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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cinema Brasileiro

O BRAVO GUERREIRO
Geraldo Veloso (27/6/2011)

O sentimento de tempo passando e o sentimento de perda são aqueles sinais que nos trazem a sensação de envelhecimento. Ou amadurecimento para amenizar um pouco o termo. A pontuação, pelas perdas, vai nos dando uma sensação progressiva de solidão, de vazio de referências e, ao mesmo tempo, uma carga de responsabilidade que aponta o fato de que de agora em diante, não temos mais referências ou “endereços” para o nosso trabalho, nossas opiniões e demarcações de território.
Como todos nós, estou perdendo muitos desses pontos de referências. Pessoas, opiniões, idéias, fatos, cenários, hábitos, valores vão se esfumando de forma progressiva e interminável. Agora Gustavo Dahl partiu. Já comecei a me habituar com a administração dos vazios que estas perdas nos provocam. Mas ainda é muito difícil.
A primeira grande transformação em minha vida deu-se há cerca de quase cinqüenta anos. Quando saí de casa para assumir uma trajetória no metiê de cinema meu pai chamou Joaquim Pedro de Andrade em seu escritório (autor do convite para a extensão do trabalho no filme “O Padre e a Moça”, no Rio de Janeiro) e conversou, como pai, com ele sobre o que significava a minha partida para longe do “berço”. Joaquim foi e ficaram amigos. E me recebeu muito bem em minha nova geografia de vida. Naquele momento, a pedido de Joaquim, Eduardo Escorel me acolheu em sua casa, em Botafogo, ocupada por Eduardo e seu irmão Lauro, ainda um garoto de seus quinze anos (seus pais encontravam-se em missão profissional de diplomacia, em Lima, no Peru e com eles estava a filha, Silvia). Morei com Eduardo por uns dois meses. Ali começava uma nova fase de vida que teve alguns personagens fundamentais na minha formação e trajetória: além de Joaquim e Eduardo, conheci, imediatamente, Paulo Cezar Saraceni, Júlio Bressane (que tinha acabado de colaborar em seu primeiro trabalho com Waltinho Lima Jr. “Menino de Engenho”) e Davi Neves. Durante as filmagens de “O Padre e a Moça”, em São Gonçalo do Rio das Pedras, distante trinta quilômetros de Diamantina, uma “delegação” foi visitar as filmagens: Luiz Carlos Barreto com Lucy e seus dois filhos Bruno e Fábio (ambos com menos de dez anos de idade – Paula era muito pequena e não foi), Davi Neves, Marília Carneiro, mulher de Mário Carneiro (o diretor de fotografia do filme e meu querido amigo), Clara (irmã de Joaquim) e seu marido, o poeta/diplomata, Chico Alvim e um casal exuberante (belo, inteligente, brilhante, carismático): Gustavo Dahl e sua mulher, Maria Lúcia (irmã de Marilia Carneiro). Todos ciceroneados por D. Gracyema, mãe de Joaquim e Clara e Sarah, mulher de Joaquim.
Além do impacto provocado pelo deslumbramento de estar conhecendo e convivendo com pessoas tão especiais havia um sentimento de que aquele era um momento especial para o cinema brasileiro e no qual, eu começava a me sentir incluído.
Gustavo Dahl já era conhecido, pois lia o Suplemento Literário do Estado de São Paulo, todos os sábados, quando alternava textos com Paulo Emílio Salles Gomes, Jean-Claude Bernardet, Maurice Capovilla, neste espaço jornalístico.
Logo que cheguei ao Rio, conheci a sua casa na rua São João Batista, dentro de uma vila modesta que, recuperada pela habilidade de seu cunhado, Mário Carneiro (arquiteto e artista plástico, entre outras coisas), tornara-se num cantinho extremamente acolhedor e requintado em pleno bairro de Botafogo, no Rio.
Logo Escorel e Daví Neves “conspiraram” e me colocaram na equipe do filme que Gustavo iria realizar, em seguida. O Dr. Rodrigo Mello Franco de Andrade havia, algum tempo antes, encomendado um roteiro sobre Aleijadinho a seu grande amigo e conhecedor da arte barroca colonial mineira e seus personagens, Lúcio Costa.
A crônica deste projeto é complicada: Davi havia sido chamado por Dr. Rodrigo para produzir o filme que teria apoios diversos (UNESCO, Itamaraty, SPHAN, etc.). No processo de produção seria utilizado o equipamento que o “Patrimônio” (o SPHAN) havia “herdado” das funções da oficina que Arne Sucksdorf aplicou no Rio, alguns anos antes. Sucksdorf trouxe para o Rio o top tecnológico em termos de equipamento cinematográfico (uma câmera Arriflex II-B, um Nagra III, um jogo de lentes com uma 18,5 mm e uma teleobjetiva poderosa, de 400 mm, entre outras, uma moviola “flat bed”, Steenbeck, um fotômetro Spectra Combi, um kit de iluminação Colortran e outros “luxos”). Este equipamento foi levado por Joaquim para Diamantina para ser utilizado nas filmagens de “O Padre e a Moça”. Mas havia sido descoberta, antes das filmagens, nos porões do Palácio da Liberdade, de Belo Horizonte, uma unidade de filmagem igualmente sofisticada, importada pelos auxiliares de JK (José Silva?) e nunca utilizada: uma Cameflex (uma câmera desenhada pelo M. Coutant, para a Éclair, francesa) que foi devidamente restaurada para a utilização no filme de Joaquim. Gustavo estava em São Gonçalo, durante a excursão do grupo às filmagens, para levar o equipamento que seria utilizado nas filmagens do “Aleijadinho”, em Ouro Preto.
Por razões que só Davi e Gustavo poderiam esclarecer, foi realizado um filme de curta metragem (uma pequena obra prima), com um tom poético e elegante e que acabou por ser o primeiro filme de Gustavo, no Brasil (tinha já um trabalho de formação, realizado em Roma, para o Centro Sperimentali de Cinematografia), “Em Busca do Ouro”, com fotografia de Pedrinho Moraes. Dr. Rodrigo não ficou satisfeito e cobrou de Davi o filme sobre o Aleijadinho. Davi teve de mobilizar outros recursos e mandou Gustavo para Minas para realizar o projeto comprometido. E neste momento, Davi me chamou para ser o diretor de produção do filme. Fomos para Ouro Preto (primeira e mais longa escala da produção) acompanhados por João Carlos Horta (posteriormente o fotógrafo de meu filme, “Perdidos e Malditos”), Dib Lutfi e dois auxiliares (Lídio, eletricista e o maquinista, “Pé de Chumbo”). Ali ficamos por quase um mês numa vivência que nos aproximou para sempre. Ouro Preto era uma cidade ainda calma e com menos assédio turístico. Ficamos hospedados na casa na estrada das Lajes, de Lili Corrêa de Araújo. Eram os tempos do Calabouço, um bar instalado num porão da rua Direita, de uma canadense (a Jerry) e sua sócia, Ninita.
Ali nos tornamos muito próximos e amigos. Nossa comunicação cinematográfica foi se descortinando em direção a muitas afinidades. Inclusive com um grande aprendizado de minha parte. O filme se frustrou: filmamos muito, mas num determinado momento, um impasse técnico impediu que Gustavo continuasse o filme, decidindo interromper o trabalho para retomá-lo, adiante. Isso nunca aconteceu. Joaquim Pedro, anos depois, realizou o filme sobre o roteiro de Lúcio Costa, com dinheiro do Departamento do Filme Cultural, da Embrafilme. Um belíssimo trabalho, igualmente com Pedrinho Moraes como fotógrafo.
Desse momento em diante, Gustavo me “adotou”. Começou a preparação para as filmagens de “O Bravo Guerreiro” e me convidou para ser seu assistente. Naquele mesmo tempo, Paulo Cezar Saraceni já contava comigo como seu assistente em “Capitu” (na preparação). Começava, igualmente, a ação da Tekla Filmes Ltda. (minha produtora com Maurício Gomes Leite) na produção de alguns projetos nossos. Não dei conta de continuar como assistente de Gustavo e Paulo Cezar.
No ano passado o CTAv me convocou para dar um depoimento sobre Alberto Cavalcanti e a produção de seu último filme, “Um Homem e o Cinema” (duas partes), que está sendo preparado para lançamento em DVD. Passei uma tarde inesquecível com Gustavo e Joãozinho (João Carlos Rodrigues), entre as gravações. Uma atualização das nossas existências parecia antecipar uma despedida. João me encomendou, por sugestão de Gustavo, um artigo sobre a “minha” cinefilia. Tive o prazer de colaborar na Filme Cultura falando sobre a trajetória da minha matriz de formação cinematográfica: o CEC (Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais).
Na mesma publicação, um primoroso artigo de Gustavo (uma primeira parte, que foi completada, no número de Filme Cultura, subseqüente), sobre Gervásio Rubem Biáfora, me fez rever uma histórica antipatia pelo Biáfora e sua “turma”. Como estamos falando do efeito dos anos sobre as nossas cabeças, nada mais próprio que reexaminarmos as causas de idiossincrasias que foram tão intensamente vividas. E o artigo de Gustavo, brilhante como sempre, me apresentou, sem nenhuma complacência, o perfil desconhecido (embora suspeitado) de um homem que havia vivido o cinema intensamente. Desde cedo tinha uma resistência forte às preferências cinematográficas de Biáfora (mas não eram tantas, pois várias de suas paixões cinematográficas eram admiradas por mim, na matiz de uma formação clássica do cinema) sobretudo naquilo que se referia ao cinema brasileiro (o cinema de Walter Hugo Khoury, o dele próprio e de seus discípulos). Ao nos apresentar Biáfora, Gustavo revela a sua trajetória formacional no cinema que perpassa grandes tendências críticas e estéticas que formaram o cinema contemporâneo (sobretudo o brasileiro, do qual, Gustavo foi protagonista naquilo que veio a se denominar “Cinema Novo”). Suas afinidades com Paulo Cezar Saraceni, de quem foi “irmão” e companheiro na “aventura” romana, do Centro Sperimentali, vão além de uma leitura metodológica da obra de cada um. Como Paulo Cezar, Gustavo vem de uma cinefilia “visceral” (mas não menos consciente e intelectual) moldada por Biáfora (e depois aproximada a Paulo Emílio Salles Gomes, Francisco Luiz de Almeida Salles, o “Presidente”, entre outros). Paulo Cezar é a ligação entre o grupo do Cine Clube Chaplin (Octávio de Faria, Plínio Sussekind da Rocha, Vinícius de Moraes, Saulo Pereira de Melo e seu grane colaborador e amigo, Lúcio Cardoso) e o neo realismo rosselliniano (onde os dois, Paulo e Gustavo) foram buscar a influência que os tornou realizadores com uma personalidade definida. Companheiros de uma geração que detonou o Cinema Novo (sob a influência das propostas neo realistas de Nelson Pereira dos Santos ou da irmandade de Glauber Rocha) estavam nos lugares estratégicos onde o fenômeno começou a se estruturar: Roma, início dos anos sessenta do século passado, com Arnaldo Carrilho trabalhando na embaixada brasileira, na Piazza Navona e dando cobertura aos sonhos de um novo projeto para o cinema brasileiro. O grupo, do qual Gustavo era um “delfim”, era formado por Paulo Cezar, Geraldo Magalhães, Gianni Amico, Marco Bellochio e um menino, protegido por Gianni Amico, que começava a despontar, Bernardo Bertolucci. Gianni e suas relações com o Padre Arpa (o “guru” do Fellini, cujas relações com a Santa Madre Igreja eram complexas) levaram à Europa,, pela primeira vez, a primeira fornada do Cinema Novo, em Gênova. Daí surge o famoso manifesto da “Estética da Fome”, de Glauber. Joaquim andava por perto (no IDHEC ou no Museu do Homem, com Rouch, em Paris). Aí surge o “pacto fatal” que cria o Cinema Novo. A cabeça analítica, sofisticada e brilhante de Gustavo é o ponto de inserção teórica da nova proposta para o cinema. A Nouvelle Vague também estava explodindo em sua busca de caminhos (Chabrol, Truffaut, Godard, Rivette, Rohmer, Rozier, Brocca, Molinaro, erc.) em paralelo com a “Rive Gauche” (Resnais, Marker, Démy, Varda, etc.), antecedidos por Becker, Melville, Vadim e Malle (para não dizer Clément, em seu “Sol Por Testemunha”,, onde tenta exorcizar os ataques dos “jovens turcos” dos Cahiers du Cinema, ao seu cinema). Lá estava Gustavo Dahl, no “olho do furacão”.
Mas o que mais impressiona em Gustavo foi o seu desprendimento em deixar para o segundo plano sua trajetória de realizador, a meu ver extremamente competente (“O Bravo Guerreiro” é uma obra prima, seguida por “Uirá”, “Tensão no Rio” e muitos curtos rigorosos, talentosos e, sobretudo, inteligentes). Gustavo virou um quadro executivo do cinema brasileiro: assumiu a Superintendência de Comercialização da Embrafilme e liderou, com Roberto Farias, a grande revolução de mercado do Cinema Novo. Provou o óbvio: o cinema brasileiro precisava de investimento e um tratamento diferenciado para chegar ao seu público. Sua equipe se desdobrou em figuras que passaram a conhecedores profundos do mercado brasileiro e dos segredos do cinema (Marco Aurélio Marcondes, Aurelino Machado, Jorge Pellegrino, entre outros). E Gustavo não voltou àquilo que, a meu ver estava mais preparado: o processo criativo.
Mas o cinema brasileiro agradece. Gustavo sempre esteve no protagonismo das ações políticas do nosso cinema (CONCINE, CNDA, etc.). Mas Gustavo fez um “projeto de cinema”. Contribuiu para a sua construção, decisivamente.
Em 1999, tentávamos discutir novas estratégias para o cinema e criamos, em Belo Horizonte, durante o Panorama Mundial do Cinema Independente (sugestão do grande amigo José Carlos Avellar, então na Riofilme), um foro de debates sobre a situação da produção no país, recém saído do vácuo da extinção da Embrafilme/CONCINE. Gustavo estava ausente do grande debate do cinema brasileiro daquele momento. Tive então uma idéia: vamos buscar Gustavo e chamá-lo para capitanear um novo processo reflexivo para os novos tempos. Fui descobri-lo (o Diogo, seu filho adotivo, me deu o seu telefone) em Trancoso, na Bahia, retirado em um “exílio” prazeroso (quem diria que ele iria morrer justo lá). Gustavo topou na hora e, convidado para ficar por dois dias, acabou por ficar a semana inteira, numa convivência prazerosa e rica de trocas de informações.
Pouco depois o pessoal do Rio Grande do Sul, tomou a iniciativa de realização do III Congresso Brasileiro de Cinema, de onde Gustavo ressurgiu como a liderança que criou a ANCINE, dirigida e implantada sob a sua liderança.
Os pais vão indo, as afinidades próximas vão partindo (Joaquim, Davi, Leon, Glauber, Rogério, Jacques do Prado Brandão, Maurício e Ricardo Gomes Leite, Guará, Schubert Magalhães, Geraldo Magalhães e muitos outros) e vamos ficando sem referências. Os tempos mudam e as missões se cumprem. Há outros personagens na cena. Que venham. Os tempos passam. Mas não percamos de vista exemplos e modelos que deram as deixas para o que está acontecendo por aí. Gustavo Dahl vai e deixa um exemplo de ação e militância generosa, potente e inteligente, no cinema brasileiro. Mas a lacuna pessoal da impossibilidade de não mais conviver com a sua inteligência e seu brilho, seu humor, seu charme, é muito grande. Que assim seja. Vamos ter de viver com isso. Até quando? Meu micro chip já está programado. Só não sei decodificá-lo. É melhor assim.

