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terça-feira, 25 de maio de 2010

Poesia


Meu Amor

Infelizmente um morcego pequenino
pretinho e aveludado, escondeu-se
por baixo da escrivaninha do escritório.

Tentei expulsá-lo
colocá-lo de volta em seu hábitat
à noite, livre.

Não tenho coragem de matá-lo
É um mamífero!

Você sabe que as minhas convicções
não me permitem esse massacre covarde

Contanto que outro o faça...
Eu não participando...
Tudo mal...

Sou cauteloso
Mas não mate o bichinho!

Que vergonha!
Não tenha medo
mas se puder jogá-lo para fora
sem machucá-lo...

Deixá-lo à noite
livre, vivo, vampirinho.

Peça alguém do prédio
o porteiro
o bombeiro
o síndico
sei lá!

É preciso arrastar o móvel e tirá-lo do escondido
se não passa a ser a escrivaninha o seu refúgio
o seu ninho de passarinho de veludo

Para sempre
seu alaúde.

Deixei a porta aberta
na esperança que esse quiróptero
saia de fininho antes que apareça alguém

O seu marido por exemplo
na noite finda para te agradar
mate-o torturante de mansinho.
o coitadinho!

Meu amor!
Deixe o bichinho voar.

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