os olhos e continua a falar.

Som: música e som direto.

Diálogo:
Arnaldo: - Tudo dá errado comigo Dr.Cegamundo. Olha! Quando eu ia me casar resolvemos que casaríamos, em uma mesma cerimônia, os três amigos com as três amigas, mas aí surgiu a dúvida...
Dr.Fred: - Sigismundo! Arnaldo. Vamos deixar essa história para a próxima consulta, porque o seu horário já terminou... Até a próxima semana.

Titulagem final

FIM

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