segunda-feira, 27 de junho de 2011




TRISTE NOTÍCIA

Cineasta e crítico Gustavo Dahl morre aos 72 anos.

Morreu domingo o cineasta, Gustavo Dahl, aos 72 anos, vítima de um infarto em Trancoso, na Bahia.
Argentino naturalizado brasileiro, Dahl esteve a frente dos principais órgãos públicos ligados à atividade audiovisual.Ele começou a trabalhar na Cinemateca Brasileira em 1958, antes de partir para a Itália, onde estudaria no Centro Experimental de Cinematografia de Roma. Nos anos 70 foi superintendente de comercialização da Embrafilme, período em que reformulou a área de distribuição da empresa. Posteriormente, foi presidente da AssociaçãoBrasileira de Cineastas e, em 1985, tornou-se presidente do Concine.No fim dos anos 90, propôs a criação de uma Secretaria Nacional de Política Audiovisual, que fosse ligada à Presidência da República. Em 2002, com a criação da Ancine, foi nomeado seu primeiro diretor-presidente, dedicando-se à sua implantação até o final do mandato, em dezembro de 2006. Atualmente, era gerente do CTAV (Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura).Como cineasta, vinculou-se ao movimento Cinema Novo e dirigiu filmes como"Em Busca do Ouro" (1965), "O Bravo Guerreiro" (1968) e Uirá, tornando-se um dos teóricos do movimento cinematográfico brasileiro.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Loucura Pouco é Bobagem

Isto é que é ser um inventor de coisas inúteis mas belas...
http://www.youtube.com/watch?v=HSKyHmjyrkA&feature=email

NOTÍCIAS DA BAHIA

CINEFUTURO- VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CINEMA E AUDIOVISUAL TRARÁ AO BRASIL O CRIADOR DO MOVIMENTO ZEITGEIST

Para quem ainda não viu...
http://www.zeitgeistmovie.com/add_portug_brazil.htm

Uma das atrações será a exibição do polêmico "Zeitgeist: Moving Forward – o Futuro é Agora", do diretor Peter Joseph Lançado simultaneamente em janeiro deste ano em mais de 60 países e em cerca de 20 idiomas, o polêmico documentário "Zeitgeist: Moving Forward – o Futuro é Agora" será uma das atrações do VII Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual – CineFuturo - de 25 a 30 de julho, em Salvador. Aexibição contará com a presença do próprio diretor do filme, o norte-americano Peter Joseph. Este longa-metragem é o terceiro investimentonaquilo que se tornou um projeto cultural de filmes em série que propõe umcaminho para a transição do atual paradigma socioeconômico monetário querege a sociedade no mundo inteiro. A partir de três temas centrais -comportamento humano, economia monetária e ciências aplicadas – "Zeitgeist"propõe o redesenho de uma empírica vida na Terra em nome da sobrevivênciahumana e social. O diretor estabelece uma abordagem social nova e radical,porém prática, baseada em conhecimentos avançados que poderiam resolver osatuais problemas sociais enfrentados pelo mundo contemporâneo, como asguerras, a pobreza, a corrupção, a fome, a miséria e o sofrimento humano. Peter Joseph - O diretor, produtor, escritor, cineasta, compositor,editor e narrador da obra, Peter Joseph, se tornou acidentalmente reconhecido dentro da comunidade de documentários através de seu controverso e premiado trabalho "Zeitgeist: The Movie", de 2007, o qual registrou mais de 100 milhões de acessos on-line no primeiro ano de exibição. Inicialmente, este filme não era um filme em sua concepção original, mas assim foi reconhecido depois que alcançou fama mundial. Em 2008 o filme "Zeitgeist: Addendum", continuação do documentário anterior, estreou no Artivist Film Festival, em Hollywood. Tal comoaconteceu com seu antecessor, "Addendum" foi premiado e se tornou outro fenômeno viral da internet, com mais de 50 milhões de exibições durante seuprimeiro ano. Após o sucesso do lançamento desta continuação, Peter Joseph fundou um movimento social inspirado na reação do público e o chamou de "MovimentoZeitgeist". Hoje, é uma organização em escala global com mais de meio milhãode inscritos em 200 países, inclusive o Brasil, e seu objetivo é dar inícioà transição da cultura atual para um novo paradigma econômico sustentável. Este terceiro projeto, Zeitgeist: Moving Forward – o Futuro é Agora" é, emparte, uma expressão midiática com o mesmo foco. O filme apresenta atores notáveis que, de forma abstrata, representam as diversas atitudes relacionadas à mensagem dramática, além de utilizar vigorosos recursos visuais e de animação em 2D e 3D.Bertolucci - Já na sua sétima edição, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, antigo SemCine, hoje denominado CineFuturo, idealizado e comandado pelo cineasta baiano Walter Lima, promete esquentar o próximo inverno soteropolitano, reunindo convidados especiais, cineastas, produtores, professores, atores, técnicos, estudantes e o público em geral, em torno de uma ampla programação no Teatro Castro Alves, Teatro MartimGonçalves, Instituto Goethe (ICBA) e Aliança Francesa. O CineFuturo é umarealização da VPC Cinemavídeo e Universidade Federal da Bahia, compatrocínio da Oi e apoio da Secretaria de Cultura do Estado/Governo da Bahiae durante os seis dias do evento haverá mostras cinematográficas,"diálogos", lançamentos, mesas-redondas e o curso Single Short Cinema, realizado por Leonard Retel Helmrich, diretor do filme "Posição Entre as Estrelas".
Este ano, o CineFuturo prestará homenagem especial ao consagrado diretor italiano Bernardo Bertolucci, com uma Mostra Retrospectiva de seus principais filmes.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Celukino

Notícias

Festas Cariocas
Segue o link com o discurso do Barreto – Só ele sabe o que se passa no cinema nacional...http://canalbrasil.globo.com/index.php?idvideo=7393

Indústria Bélica
A espiral explosiva da despesa mundial em armamentos Com a despesa mundial em armamentos durante 2010, se poderia-se manter 212 milhões de crianças de aproximadamente um ano, ao custo médio necessário em um país desenvolvido europeu. A manutenção estimada por criança ali, segundo ...

