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domingo, 7 de julho de 2013

NOVO CINEMA

PRIMEIRA IMPRESSÃO
TEXTOS E REFLEXÕES
UM NOVO FILME
DE FICÇÃO POLÍTICA
REALIZADO AGORA
UM ATOR/DIRETOR
MAIS
UM FOTÓGRAFO/CÂMERA
NA CIDADE DO CABO FRIO.

(Titulagem)
São tantos os deuses na terra que às vezes me confundo...

Procurando Godod

DEUS E O DIABO

Extratos de Bakunim

Diálogos, monólogos e narração sem descrição de cena:

- INCRÍVEL...
“MY GOOD”!!!
-
PROCURO SER OCULTO
PROCURO SEU SABER
PROCURO VOCÊ.
-
O seu nome - Ouro
O seu destino - Revolução
A sua revisão - Anarquista
-
Os tempos ainda não estão maduros para todas as reformas necessárias.
-
Hoje nós só queremos o triunfo da liberdade e do amor.
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Sopra um vento de revolta em todos os lugares.
-
A revolução é aqui a expressão de uma ideia, lá o resultado de uma necessidade; com mais frequência ela é a consequência de uma mistura de necessidades e de ideias que se engendram e se reforçam umas às outras.

Ela se desencadeia contra a causa dos males ou a ataca de modo indireto.
-
Ela é consciente e instintiva, humana ou brutal, generosa ou muito egoísta, mas de qualquer modo, é a cada dia maior e se amplia incessantemente.
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É a marcha da história.
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É, portanto, inútil perder tempo a lamentar quanto aos caminhos que ela escolheu, pois estes são traçados por toda a evolução anterior.
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Quando o povo se submete docilmente à lei, ou o protesto permanece fraco e platônico, o governo se acomoda, sem se preocupar com as necessidades do povo.
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Quando o protesto é vivo, insiste e ameaça, o governo que é tirânico, segundo seu humor, cede ou reprime.
-
Mas é preciso sempre chegar à insurreição, porque, se o governo não cede, o povo acaba por se rebelar; e, se ele cede, o povo adquire confiança em si mesmo e exige cada vez mais, até que a incompatibilidade entre a liberdade e a autoridade seja evidente e desencadeie o conflito revolucionário.                                                                                                                   
-
Três elementos fundamentais constituem as condições essenciais de todo desenvolvimento humano: o primeiro vem da animalidade humana, que domina a economia social e privada; o segundo constitui-se na ciência nascida do pensamento; o terceiro brilha na liberdade conquistada pela incontinente revolta.
-
A revolução é a repetição contínua, incansável, dos princípios que devem nos servir de guia, na conduta que devemos ter nas diferentes circunstâncias da vida.
-         
A sociedade atual é o resultado das lutas seculares que os homens empreenderam entre si.
-
Entre o homem e a ambiência social há uma ação recíproca. Os homens fazem a sociedade tal como é, e a sociedade faz os homens tais como são, resultando disso um tipo de círculo vicioso: para transformar a sociedade é preciso transformar os homens, e para transformar os homens é preciso transformar a sociedade.
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A miséria embrutece o homem e, para destruir a miséria, é preciso que os homens dominem a consciência e a vontade.
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A escravidão ensina os homens a serem servis, e para se libertar da escravidão é preciso homens que aspirem à liberdade.
-
A ignorância faz com que os homens não conheçam as causas de seus males e não saibam remediar esta situação; para destruir a ignorância, seria necessário que os homens tivessem tempo e meios de se instruírem na sua máxima capacidade intelectual com todo o saber a ele disponível.

