Tropeços com verbos e pronomes
Há quem
diga e escreva “fazem x dias que…” e Eduardo Martins os desasna assim: “Fazer,
quando exprime tempo, é impessoal (não varia: faz dez dias./ Fez dois meses./
Fazia cinco séculos.”
Outros
tropeços são detectados com o verbo haver. Didático, ele dá primeiro o erro –
“haviam” muitos alunos – e depois explica: “Haver, no sentido de existir,
também é invariável: Havia muitos alunos na classe./ Houve muitos acidentes./
Pode haver novos casos de dengue.”
Outro
terreno pantanoso é o do uso dos pronomes. Em “está tudo certo entre eu e
você”, Eduardo Martins explica àqueles que faltaram à aula no dia em que isso
foi explicado: “Depois de preposição, usa-se mim e ou ti: Está tudo certo entre
mim e você´.” Ele não dá o seguinte exemplo, mas é bom recordar: “Está tudo
certo entre você e eu.”
Redatores
nem consultam Manual de Redação
Um outro
caso desconcertante no uso dos pronomes é o do “lhe”. Você baixa o programa de
antivírus e lá vêm as temidas instruções, com os habituais crimes de
lesa-gramática, do tipo “para lhe proteger”, semelhante ao de algumas canções
que apregoam para “lhe amar”. O incansável Eduardo Martins retoma a paciência e
lembra aos enfermos da língua a bula gramatical: “Lhe não pode ser usado com
verbos diretos, pois substitui a ele, a eles, a você e a vocês: Não o conheço./
Nunca a deixarei./ Nós o convidamos./ O marido a ama./ Dois exemplos com lhe:
Pedi-lhe (pedi a ele) o favor./ Ficou contente e lhe (a ele) agradeceu.”
Na
questão das formas verbais, ele ilustra o que prescreve com um exemplo muito
comum: “O Estado interviu”, em que o falante ou escrevente errou a conjugação.
O certo é “o Estado interveio”. “Intervir conjuga-se como vir.” Adiante explica
outros dois verbos em que muitos tropeçam: mediar e intermediar. É errado “A
ONU intermedia conflitos”. “Mediar e intermediar segue odiar: A ONU intermedeia
conflitos./ Empresários medeiam negócios.”
Publiquei por achar boa a explicação.
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