Tragédia Atômica
"Fukushima é muito pior do que se imagina"Alerta é de ex-dirigente da indústria nuclear. “Fukushima é a pior catástrofe industrial da história da humanidade”, disse Arnold Gundersen, à rede de televisão Al Jazeera.

O Norte revolto e brutal
Fidel Castro

O Peru é grande exportador de prata, cobre, zinco, estanho e outros minerais; possui grandes jazidas de urânio que poderosas transnacionais aspiram a explorar. Do urânio enriquecido saem as mais terríveis armas que a humanidade já conheceu e o combustível das centrais eletronucleares que, apesar das advertências dos ecologistas, estavam sendo construídas a ritmo acelerado nos Estados Unidos, Europa e Japão.Obviamente, não seria justo culpar o Peru por isto. Os peruanos não criaram o colonialismo, o capitalismo e o imperialismo. Tampouco se pode culpar o povo dos Estados Unidos, que também é vítima do sistema que engendrou ali os políticos mais imprudentes que o planeta já conheceu.Em 8 de abril último, os senhores do mundo deram à luz seu costumeiro informe anual sobre as violações dos "direitos humanos", que motivou uma aguda análise no sitio Rebelión, assinada pelo cubano Manuel E. Yepe, baseado na resposta do Conselho de Estado da China, enumerando fatos que demonstram a desastrosa situação de tais direitos nos Estados Unidos."...Os Estados Unidos são o país onde os direitos humanos são mais agredidos, tanto em seu próprio país como em todo o mundo, e são uma das nações que menos garantem a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes."Anualmente, uma em cada cinco pessoas é vítima de um crime, a taxa mais alta do planeta. Segundo dados oficiais, as pessoas com mais de 12 anos sofreram 4,3 milhões de atos violentos."A delinquência cresceu alarmantemente nas quatro maiores cidades do país (Filadélfia, Chicago, Los Ângeles e Nova Iorque) e se registraram notáveis aumentos em comparação com o ano anterior em outras grandes cidades (Saint Louis e Detroit)."O Tribunal Supremo decidiu que a posse de armas para a defesa pessoal é um direito constitucional que não pode ser ignorado pelos governos estaduais. Noventa milhões dos 300 milhões de habitantes do país possuem 200 milhões de armas de fogo."No país foram registrados 12 mil homicídios causados por armas de fogo, enquanto 47 por cento dos roubos foram cometidos igualmente com o uso de armas desse tipo."À sombra da seção de "atividades terroristas" do Patriot Act, a tortura e a extrema violência para obter confissões de suspeitos são práticas comuns. As condenações injustas se evidenciam nas 266 pessoas, 17 delas já no corredor da morte, que foram absolvidas graças a exames de DNA."Washington advoga pela liberdade na Internet para fazer da rede de redes uma importante ferramenta diplomática de pressão e hegemonia, mas impõe estritas limitações no ciberespaço em seu próprio território e trata de estabelecer un cerco legal para lidar com o desafio que representa Wikileaks e seus vazamentos."Com uma alta taxa de desemprego, a proporção de cidadãos estadunidenses que vive na pobreza alcançou um nível recorde. Um em cada oito cidadãos participou no ano passado dos programas de cupons para alimentos."O número de famílias acolhidas em centros para desamparados aumentou 7 por cento e as familias tiveram que permanecer mais tempo nos centros de acolhida. Os delitos violentos contra estas famílias sem teto aumentam sem cessar.
"A discriminação racial permeia cada aspecto da vida social. Os grupos minoritários são discriminados em seus empregos, tratados de maneira indigna e não são levados em conta para promoções, benefícios ou processos de seleção de emprego. Um terço dos negros sofreu discriminação em seus lugares de trabalho, embora somente 16 por cento se atreveu a apresentar queixa."A taxa de desemprego entre os brancos é de 16,2 %, entre hispanos e asiáticos de 22 %, e entre os negros é de 33 %. Os afroamericanos e os latinos representam 41 por cento da população carcerária. A taxa de afroamericanos cumprindo prisão perpétua é 11 vezes mais alta que a de brancos."90 por cento das mulheres sofreu discriminação sexual de algum tipo em seu lugar de trabalho. Vinte milhões de mulheres são vítimas de violação, quase 60 mil presas sofreram agressão sexual ou violência. A quinta parte das estudantes universitárias são agredidas sexualmente e 60 por cento das violações em campus universitários ocorre nos dormitórios femininos."Nove em cada dez estudantes homossexuais, bissexuais ou transexuais sofrem assédio no centro escolar."O Informe dedica um capítulo a recordar as violações dos direitos humanos de que é responsável o governo dos Estados Unidos fora de suas fronteiras. As guerras do Iraque e do Afeganistão, dirigidas pelos EUA, causaram dados exorbitantes de vítimas entre a população civil destes países."As ações 'antiterroristas' dos EUA incluíram graves escândalos de abuso a prisioneiros, detenções indefinidas sem acusações ou julgamentos em centros de detenção como o de Guantânamo e outros lugares do mundo, criados para interrogar os denominados 'presos de valor elevado' onde se aplicam as piores torturas."O documento chinês também recorda que os EUA violaram o direito a existir e desenvolvimento da população cubana sem acatar a vontade mundial expressa pela Assembléia Geral da ONU durante 19 anos consecutivos sobre 'A necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba'."Os EUA não ratificaram convenções internacionais sobre os direitos humanos como o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Convenção sobre os Direitos da Criança."Os dados apresentados pelo governo chinês demonstram que o funesto histórico dos EUA neste terreno o desqualifica como 'juiz dos direitos humanos no mundo'. Sua 'diplomacia dos direitos humanos' é pura hipocrisia de dois pesos e duas medidas a serviço de seus interesses imperiais estratégicos. O governo chinês aconselha o governo dos EUA a tomar medidas concretas para melhorar sua própria situação em direitos humanos, que examine e retifique suas atividades nesse terreno e detenha seus atos hegemônicos que consistem em utilizar os direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países."O importante desta análise, a nosso juízo, é que se faça tal denúncia em um documento assinado pelo Estado chinês, um país de 1 bilhão e 341 milhões de cidadãos, que possui 2 trilhões de dólares em suas reservas monetárias, sem cuja cooperação comercial o império afunda. Parecia-me importante que nosso povo conhecesse os dados precisos contidos no documento do Conselho de Estado chinês.Se Cuba o dissesse, careceria de importância; levamos mais de 50 anos denunciando esses hipócritas.Martí tinha dito há 116 anos, em 1895: "...o caminho que se há de fechar, e o estamos fechando com nosso sangue, da anexação dos povos de nossa América ao Norte revolto e brutal que os despreza...""Vivi dentro do monstro, e conheço suas entranhas".
Fidel Castro Ruz

terça-feira, 21 de junho de 2011

O idiota...

Pára tudo! O cérebro humano tem dois lados, um pra vigiar o outro. O cérebro tem uma capacidade tão espantosa que hoje em dia praticamente todo mundo tem um. Todo mundo vê. Quando o olho vê, ele num sabe o que ta vendo, ele manda uma foto elétrica pro celebro que explica pra ele, por isso o nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até verdes! É pura fotografia observando o cosmo do seu corpo. Você não percebe mas as constelações servem para esclarecer a noite. Como o piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada. Estamos todos competindo com nós mesmos. Você sabia que nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros e ninguém percebe. Faça o teste do carbono 14 e você vai saber se antigamente alguém morreu. Quando os egípcios viam a morte chegando se disfarçavam de múmia. Na matemática quando uma linha reta deixa de ser reta é quando pega uma curva, pois o aço é um metal muito mais resistente que a madeira. Você sabia? A idade da pedra começa com a invenção do Bronze Assim como os rios podem escolher em desembocar no mar ou na montanha, pra fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo. Você está entendendo? Então você também é um idiota!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O TEATRO OFICINA



Zé Celso recebeu o jornal Folha de São Paulo para uma longa conversa sobre sua visão de teatro e mundo. Seguem trechos da conversa.

ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE

Quem vai usufruir do Anhangabaú da Feliz Cidade? Tenho 74 anos. Estou passando a bola já. O projeto significa uma tomada de força da revitalização da espécie humana sobre a especulação financeira. O Bexiga é o chacra de São Paulo e está degradado, cheio de craqueiro, de ladrãozinho. Não vamos fazer um teatro de bairro. A gente quer fazer um espaço cosmopolita. Vamos fazer estúdio, biblioteca, universidade antropófaga, creche. A educação começa no ventre da mãe.
MUDANÇAS

Estamos vivendo um momento mundial de rejeição a esse tipo de coisa que se pretendia construir aqui, que era um shopping e um centro executivo. A infraestrutura não é a macroeconomia, é vida, corpo, natureza, terra. Boa parte da humanidade passou a acreditar nisso. Essa percepção cria uma ambiente favorável para a imersão do nosso projeto. Esta percepção só não é recente na nossa trajetória. Ela já explodiu em 67, com nossa montagem de "O Rei da Vela" e logo em seguida com "Roda Viva". A tropicália retomou Oswald, que tinha retomado os indígenas. Até então a cultura começava em Anchieta.
REVOLUÇÃO DA VIDA

Em 68, o mundo se paganizou. Deixou de ser messiânico, de ter crença nas ideologias, nas religiões, e começou a sentir muito a terra, o corpo, essa coisa toda. Depois houve uma contrarrevolução. Mas essa contrarrevolução não destruiu a revolução da vida. Não tem coisa mais natural do que a transformação. Quem não se transformar dança. Tenho 53 anos de teatro, sou prova palpável de que as coisas se transformam. Como eu ia imaginar que Silvio Santos estaria trocando terreno?
VODU

Devo muito a esta contenda com Silvio Santos, porque com isso tive um adversário. Aprendi muito com ele. Cada peça que nós fizemos foi um vudu contra ele, um rito antropófago para comer meu adversário. Se a gente ganhar, vamos ter uma transformação artística. A gente caminha para isso. Para esse teatro ligado a uma multidão. Não a multidão do ibope, mas a carnavalesca. Aquela que faz você se perder. Você é mais do que nunca você mesmo quando está dançando e cantando na multidão.
TOMBAMENTO