Saber que qualquer governo é a consequência do espírito de dominação e de violência que os homens impuseram a outros homens, e, ao mesmo tempo, é a criatura e o criador dos privilégios, e também seu defensor natural.
-
Precisamos abolir de forma radical a dominação e a exploração do homem pelo homem.
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Queremos que os homens, unidos fraternalmente por uma solidariedade consciente, cooperem de modo voluntário com o bem-estar de todos.
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Desejamos para todos: pão, liberdade, amor e saber.
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(Narração cruel nas terras da santa cruz:)                                 
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Sabíamos de pronto que desta dura ficção religiosa e civilizatória nós nada tínhamos a dizer de novo.                                                                                       
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Jeová, que, de todos os bons deuses adorados pelos homens, foi certamente o mais ciumento, o mais vaidoso, o mais feroz, o mais injusto, o mais sanguinário, o mais despótico e o maior inimigo da dignidade e da liberdade humanas.
-
Para me explicar, vamos ao começo de tudo:
Jeová acabava de criar Adão e Eva, não se sabe por qual capricho, talvez para ter novos escravos.  
Ele pôs, generosamente, à disposição deles toda a terra, com todos os seus frutos e todos os seus animais, e impôs um único limite a este completo gozo: proibiu-os expressamente de tocar os frutos da árvore de ciência.
Ele queria, pois, que o homem, privado de toda consciência de si mesmo, permanecesse um eterno animal, sempre de quatro patas diante do Deus "vivo", seu criador e seu senhor.
Mas eis que chega Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestial; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência.
O bom Deus, cuja presciência, constituindo uma das divinas faculdades, deveria tê-lo advertido do que aconteceria, pôs-se em terrível e ridículo furor: amaldiçoou Satã, o homem e o mundo criados por ele próprio, ferindo-se, por assim dizer, em sua própria criação, como fazem as crianças quando se põem em cólera; e não contente em atingir nossos ancestrais, naquele momento ele os amaldiçoou em todas as suas gerações futuras, inocentes do crime cometido por seus ancestrais.
Nossos teólogos católicos e protestantes acham isto muito profundo e justo, precisamente porque é monstruosamente iníquo e absurdo. Depois, lembrando-se de que ele não era somente um Deus de vingança e cólera, mais ainda, um Deus de amor, após ter atormentado a existência de alguns bilhões de pobres seres humanos e tê-los condenado a um eterno inferno, sentiu piedade e para salvá-los, para reconciliar seu amor eterno e divino com sua cólera eterna e divina, sempre ávida de vítimas e de sangue, ele enviou ao mundo, como uma vítima expiatória, seu filho único, a fim de que ele fosse morto pelos homens.
Isto é denominado mistério da Redenção, base de todas as religiões cristãs.
Ainda se o divino Salvador tivesse salvado o mundo humano! Mas não; no paraíso prometido pelo Cristo, como se sabe, visto que é formalmente anunciado, haverá poucos eleitos, o resto, a imensa maioria das gerações presentes e futuras, arderá eternamente no inferno.
Enquanto isso para nos consolar, Deus, sempre justo, sempre bom, entrega a terra ao governo dos déspotas.
O homem ignorando a história para tirar dali os seus proveitos se acha poderoso em suas mentiras.

Os mundos não foram criados, as sociedades não se desenvolveram, as revoluções não transformaram os povos, os impérios não desmoronaram e a miséria, a doença e a morte não foram as rainhas da humanidade senão para fazer surgir uma elite de acadêmicos, flor desabrochada, da qual todos os outros homens nada mais são senão seu estrume.

É evidente que esse terrível mistério é inexplicável, isto é, absurdo, e absurdo porque não se deixa explicar. E evidente que alguém que dele necessite para sua felicidade, para sua vida, deve renunciar à sua razão e retornar, caso seja possível, à fé ingênua, cega e estúpida.

Como pode nascer em um homem inteligente e instruído a necessidade de crer nesse mistério?

Nesse caso cessa toda a discussão e só resta a estupidez triunfante da fé.

Todas as religiões, com seus deuses, seus semideuses e seus profetas, seus messias e seus santos, foram criadas pela fantasia crédula do homem, que ainda não alcançou o pleno desenvolvimento e a plena possessão de suas faculdades intelectuais.

Em consequência, o céu religioso nada mais é do que uma miragem onde o homem, exaltado pela ignorância pela fé, encontra sua própria imagem, mas ampliada e invertida, isto é, divinizada.

A despeito dos metafísicos e dos idealistas religiosos, filósofos, políticos ou poetas, a idéia de Deus implica a abdicação da razão e da justiça humanas; ela é a negação mais decisiva da liberdade humana e resulta necessariamente na escravidão dos homens, tanto na teoria quanto na prática.