No dia 24, vai fazer um ano que o Teatro Oficina foi tombado como patrimônio artístico-histórico do Brasil. No parecer de Jurema Machado, ela recomenda que o entorno seja comprado e desapropriado para que o projeto AnhangaBaú da Feliz Cidade possa ser realizado. O documento sugere que os governos estadual e municipal de São Paulo se mobilizem para que o projeto seja construído. Dia 24 vai acontecer uma "Noitada", encontro no Teatro Oficina para tornar este fato público. Quero que o Silvio Santos venha.
POLÍTICA

Logo no início do governo Lula, ele determinou 10% de corte em todos os orçamentos. O ministro da Justiça bateu o pé e o Lula voltou atrás. Os artistas estão dispostos a falar com o ministro da Fazenda, com a Dilma, para despertá-los para a importância que a cultura tem no país nesse momento. A formação cultural do PT é péssima. Acredita que a cultura serve para educar. A cultura não serve a ninguém. Está a serviço da vida. Não existe educação se não tem cultura. Você pode criar um país nazista, educar um rebanho. Cultura é diferente. Está na raiz da vida, está na impermanência das coisas, na necessidade de criação, na dimensão, no senso crítico, no sonho, na utopia.
ANA DE HOLLANDA

Se Ana de Hollanda sair, vai vir gente com ainda mais dificuldade. Escrevi uma carta pessoal à Ana, em que digo que ela está com o poder nas mãos. Em vez de tapar os olhos, deve abrir e ver que os artistas estão explodindo. É só dar as mãos para esses artistas, que ela se reforça como Ministra da Cultura. Ela tem que assumir que é de uma família de artistas, filha do Sergio Buarque de Holanda, que canta, que foi gestora cultural. Ela tem que estar desse lado. Com o crescimento cultural, o Brasil produziu uma força de produção cultural enorme. Isto não pode ser abortado.
EXPLOSÃO CULTURAL

Ficou engatilhada uma explosão cultural no Brasil. Os dois ministérios da Cultura e a própria evolução política e econômica do Brasil propiciaram uma força de criação cultural enorme. O orçamento para a cultura foi cortado. Não podia. Durante o governo Lula, a antropofagia esteve no poder. A continuidade dele estava engatilhada no plano cultural. Ainda está. Os artistas estão prontos. A gente está como os revolucionários árabes. Eu me sinto como em 68, estou com a mesma potência de criação que tive que em 68. O mundo chegou ao auge da decadência do capitalismo. Está em um momento de efervescência extraordinária. Os artistas estão num estado maravilhoso. Não via um público assim desde 1968.
TEATRO

O teatro tem um poder extraordinário. Foi poderosíssimo nos anos 1960 no Brasil, polarizava toda a movimentação política. Com o AI-5, foi castrado. Logo em seguida veio a televisão, que comprou todos os artistas. Foi o fim de uma geração de atores, com raríssimas exceções, como Raul Cortez. A maioria virou móveis e utensílios, constituiu outra classe, ganhou fortunas vivendo num outro mundo.
NOVELA

Tinha de enfrentar meus tabus. O Oswald de Andrade diz: vá direto ao tabu. Quando me convidaram [para participar da novela "Cordel Encantado", da Globo], estava saindo das "Dionisíacas", estava exausto. Mas tinha que enfrentar esse tabu. De repente me vi no Rio de Janeiro gravando uma cena de um casamento do tipo da Kate [Middleton] e do príncipe William. Tinha que dizer: "Esse casamento não pode continuar". Queria falar: essa novela não pode continuar. A Amora [Mautner], diretora, pedia para eu olhar para a câmera. Queria que eu ficasse dentro do personagem --e eu não cabia nele.
TELEVISÃO

Descobri que o Projac tem o potencial de uma universidade. E isso tem que estar nas mãos dos brasileiros, tem que estar a serviço da arte. Não pode só estar a serviço da auto-ajuda, da novela de costumes, dessa coisa da Globo. Pode até ter isso, desde que tenha também arte. A RAI italiana bancou Pasolini, Antonioni. A TV Sueca bancou Bergman.
DRAMA

Teatro não tem mais nada a ver com drama. Por isso sou da "tragicomediaorgia". O drama está ligado à sociedade freudiana, lacaniana, patriarcal, capitalista, familiar, enfim, à sociedade que nós conhecemos. As pessoas vivem para seus problemas menores. Ficam sofrendo para decidir se vão namorar fulano ou ciclano. Isso não é nada diante da vida.
TEATRO EM PRAÇA PÚBLICA

Meu teatro se contrapõe a isso pela própria forma de estádio. Quer ver o teatro da cidade, como na Grécia, com público de futebol. Tragédia quer dizer canto do bode. É o canto dos bodes econômicos, sociais, amorosos. O teatro canta em praça pública. E isso comove a multidão. Produz a catarse, reforça a percepção do ser humano como ser que tem poder de aceitar ou recusar o destino.
SOCIEDADE DO ESPETÁCULO

A vida humana é extremamente vulgarizada. Foi transformada em pessoa jurídica, em commodity. As pessoas estão acomodadas nos papeis que a sociedade do espetáculo nos dá. O Teatro Oficina explode com esse espetáculo.
ANARQUISTA COROADO

Como diz Artaud, teatro é lugar de anarquista coroado. Você se coroa e pode fazer o que quiser. É o lugar onde a humanidade percebe sua loucura, sua grandeza, sua dimensão coral também. O teatro tem a pretensão de levantar a espécie humana. Não pode ficar resumido a uma sala de espetáculo em que as pessoas vão assistir como se estivessem na frente de uma tela de televisão. Ou então a teatrinhos de vanguarda. Isso é a decadência do teatro.
PÚBLICO

Quando fiz "Roda Viva", os jovens de 68 invadiram o palco e fizeram a peça praticamente sozinhos. Essa geração continha todas as revoluções e foi reprimida. Nessa ocasião o teatro tinha um público imenso. Não era passivo. Não via essas peças que fazem sucesso hoje. As pessoas estavam querendo uma transformação.
DUPLO

Tem o José Celso Martinez Corrêa, 74 anos, RG tal, CPF tal. Tem esse, mas esse não tem importância nenhuma diante do outro, do duplo. Nós todos temos o duplo, que é aquele que transcende nossa pessoa jurídica, tem contato com a percepção do mundo. O teatro, por incrível que pareça, é o lugar onde você pode sair de todos os personagens, de todas as cascas. E, quando você sai das cascas, entra em contato com uma energia muito maior. Aí que você cria arte.
BUSCA

Arte não é intelectual. O cérebro precisa estar ligado às outras partes do corpo que são perceptivas. Senão, é uma pobreza. Por isso que meu teatro cada vez mais trabalha com dança, música.
CONTRARREVOLUÇÃO

Tanta coisa mudou no mundo. A onda libertária está muito forte. Liberdade da mulher, do gay, essas coisas todas eram reprimidas e avançaram, determinando uma contrarrevolução muito forte, que é a dos evangélicos, dos católicos, da homofobia. Esses movimentos fundamentalistas estão ocupando o lugar da cultura. O homem se indaga. E se tem uma resposta mais imediata na religião, prefere. A da cultura é mais complexa.
UNIVERSIDADE ANTROPÓFAGA

É a escola que estuda tudo que é rejeitado pela universidade, como os tabus. O Bexigão é a semente desse projeto. Será um Bexigão contínuo, para todas as idades. Não tem sentido não ter contato com a infância, com a vida, com a maternidade.
DROGAS

Sou mais do que a favor da legalização das drogas. Tratam a questão do narcotráfico com estupidez. Não tem nada a ver com droga, a questão é o armamento. A percepção humana é muito maior do que a gente pode imaginar. A droga abre as portas da percepção. Existe indução química para fazer com que o cérebro entre em ação e perceba coisas que estão armazenadas nele.

sábado, 18 de junho de 2011

DEUS E O DIABO

É preciso discutir o processo religioso pelo mundo afora. A cada dia podemos notar as ascensões incontroláveis de varias correntes religiosas que se espalham em igrejas, templos, mesquitas e casas de orações, com seus credos, crenças e dogmas. Aqui no Rio de Janeiro, em cada esquina surge uma assembléia, um culto de fé, uma nova igreja com seu pastor, sua bíblia e seus fieis. Resolvi então tentar entender o que estava acontecendo. A primeira coisa que notei foi que a grande maioria dos participantes era oriunda da classe mais humilde dos trabalhadores. Buscava na fé a esperança de dias melhores. É a história do povo escravo judeu libertado por Moisés sendo vivida hoje por homens também escravos do capital e do trabalho, sem que haja um líder, um novo santo guerreiro, ninguém para libertá-los.
Cada igreja é uma célula onde se prega a mesma adoração ao deus financeiro que trará aos que lhe seguirem a sorte e a fortuna e dias de glória. O Paraíso agora. Para esse feitiço, a nova igreja brasileira uniu três grandes correntes ocultas representadas pelos cristãos, com seu padre ou pastor; o culto as entidades secretas da umbanda, com seus meleagros e feiticeiros e a adoração ao capital e a todo o poder que ele exerce na sociedade – Sim, nós podemos! Essa expressão representa o mistério da miscigenação destas três entidades.
Segue um textos esclarecedor sobre o mesmo tema:
“A Bíblia, que é um livro muito interessante, e aqui e ali muito profundo, quando o consideramos como uma das mais antigas manifestações da sabedoria e da fantasia humanas, exprime esta verdade, de maneira muito ingênua, em seu mito do pecado original. Jeová, que, de todos os bons deuses adorados pelos homens, foi certamente o mais ciumento, o mais vaidoso, o mais feroz, o mais injusto, o mais sanguinário, o mais despótico e o maior inimigo da dignidade e da liberdade humanas, Jeová acabava de criar Adão e Eva, não se sabe por qual capricho, talvez para ter novos escravos. Ele pôs, generosamente, à disposição deles toda a terra, com todos os seus frutos e todos os seus animais, e impôs um único limite a este completo gozo: proibiu-os expressamente de tocar os frutos da árvore de ciência. Ele queria, pois, que o homem, privado de toda consciência de si mesmo, permanecesse um eterno animal, sempre de quatro patas diante do Deus "vivo", seu criador e seu senhor. Mas eis que chega Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência. Entretanto, no mito do pecado original, Deus deu razão a Satã; ele reconheceu que o diabo não havia enganado Adão e Eva ao lhes prometer a ciência e a liberdade, como recompensa pelo ato de desobediência que ele os induzira a cometer. Assim que eles provaram do fruto proibido, Deus disse a si mesmo (ver a Bíblia): "Aí está, o homem tornou-se como um dos deuses, ele conhece o bem e o mal; impeçamo-lo pois de comer o fruto da vida eterna, a fim de que ele não se torne imortal como Nós".
Longe de seguir a via natural, de baixo para cima, do inferior ao superior, e do relativamente simples ao mais complicado; ao invés de admitir sabiamente, racionalmente, a transição progressiva e real do mundo denominado inorgânico ao mundo orgânico, vegetal, animal, em seguida especialmente humano; da matéria ou do ser químico à matéria ou ao ser vivo, e do ser vivo ao ser pensante, os idealistas, obsedados, cegos e impulsionados pelo fantasma divino que herdaram da teologia, tomam a via absolutamente contrária. Eles vão de cima para baixo, do superior ao inferior, do complicado ao simples. Eles começam por Deus, seja como pessoa, seja como substância ou idéia divina, e o primeiro passo que dão é uma terrível queda das alturas sublimes do eterno ideal na lama do mundo material: da perfeição absoluta na imperfeição absoluta; do pensamento ao ser, ou ainda, do Ser Supremo ao Nada. Quando, como o por que o Ser divino, eterno, infinito, o perfeito absoluto, provavelmente entediado de si mesmo, decidiu-se a esse salto mortal desesperado, eis o que nenhum idealista, nem teólogo, nem metafísico, nem poeta, jamais soube compreender, nem explicar aos profanos. Todas as religiões passadas e presentes e todos os sistemas de filosofia transcendentes apoiam-se nesse único e iníquo mistério. Santos homens, legisladores inspirados, profetas e messias, procuraram lá a vida e só encontraram a tortura e a morte. Assim como a esfinge antiga, ele os devorou, porque não souberam explicar esse mistério. Grandes filósofos, desde Heráclito e Platão até Descartes, Spinoza, Leibnitz, Kant, Fichte, Schelling e Hegel, sem falar dos filósofos hindus, escreveram amontoados de volumes e criaram sistemas tão engenhosos quanto sublimes, nos quais disseram passagens muito belas, e grandes coisas, e descobriram verdades imortais, mas deixaram este mistério, objeto principal de suas investigações transcendentes, tão insondável quanto antes deles. Como pode nascer, em um homem inteligente e instruído, a necessidade de crer nesse mistério? Que a crença em Deus, criador, ordenador, juiz, senhor, amaldiçoador, salvador e benfeitor do mundo, tenha se conservado no povo, e sobretudo nas populações rurais, muito mais do que no proletariado das cidades, nada mais natural. O povo, infelizmente, é ainda muito ignorante e mantido na ignorância pelos esforços sistemáticos de todos os governos que consideram isso, com muita razão, como uma das condições essenciais de seu próprio poder. Esmagado por seu trabalho quotidiano, privado de lazer, de comércio intelectual, de leitura, enfim, de quase todos os meios e de uma boa parte dos estímulos que desenvolvem a reflexão nos homens, o povo aceita, na maioria das vezes, sem crítica e em bloco, as tradições religiosas. Elas o envolvem desde a primeira idade, em todas as circunstâncias de sua vida, artificialmente mantidas em seu seio por uma multidão de corruptores oficiais de todos os tipos, padres e leigos, elas se transformam entre eles em um tipo de hábito mental, freqüentemente mais poderoso do que seu bom senso natural”.

Texto retirado do livro “Deus e o Estado”de Mikhail Bakunin


sexta-feira, 17 de junho de 2011

NOTÍCIAS

EUA Porque os grandes do mundo mentem É o título de um livro (Why leaders lie) que acaba de ser publicado por John Mearsheiner, professor de ciências políticas na Universidade de Chicago.

Oriente Médio OTAN intensifica bombardeios criminosos contra a LíbiaA implacável guerra do conjunto imperialista intensifica-se entrando no seu quarto mês. Sabemos que essa guerra começou no dia 19 de março e que esteve nos primeiros treze dias abaixo do Comando dos Estados Unidos.


MEMÓRIA


Filme Encantamento - Jose Sette fotografa o compositor em Ouro Preto MG

BRASIL CINEMA
Eis aqui um filme que precisa ser mais exibido nos cinemas e na TV.
O país precisa conhecer e se encantar com a música deste grande artista.

ENCANTAMENTO
É preciso exibir este filme! Encantamento. Fevereiro de 1987. Ensaio. Sintonia. Amor. Desenhos no ar rebuscando temas perdidos no tempo. Contraponto de imagens abstratas e folhas soltas ao pé do vento. Templo da música. Ruídos de rua. Brasis e buzinas frenéticas. Modinhas e Ponteios. Vida. Luz. Terra. Espaço deserto. Sinfonia. Fevereiro de 2007. Estamos comemorando os 100 anos de nascimento do extraordinário músico brasileiro Camargo Guarnieri! Em 1987, quando um dia eu tive algum poder de mando, convidei o Maestro para reger sua obra com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, nas comemorações dos seus 80 anos, quando então rodamos um filme. Vinte anos se passaram. Lembro-me quando fui recebê-lo no aeroporto de Belo Horizonte. O dia estava azul. Levei-o para o melhor hotel da cidade. - Duas semanas de ensaios! Os músicos estão em pavoroso! Disse-me preocupado Ailton Escobar, o maestro titular da casa que eu dirigia. À tardinha fui visitá-lo no hotel levando no ombro a minha CP 16mm e o Nagra. Primeiro lhe provoquei com Oswald de Andrade e depois com Mário de Andrade. - Não confunda os dois! (ele me respondeu exaltado na sua primeira entrevista) - Mário só amou o Brasil e sua modernidade. Depois passei a observá-lo através da música na sua complexidade e no final, pude entendê-lo e me tornei um pouco mais seu amigo. Sempre respeitei o grande homem de rosto assustado, tinhoso, que tinha resposta pra tudo. Parecia ter a energia de um menino quando desejava tirar o máximo da orquestra. Humor de cobra, gênio de cão, é, sem dúvida, ao lado de Villa Lobos, o mais brasileiro dos compositores eruditos de nossa época. Foi o que eu escrevi no jornal Ponta de Lança, editado na Fundação Clovis Salgado pelo poeta Pedro Maciel. A primeira impressão que ele me deu foi dura, me parecia às vezes grosseiro, mas, em verdade, estava era cansado de tudo, amargurado com o Brasil. Aos poucos, nas seqüências dos ensaios, fui compreendendo o seu gênio. No difícil registro das imagens, podia-se sentir, dentro da sua carranca neolítica, o seu olhar de criança curiosa com a câmera solta e ágil enfocando seu rosto em movimentos giratórios e suas mãos no corte preciso da lente rápida. Com os olhos aguçados nos músicos, o Maestro mantém-se ereto observando a filmagem. É uma águia sentada na sua banqueta de ensaio. Camargo participou de alguns programas de tevês, não sei se ainda existe guardada alguma gravação, mas nunca havia sido antes filmado, muito menos dirigido. No final de cada ensaio era ele quem estava sempre com muita fome e sede esperando a hora do jantar. - Brejeiro! Brasileiro! Saboroso! Camargo era pura música comendo macarrão numa cantina italiana de guardanapo no pescoço: - Eu tenho uma profunda tristeza, dizia o maestro com ar melancólico, porque o Brasil é uma bagunça, ninguém entende o Brasil, ninguém entende. Cada dia que você abre o jornal, o povo está cada vez mais estrangulado. Eu também estou... O que adianta tudo isso? Isso é viver? Vocês entendem o Brasil? Como um grande artista brasileiro ele só foi reconhecido em nosso país, durante pouco tempo, depois de ser admirado e querido no estrangeiro, principalmente no Estados Unidos. Que paradoxo! Por acreditar no Brasil e não ter aceitado a entrada de estrangeiros no ensino da nossa música criou uma grande polêmica com o compositor Hans Joachim Kollreutter e foi marginalizado pela mídia e por intelectuais comprometidos com o que vinha de fora. - Todo mundo já ouviu falar o meu nome, mas ninguém conhece a minha música. Camargo falava baixo. Muito tímido, olhava para aquela mesa posta à italiana, repleta de guloseimas, envolvido pelo carinho e a descontração dos seus jovens admiradores: os artistas Fernando Tavares, Paulo Giordano e Osvaldo Medeiros, as meninas Dulce e Luciana, o maestro Ailton Escobar, a pianista Cynthia Priolli, o cineasta Silvio Lanna, Dalton Canabrava e eu. Depois de um longo silêncio e das primeiras garfadas no macarrão escorregadio, ele perguntava para o Dalton, nosso anfitrião: - Nós vamos tomar alguma coisa, meu filho? Um copo de vinho? Dalton chamou o garçom que serviu ao Maestro um tinto. Olhei para o seu rosto arredondado, avermelhado, para o seu nariz arqueado, cheirando a rolha chilena e ouvi, depois de um sorriso sarcástico, depois do gole farto, outra pergunta, dita em voz alta, direcionada a todos ali: - Vocês sabem o que é que entra duro, sai mole, pingando, dá prazer à gente e não é palavra indecente? (Silêncio)... Não?(Olha então para a moça bonita que está sentada ao seu lado) Não?...É macarrão, sua boba! A sua gargalhada sonora ecoa na cantina. No trabalho da regência de suas composições foram horas e horas de exaustivos ensaios, todos os dias, com os músicos da Orquestra Sinfônica de Minas. A pouca quantidade de negativo preto e branco me obrigava a selecionar com muita certeza o que filmar. Trabalhando sem financiamento, sem equipe técnica, contando com os amigos, fazia com que o maestro Guarnieri, vendo as minhas dificuldades de produção, aos poucos, se mostrasse paternal e carinhoso, me estimulando a seguir em frente e dizendo, para me consolar, que ele também havia passado por tudo isso - De muitas dificuldades se faz à vida. Noutro dia, enquanto caminhávamos para mais um ensaio da orquestra, pegou no meu braço e disse: - Se você quer ser um artista, um artista verdadeiro, um revolucionário abaixo da linha do Equador, tem de ser também um guerreiro, um obstinado que luta contra tudo e contra todos. Tem que se sentir vitorioso sem ter nunca o prazer das palmas e do reconhecimento. Durante os ensaios e as filmagens fui aos poucos conhecendo esse grande homem. O concerto dividia-se em quatro movimentos: Abertura Festiva (1971); Concertino para Piano e Orquestra (1961) - com a pianista Cynthia Priolli; Encantamento (1941); nos últimos ensaios, Camargo Guarnieri dizia alto e em bom tom para os artistas mineiros: - Vocês mineiros deviam fazer uma estátua do tamanho de um bonde para Juscelino Kubistcheck... Cobrava ele citando o inesquecível político que deu a Minas o título de “Terra da Inteligência” pelo apoio dado à cultura e às artes durante os seus sucessivos governos. Camargo compôs, a pedido do Presidente, em homenagem à inauguração de Brasília, a Sinfonia N.4 - Brasília. Ensaiou também, já no grande teatro, o esperado bis onde iria apresentar ao público mineiro a Dança Brasileira e assim finalizaria esse concerto memorável. Pedaço por pedaço, as partituras iam sendo devoradas pelo maestro eufórico e antropófago. Confesso que de todo o concerto eu só conhecia a última música: Dança Brasileira, tocada pela Sinfônica de Nova York e regida pelo maestro Arthur Bernstein. Mas, com o passar dos ensaios, o que me era desconhecido toma forma, tal qual um mosaico de beleza única, indescritível, nas sonoridades específicas daqueles momentos brasileiros. Os ensaios eram aulas repletas de estórias por ele vividas recheadas de muitas piadas. A cada movimento, a cada novo clima musical, a sua música exalava a alma, o sentimento, a grandeza desta terra esquecida. Em um momento de descontração, quando alguns dos músicos insistiam em afinar seus instrumentos em lá, Guarnieri intervém com a voz cheia de ironia: - Quando ensaiei uma orquestra em Porto Alegre, senti que um violino desafinava. Um dos músicos da orquestra disse para o violinista: - Dá o lá! Dá o lá! Respondi para ele: - Não é o lá que está desafinado, são as outras notas que estão..., Todos os músicos riram e ele, voltando-se para mim, disse-me: - A que horas vamos sair para o jantar? Um dia levei-o, a convite do Dalton, nosso presidente, a Ouro Preto, para uma visita aos lugares que do passado tantas e gratas lembranças lhe traziam - por ali andou com Cecília Meireles, Guinhard, Clovis e Lia Salgado, Souza Lima e muitos outros artistas e políticos presentes no I Festival de Inverno da antiga capital de Minas. Ontem, hoje, agora, fantasmas percorriam juntos com o maestro emocionado os becos que nos levavam as igrejas barrocas de onde se podia observar o pico do Itacolomy que ele, neste dia, de brincadeira, queria subir a pé. Para ele o Brasil era pura emoção. Disse-me, enquanto voltamos para Belo Horizonte: - Já conversei com estrelas, antes mesmo de ler o Bilac... Aqui em Ouro Preto fiz a trilha sonora do filme Rebelião em Vila Rica. Foi a minha primeira experiência cinematográfica! Os violinos sobem de produção. Penetram no universo encantado da música nordestina. Na série de contrapontos se misturam as imagens desse agitado caldeirão de criatividade. O Maestro, acompanhado da pianista Cynthia Priolli, vai ao nosso encontro depois do ensaio e presenteia o filme com a criação de vários improvisos no piano do grande teatro. Uma maravilha! Todo esse trabalho de registro cinematográfico só foi editado e finalizado após a sua morte. É triste! Aquilo que iniciei sozinho, com muita garra, só foi possível terminar quando meu amigo Mário Drumond entrou em cena, trazendo recursos financeiros e idéias criativas. Na construção da música - Dança Brasileira - Mario me propôs filmá-la e editá-la a partir da dança, pontuando-a, na sua brasilidade, com os elementos abstratos da terra, água, fogo e ar, construindo, com uma só bailarina, as quatro personagens. Resultando a apresentação de um bailado editado em fusões simultâneas, elaboradas e sincronizadas pela coreografia criada por Isabel Costa, que se apresenta dançando emoldurada nos figurinos e cenários desenhados pelo artista Fernando Tavares. E, revirando tudo, magicamente, magistralmente, soltando-se notas como estrelas no espaço - compasso da liberdade de se estar onipresente em todas as dimensões da alma nacional - O Maestro, eternizado, grita lá do alto: - Vamos criar uma nova música onde se elevem os espíritos, onde se pode viver o Brasil novamente. O paraíso perdido fora do tempo. Encantamento! Por tudo que a música brasileira a ele deve, vivamos, neste ano, a memória deste grande compositor e maestro. Viva Camargo Guarnieri!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

NOTÍCIAS

Aquarela de Osvaldo Medeiros


Assim Caminha a Humanidade

A maioria dos artistas no Brasil passa a velhice, o seu devenir, desamparados. O caso triste da grande atriz Norma Bengell não é o primeiro e nem será o último. O que falar? O que comentar? É lamentável.

Quando olho para essa história lembro-me do poeta Augusto dos Anjos: Falas de amor, e eu ouço tudo e calo! / O amor na Humanidade é uma mentira. / É. E é por isto que na minha lira / De amores fúteis poucas vezes falo...

É o Orlando Sena, ex-secretário do Ministério da Cultura e cineasta, quem encaminha o pedido: Nossa querida Norma Bengell me pede para avisar aos colegas e amigos que está passando por necessidades e aceitando doações. Qualquer quantia será bem vinda e os depósitos podem ser feitos na conta de sua acompanhante: VILMA MARIA COSTA GOMES - BANCO ITAU - AGENCIA 92 73 - CONTA 00 231-2 - CPF 98 62 23317-68.


Humberto Mauro na Biblioteca Nacional por Fabio Fiorese

A Revista de História da Biblioteca Nacional – que já se encontra à venda nas bancas de todo o país – publica em sua edição nº 69, de junho de 2011, um artigo que escrevi, dando uma panorâmica sobre a obra de Humberto Mauro. Encomendado por seus editores, meu texto foi produzido especialmente para a Revista e intitula-se “Poesia em grandes planos”.
Os parágrafos de abertura podem lidos no site da Revista de História, no link:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/poesia-em-grandes-planos
O meu livro “Kiryrí Rendáua Toribóca Opé – Humberto Mauro revisto por Ronaldo Werneck” (Editora Arte Paubrasil, São Paulo, 2009) ainda pode ser encontrado nas grandes redes de livrarias brasileiras (Cultura, Saraiva, Leitura, FNAC, Martins Fontes, Livraria da Travessa) e também na Estante Virtual (http://www.estantevirtual.com.br/), a maior rede de sebos do Brasil.


Belas idéias dos fotógrafos Owen Silverwood e Ian Tuttle.





Artigo de Chico Lopes sobre Marlene Dietrich, ilustrado por belas fotos do mito. Mas procuro mostrá-la mais pelo lado do humor perverso, do deboche intencional. O link é este:
http://www.verdestrigos.org/wordpress/?p=3308

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Labirinto de Pedra

Natalio Luz é Pedro Nava no filme "Labirinto de Pedra"



Esse é o lugar
onde o homem
deixa-se vencer

Onde a luz
substitui o sol

Onde a lua
mostra a face oculta.

Onde o vento faz a curva
e o anjo louco escuta
o cantar do rouxinol

É o lugar da santa

Onde o barco corta
o rio caudaloso
de água escura
perdida no tempo

Onde canta na correnteza
a voz do silêncio

Onde o nada importa
provocando desconsolo
desfazendo a jura

Foi nesse lugar
nesse templo do esquecer
Onde guardei o segredo
do terrível desterro

Onde cultivei
minha solidão

O meu paraíso
visionário

Com certo olhar
abrupto e desmedido

Marquei aqui nesse lugar
o incrível abismo
de mim mesmo

Aqui toma-se
o sagrado absinto
à mesa dos amigos
para ver o caminho aflito
o lugar esquisito e findo
onde o infinito medra

Pois nesse lugar bandido
inicia-se com medo
o mito maldito do
labirinto de pedra.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Carta a um amigo cineasta

Meu querido irmão de muitos anos Noilton,
vi uma vez parte do seu documentário euclidiano e com essa notícia de um longa metragem sobre o mesmo tema, ou ficção, talvez, eu gostaria de lhe pedir uma profunda atenção a contradição dialética do ente real, no presente, documental, e o que se pretende com o futuro, esquecido, ausente hoje nas artes de um passado esquecido, utópico sendo transformador, revolucionário,que elevando, em todas as contradições sociais, em todos os tempos, em todas as lutas de classe, em todos os sentidos do homem latino-americano,eternamente colonizado, aqueles que querem não só ver mais ter visões, como eu acho que tem um cineasta que trabalhou com o teatro oficina, que filmou o rei da vela, que é na certa oswaldiano, deva ter para esse complexo de informações de um povo que vê um artista sensível como você que quer trabalhar, que precisa saber o drama euclidiano que desvendou a grandeza e a miséria brasileira, deve, ao meu ver, ser sentidas em um filme de autor, independente, experimental e político, tal qual uma caravana que pretende desvendar a terra de abruptas escarpas habitada por um povo que tem a sua gênese em todas as contradições da mistura de todas as raças e que hoje está impregnado pela ignorância neoliberal globalizante de suas elites.
Só a partir de uma edição primorosa de todos os registros do caminho, inovadora em tudo aquilo que se quer propor, pode ter alguma coisa de novo.
Nada é mais importante para o povo brasileiro do que um filme que resgate sua identidade geopolítica em uma perfeita e musical edição de toda a sua cultura.
Esperando não ter me excedido receba um grande abraço do amigo distante

domingo, 12 de junho de 2011

FILMES NO YOUTUBE


Solicito a atenção de todos para que acessem o trabalho de John Pilger, documentarista ingles, especialista em reportagens de guerra.




Ele fez um estudo minucioso do papel da imprensa, holywood, e do poder bélico anglo-amerciano, em desfigurar as informações e manipular a opinião pública mundial nos casos específicos da guerra do Iraque e do Afeganistão.Trata-se de um jornalista experiente, com bastante acesso às fontes de informação.


O ÓLEO DA NOITE.

Essa trilha sonora comecei numa época em que eu estava carioca.. mas só consegui finalizar quando já estava definitivamente às pazes com Porto Alegre. O diretor, Edu Marino, é um cara que, no meu período de Rio, participou de grandes momentos do coletivo ..Cinema8ito..e temos outros trabalhos juntos. Ficou pronto agora. Esperamos que curtam, exibam e divulguem

http://youtu.be/iGGQYaXpDuo


CONSCIÊNCIA CULTURAL

Varsóvia, 5 jun (EFE).- A luta dos chamados "Cidadãos pela cultura"conseguiu reunir mais de 100 mil assinaturas e forçar oprimeiro-ministro polonês, Donald Tusk, a assinar um compromisso paraaumentar a verba destinada à cultura até o mínimo de 1% do orçamento,para promovê-la como motor da sociedade.O pacto é o primeiro acordo firmado por Governo polonês com oscidadãos desde a década de 80, quando o Executivo concordou que acultura não é só arte e criatividade, mas um elemento-chave paramelhorar a vida dos indivíduos e garantir o futuro do país, explicou àAgência EFE a vice-diretora do Museu Nacional da Polônia, Beata Chmiel.Chmiel é uma das incentivadoras do movimento "Cidadãos pela cultura",do qual fazem parte figuras como a poetisa Wislawa Szymborska, prêmioNobel de Literatura, e o compositor Krzysztof Penderecki, junto amilhares de poloneses anônimos."Não se trata do problema de um grupo de artistas, mas a promoção dacultura é uma questão nacional apoiada por pessoas de todo os tipos,pessoas que entendem que a finalidade real da cultura é mudar a vida daspessoas", acrescenta Chmiel.O pacto prevê o aumento progressivo do orçamento do Ministério daCultura até alcançar o mínimo de 1% em 2015, o que superaria o exíguo0,5% destinado atualmente e tiraria a Polônia do fim da fila na UniãoEuropeia quanto a investimentos em cultura.Os "Cidadãos pela cultura" denunciam que o número de pessoas que nãotêm acesso à cultura aumentou na Polônia nos últimos anos, o que setraduz no avanço do analfabetismofuncional e em um freio aodesenvolvimento do capital intelectual da sociedade.Ao mesmo tempo, a "grande cultura" polonesa desfruta de um sucessosem precedentes, com o cinema, o teatro, a música e a literatura daPolônia fazendo sucesso em todo o mundo e afastada dos cidadãos menosabastados."A chave é desenvolver o capital humano", assinala Chmiel, queconsidera evidente que, em um futuro onde serão menos necessários ostrabalhadores físicos, é preciso contar com pessoas capazes dedesenvolver suas habilidades e serem partes ativas da sociedade.Uma das prioridades deste pacto pela cultura é promover a leiturapara construir uma atitude criativa, ativa e cívica que,definitivamente, permita aos cidadãos participarem da cultura erelacionarem-se civicamente."Temos de entender que o livro não é um instrumento de opressão, e sim umaferramenta que dá perspectiva", afirma Chmiel.No próximo verão - no Hemisfério Norte -, a Polônia assumirá apresidência rotativa da UE e, em 2016, uma cidade polonesa e outraespanhola compartilharão o título de capital cultural europeia, umaoportunidade que muitos cidadãos querem aproveitar para situar a culturacomo uma prioridade.Para Beata Chmiel, o desenvolvimento da cultura na sociedade é tãovalioso que pode ajudar a mudar a mentalidade polonesa, culpada, em suaopinião, de muitos dos problemas políticos vividos pelo país, daincapacidade para tirar vantagem dos fundos europeus e inclusive dasderrotas no futebol."Os poloneses não foram ensinados a trabalhar em equipe, a entender asolidariedade, e tudo isto pode mudar se investirmos em capital humano eem cultura, não só em infraestrutura", avaliou.Por enquanto, a insistência de milhares de cidadãos comoChmiel conseguiu influenciar as altas esferas da política, um passo decisivo emuma sociedade jovem e com energia que não quer cometer os erros davelha Europa.




sábado, 11 de junho de 2011

DESPEDIDAS DE AMOR


Sinto o desejo de querer vê-la novamente como adão há viu Eva sem véu no meu paraíso. Deixarei e fecharei simplesmente os meus olhos e o meu farol de amante noturno. Ser energético. Quanto mais o dia hermético se fecha o real deletério do nada morre como cinema e ressuscita sempre naquilo que mais gostamos por ser tão natural teatro. Assim sou popular. Assim sou fiel sem me diferenciar do qualquer um. De um imbecil mortal ao infeliz Ogum. Longe de todos no mar que é vida por ser constante o movimento das suas ondas. Na maré do vento invento e minto o mito por ser sua imagem misteriosa harmonia. No meu desejo vejo-te ninfa erguida tensa e tesa e tento o tempo todo o gozo rezando o quanto posso. Sou ateu pela revolução. Olha! Eu tento e sei que posso ser um em um milhão. Olha! Eu posso ser vagabundo mas não me falta trabalho e não me falta o malho que tanto me enobrece quando me quedo em você. Mas quem tu és? Mulher de mil desejos. Mexo em você. Transformo sua vida e vejo-te em mim meu amor tornando-se sombra de um indizível homem entre as montanhas e serras brasileiras do Espinhaço Mucura Sucupira Mantiqueira e outros narigudos beberrões tornaram-se com o tempo mentirosos contumazes traidores dos seres lendários pré-históricos dos monstros sedentários que hão de saber de mim e de você minha querida a quem peço desculpa e digo adeus com saudade. O que foi meu é seu e nunca nos pertenceu na nossa eternidade. No fim e em verdade só nos encontraremos no infinito quais duas paralelas de dois paralelepípedos de duas partes de em um palito megalítico.

Loucura Pouca é Bobagem

Explosões Solaris

http://www.youtube.com/watch?v=2RTDV7XSrqo

http://www.youtube.com/watch?v=OSsq7wOtYKY

http://www.youtube.com/watch?v=8UwGzsMBQpo

http://www.youtube.com/watch?v=NSHh3UHRL_A

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Loucura Pouca é Bobagem

Uma série de explosões solares está afetando a Terra. De acordo com a Agência Espacial Norte-americana (Nasa), o campo magnético da Terra é atingido pelo aumento de radiação causado pela tempestade solar, o que afeta operação de satélites, redes de energia de alta tensão e, principalmente, as telecomunicações.
As explosões registradas ontem foram algumas das maiores já registradas e devem continuar hoje. Lugares com altas latitudes como a Nova Zelândia, Escandinávia Alaska, Canadá e os Estados norte-americanos do Maine até Washington podem perceber auréolas brilhantes que "saem" do Sol em direção à Terra. Isto acontece porque durante as explosões o astro libera mais energia que o normal e esta é sugada pelo campo magnético de nosso planeta. A radiação chega à nossa atmosfera oito minutos após a saída do Sol

quinta-feira, 9 de junho de 2011



Bicho! Que sonho eu tive essa noite com você...
Jose Luiz Vieira


Estávamos nós dois em uma casa que dava de frente pra um morro íngreme e sem fim que acabava no céu de tão alto.



Era um lugar estranhíssimo quando de repente eu comecei a ver rolar uns torrões de terra, como no início de uma avalanche, mas era tudo em câmera lenta ...pareciam flocos de terra rolando.

A coisa foi ficando crítica mas ao mesmo tempo era tudo tão lento que parecia inofensivo até que um torrão te acertou na cabeça, mas nada te aconteceu de grave, apenas ficamos mais apreensivos com o que poderia ocorrer e acabamos abandonando a casa .

Passou um tempo e eu não me lembro o que aconteceu logo após sairmos.
Sei que fui dar uma volta e andando no meio de um areal comecei a reparar que no céu as nuvens formavam nítidas figuras femininas, mas nada muito realista. Então resolvi fotografar com meu celular pra te mostrar porque estavam interessantes, mas quanto mais eu fotografava mais nítida iam ficando e começavam e se colorir e a se movimentarem como se estivessem vivas. De repente milhões de figuras se formaram no céu: hipopótamos que corriam pelo céu e iam descendo em direção ao areal, mas não corriam com os pés no chão, flutuavam sobre a areia em direção ao mar.

Um ônibus passou e eu adentrei na intenção se sair logo dali porque já estava meio assustado com tudo aquilo e também queria logo te mostrar as fotos...

No meio do caminho percebi que o ônibus ia para um lugar estranho e saltei dele depressa. Mas ao descer vi uma sacola no chão, peguei-a porque resolvi levá-la também até você.

Passou um longo tempo e nos encontramos não sei onde. Era outro apartamento. Cheguei com ansiedade que me é característica, louco pra te mostrar as fotos e fomos tentar vê-las no celular ...

As fotos haviam se tornado vídeos - não sei como, e começamos a enlouquecer assistindo, porque tudo era muito colorido e as figuras louquíssimas... Mulheres extravagantes, hipopótamos voadores, etc.

Então depois de um tempo você me perguntou que sacola era aquela que estava comigo. Não soube te responder, apenas disse que estava na rua e a peguei ao descer do ônibus.

Vamos ver o que tem aqui dentro! Eu disse colocando a mão dentro da sacola. Lá de dentro saíram várias fotos de pessoas as quais nenhuma eu conhecia e você, para meu espanto, conhecia todas. Havia uma foto de um cara que parecia muito com o teu pai , mas não era exatamente ele, apenas lembrava.

Depois de vermos as fotos você me perguntou o que mais havia ali dentro e eu, sem saber te responder, coloquei a mão pra averiguar... Saiu lá de dentro um objeto enorme sem a menor função prática, apenas decorativa, mas muito antigo e lindo, feito de madeira e vidro . Eu percebendo que você se encantou com objeto logo disse "eu achei e é meu! Mas também não sabia o que fazer com aquilo e você novamente perguntou ...o que mais tem ai? Fui eu novamente colocar a mão na sacola e saiu outro objeto e mais outros eram todos lindos e pareciam coisas de outras épocas feitas por outras culturas... eram utensílios que não sabíamos pra que servia ...mas a gente ficava maluco ao vê-los porque eram lindos ...e não sabíamos como aquilo tudo saía da sacola que era de papelão e pequena...

Não me lembro de mais nada ...uma pena, mas foi um sonho mucho loco com você... hehehe ...


FILMES NO YOUTUBE

Depoimento de Eduardo Galeano na praça Catalunya, 24/05/11.
Assista, legendado em português
http://youtu.be/mdY64TdriJk

Teaser da série "Heróis", fotografada por mim. Espero que gostem. A primeira série de Guerra, feita por nós Mineiros..
http://www.youtube.com/watch?v=sos0WGwriU4

Santeiro:

Assistam à estréia mundial de meu novo filme "Antigamente"

www.youtube.com/sergiosanteiro

Luiz Rosemberg
“DESERTOS" http://www.youtube.com/watch?v=rg-xYjwAYk4 .

Não li mas achei a proposta interessante

Este é o primeiro volume de uma trilogia autobiográfica, que conta ficcionalmente a história do autor Tony de Sousa. Tendo como alicerce sua vida no interior do estado do Rio Grande do Norte e suas andanças pelo país, o escritor e cineasta remonta sua trajetória de maneira tão pessoal que fica difícil dizer o que não é realidade. E não há a vontade de que haja a diferenciação, pois a intenção é resgatar trechos que remetam a coisas que mostram quem nós somos, como nossos parentes e amigos, nossa casa, nossa cidade, as escolas em que estudamos, os lugares em que trabalhamos, as músicas que ouvimos ou até os livros que lemos.


http://www.amazon.com/dp/B004TZ07Y6

O garoto Raimundo tinha uma vida aparentemente comum e sossegada na pequena cidade de Papadealcaru, no interior do Rio Grande do Norte. Mas seu sonho de vida não era nada ordinário. Ele queria ser rei! Queria conquistar o mundo! Queria ser alguém notável Mas para alcançar esse objetivo ele teria que passar por muitos obstáculos, quebrar alguns paradigmas e emergir como um indivíduo distinto e maduro. O garoto ingênuo e quieto se transforma a cada situação vivida em uma pessoa audaciosa e batalhadora. É através das conquistas, perdas, descobertas, decepções, surpresas, acasos e decisões, que vemos como se constrói a evolução do personagem da adolescência à fase adulta.


Autor: Tony de Sousa é cineasta, roteirista, ator e pesquisador acadêmicocom mestrado em Comunicação e Semiótica, e doutorado em Ciências daComunicação pela PUC-SP e USP-SP. Professor de roteiro na UniversidadeAnhembi Morumbi. Dirigiu os curtas Magia das Tintas, Estações, A Boca doCinema Paulista, Mary Jane, O Fazedor de Fitas Inacabadas e os longasAvesso do Avesso e Expresso para Aanhangaba. Autor dos livros Caminhos de poeirae estrelas e Vivendo de Cinema, ambos editados pela LCTE Editora.


Loucura Pouca é Bobagem

Ontem houve uma grande explosão solar, que provocou uma tenebrosa núvem,

que provocará bloqueios nas transmissões por satélites e outras coisas mais...



O que é isso...



Olha ai os ETs



parte 02


parte 03


parte 04


parte 05


parte 06


parte 07


parte 08



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Anjos Caídos

Sete Comentários Curtos.

1. O governo da Presidenta Dilma está escorregando no lugar comum de todos os outros governos passados que é o da lentidão nas soluções dos principais problemas brasileiros. São graves os problemas, por exemplo, relacionados à educação. Quando é que o governo vai entender que só com escolas de tempo integral, como imaginou o professor Darcy Ribeiro, pode-se salvar o país da barbárie? Gastem o dinheiro que tiverem que gastar, mas criem o caminho para que nenhuma criança fique fora das escolas até completar o ensino completo e depois, por opção, vocação ou desejo, irem para as escolas técnicas e/ou universidades, que deverão ser livres, abertas e dinâmicas. Para isso é preciso de reformar, ou melhor, revolucionar o processo educacional em todo o país. Só pela educação pode-se resolver outro grave problema que nos parece insolúvel: a saúde pública e a preservação de nossa identidade cultural.

2. Um fato que ocupa hoje toda a mídia é as histórias do Dominique e as do Palocci. Um acusado de estupro em um hotel de Nova Yorque e o outro de enriquecimento ilícito. Em que comungam estas duas figuras públicas? Ambos são socialistas de carterinha. Um do partido socialista na França e o outro do partido dos trabalhadores no Brasil. Um é diretor de um banco e outro é Ministro de governo. Ambos estão milionários. Ambos renunciaram ao poder.

3. Quando explodiu no governo do Presidente Lula a história do mensalão, eu ouvi de um jornalista o seguinte relato: ... - O que está acontecendo foi que a eleição do presidente ficou muito cara e o partido estava em frangalhos economicamente. Zé estava em Cuba e na conversa com o comandante relatou a situação econômica do partido e Fidel comentou que não se ataca com pedras blindados de guerra, como não se combate o regime capitalista sem o capital e depois me perguntou: - E agora Zé: Os meios justificam o fim?... No que respondi: - É, tem lógica.

4. Li a notícia que o ex- presidente FHC é o ancora de um filme documentário de longa-metragem, com produção brasileira, que está para ser lançado no mercado ainda esse ano,com opiniões e depoimentos de pessoas e doutores de vários países sobre a venda e o consumo de drogas. Estou muito curioso para ver esse filme... Acho que vai ser um sucesso.

5. A violência tomou de tal maneira a cabeça das pessoas que até o Lobão acha que não é tão grave e doloroso, perto do que o mundo anda sofrendo, um torturador ter arrancado, em um passado não muito distante, algumas unhazinhas dessa turma da esquerda...

6. O cinema brasileiro está em constantes comemorações. São festas e mais festas. Centenas de festivais e mostras por todo país. Todo mundo fazendo cinema. Não é maravilhoso? Só, com raras exceções, os filmes aqui produzidos são exibidos no mercado (cinema e televisão) dominado pela produção roliudiana. Então eu pergunto, quando vejo pela tevê aqueles artistas chiques desfilando garbosamente para as câmeras: o que eles estão comemorando? O seu sucesso pessoal? Não? O nosso cinema? O cinema de todos nós brasileiros é que não é. Então que festas são essas? Como se gasta tanto dinheiro com nada neste país.

7. Às vezes assento-me no sofá com a minha mulher de frente para Tevê que tenho na sala, como qualquer mortal que ama a sua companheira e quer estar do lado dela depois de um dia todo de trabalho.Assistimos aos jornais com o controle remoto na mão. Quando alugamos um filme, vemos um clássico na telinha, raramente vejo os meus filmes, quando não temos nada para ver, assisto ao lado dela um pedaço da novela das oito. Digo um pedaço pois não consigo assisti-la toda. Minha mulher vê, sem muita atenção, a trama como quem lê um romance de amor e dorme entre um capítulo e outro. Mesmo pelo pouco que vejo sei o que se passa o tempo todo na diabólica telinha: do noticiário, aos programas e as novelas, até algumas propagandas vergonhosas nos intervalos. Mas outro dia minha mulher me perguntou se eu estava maluco pois comecei a discutir e brigar com o que eu via e ouvia. Agora tem momentos que a tevê é mágica, principalmente quando ela fala das coisas nossas e retrata com dignidade o nosso povo. A despedida do Ronaldo, brasileiro, popular, gênio da pelota, jogador de futebol, por exemplo foi uma delas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dois em Um


De tempo em tempo
De páginas em páginas
De contos aos cantos
De sombras às sombras
Solene
Espero a partida que vem.

Os homens
num sentimento primário
do sentir e do saber
na complexidade dos códigos contemporâneos
desconhecidos do poder
exilados
cobrem-se de vergonha
totalmente cegos qual Prometeu
sem conhecerem Ulisses
acorrentados
se arrastam sob o domínio
de Penélope
amando o trágico e o cômico
odiando as mulheres e os animais
discernindo
entre o mito e a lenda
jamais
de novo
os novos
novamente
existirão.

NOTÍCIAS

PERU

HUMALA VENCE DE VIRADA E ENCERRA CICLO NEOLIBERAL

O Peru que foi às urnas neste domingo para rejeitar a continuidade da política neoliberal personificada em Keiko Fujimori registrou a maior taxa de crescimento da América Latina no ano passado: 9%. A média de expansão do seu PIB tem sido elevado, da ordem de 7%. Em 2010, sua economia atraiu mais investimentos estrangeiros do que a Argentina.

Visite o site - Artmajeur.com/josesette

segunda-feira, 6 de junho de 2011

NOTÍCIAS

O que é isso Lobão?


Pelo relato do repórter Marco Rodrigo Almeida, na Ilustrada da Folha de hoje, o compositor e cantor Lobão pirou de vez. De crítico da indústria da música e do regime militar, no passado, ele hoje se converteu num direitista bravateiro. Até parece que faz as suas declarações bombásticas para atrair os holofotes. Mas agora ele exagerou.
Durante o Festival da Mantiqueira, ocorrido neste final de semana na cidade de São Francisco Xavier (SP), ele criticou o cantor João Gilberto – que “virou um ser sagrado e nós temos que destronar tudo o que é sagrado” –, atacou Chico Buarque e ainda afirmou que "a MPB é de uma mediocridade galopante”.
Entre aplausos e vaias, o egocêntrico classificou a esquerda brasileira de “gente rancorosa e invejosa". No auge das suas baboseiras direitistas, Lobão afirmou que há “um excesso de vitimização na cultura brasileira... Essa tendência esquerdista vem da época da ditadura. Hoje, dão indenização para quem seqüestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas".
Lamentável!

A Short History of 3D:






The Golden Age of 3D: (Filmes de ficção científica)




3D Technology:




TV digital e a cabo
Por Renato Cruz


Existe pouca competição na banda larga brasileira, e um dos motivos é a cobertura limitada da TV a cabo. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), existem somente 262 municípios brasileiros atendidos pelo serviço. Desde 2000, a agência não vende licenças de TV a cabo. Esse cenário tem prejudicado o crescimento do próprio serviço de cabo: em abril, pela primeira vez, o DTH (TV paga via satélite) passou o cabo em número de assinantes, somando 5,245 milhões, comparados a 5,126 milhões. O cabo conquistou 24 mil clientes no mês e o satélite, 221,7 mil.

Essa diferença torna óbvia a necessidade de se fazer alguma coisa para permitir a expansão desse mercado. Sobre o que deve ser feito, existe uma queda de braço que coloca em lados opostos a Net, controlada pela Embratel, e a Telefônica e a Oi. As duas operadoras locais de telefonia querem oferecer TV a cabo em suas áreas de concessão, o que é proibido hoje. A Net defende a oferta de novas licenças pelas regras atuais.

Ao mesmo tempo em que a Anatel coloca em consulta pública um novo regulamento de TV a cabo, encontra-se no Senado o Projeto de Lei Complementar (PLC) 116, que substitui a Lei do Cabo, de 1995, e acaba com a restrição ao capital estrangeiro no setor. Isso permitiria que a Embratel, que pertence ao bilionário mexicano Carlos Slim, assumisse o controle da Net, e que a Telefônica passasse a ser dona das operações de cabo da TVA.

O regulamento proposto pela Anatel representa uma abertura do mercado antes mesmo da mudança na lei e, com esse argumento, pode ser alvo de questionamentos.

Além de atualizar a Lei do Cabo, o PLC 116 harmoniza as regras para prestação do serviço com as de outras tecnologias de TV paga, o DTH e o MMDS (TV por micro-ondas). Para esses serviços, não existe restrição ao capital estrangeiro ou impedimento às concessionárias locais.

Para o governo, é importante expandir o mercado de TV a cabo por causa do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). O cabo é a principal alternativa de internet rápida aos serviços prestados pelas operadoras fixas. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, considera essencial expandir o mercado para melhorar a oferta de banda larga no País.

Fonte: http://migre.me/4IruO