É preciso lembrar quanto e como as religiões embrutecem e corrompem os povos? Elas matam neles a razão, o principal instrumento da emancipação humana e os reduzem à imbecilidade, condição essencial da escravidão. Elas desonram o trabalho humano e fazem dele sinal e fonte de servidão. Elas matam a noção e o sentimento da justiça humana, fazendo sempre pender a balança para o lado dos patifes triunfantes, objetos privilegiados da graça divina. Elas matam o orgulho e a dignidade humana, protegendo apenas a submissos e os humildes. Elas sufocam no coração dos povos todo sentimento de fraternidade humana, preenchendo-o de crueldade.

Todas as religiões são cruéis, todas são fundadas sobre o sangue, visto que todas repousam principalmente sobre a idéia do sacrifício, isto é, sobre a imolação perpétua da humanidade à insaciável vingança da divindade.

A severa lógica que me dita estas palavras é muito evidente para que eu necessite desenvolver esta argumentação. E me parece impossível que os homens ilustres, tão célebres e tão justamente respeitados não tenham sido tocados e não tenham percebido a contradição na qual eles caem ao falar de Deus e da liberdade humana simultaneamente.

Proclamar como divino tudo o que se encontra de grande, de justo, de real, de belo, na humanidade, é reconhecer implicitamente que a humanidade, por si própria, teria sido incapaz de produzi-lo; isto significa dizer que abandonada a si própria, sua própria natureza é miserável, iníqua, vil e feia. Eis nós de volta à essência de toda religião, isto é, à difamação da humanidade pela maior glória da divindade.                                                                                               

Deus aparece, o homem se aniquila; e quanto maior se torna a Divindade, mais a humanidade se torna miserável. Esta é a história de todas as religiões; este é o efeito de todas as inspirações e de todas as legislações divinas. Na história, o nome de Deus é a terrível espada com a qual os homens abateram a liberdade, a dignidade, a razão e a prosperidade dos homens.                                                                                                        

Bem, a religião e uma loucura coletiva, tanto mais poderosa por ser tradicional e porque sua origem se perde na antigüidade mais remota. Como loucura coletiva, ela penetrou até o fundo da existência pública e privada dos povos; ela se encarnou na sociedade, se tornou, por assim dizer, sua alma e seu pensamento. Todo homem é envolvido por ela desde o seu nascimento; ele a suga com o leite de sua mãe, absorve-a de tudo o que toca, de tudo o que vê.                                                                                                                                                  

Ele foi, por ela, tão bem nutrido, envenenado, penetrado em todo o seu ser que, mais tarde, por poderoso que seja seu espírito natural, precisa fazer esforços espantosos para se livrar dela, e ainda assim não o consegue de uma maneira completa.                                                                                           
Que um gênio sublime, como o divino Platão, tenha podido estar absolutamente convencido da realidade da idéia divina, isto nos demonstra o quanto é contagiosa, o quanto é todo-poderosa a tradição da loucura religiosa, mesmo sobre os maiores espíritos.

Por sinal, não devemos nos surpreender com isso, pois mesmo nos dias de hoje, o maior gênio filosófico desde Aristóteles e Platão, que é Hegel, esforçou-se em repor em seu trono transcendente ou celeste as idéias divinas, das quais Kant havia demolido a objetividade por uma crítica infelizmente imperfeita e muito metafísica.

A grande honra do cristianismo, seu mérito incontestável e todo o segredo de seu triunfo inaudito, e por sinal totalmente legítimo, foi o de ter-se dirigido a este público sofredor e imenso, ao qual o mundo antigo impunha uma servidão intelectual e política estreita e feroz, negando-lhe inclusive os direitos mais simples da humanidade. De outra forma ele jamais teria podido se disseminar.

A doutrina que ensinavam os apóstolos do Cristo, por mais consoladora que tenha parecido aos infelizes, era muito revoltante, muito absurda do ponto de vista da razão humana, para que homens esclarecidos tivessem podido aceitá-la. Com que alegria também o apóstolo Paulo fala do "escândalo da fé" e do triunfo desta divina loucura rejeitada pelos poderosos e pelos sábios do século, mas tanto mais apaixonadamente aceita pelos simples, pelos ignorantes e pelos pobres de espírito!

O que mais podemos pensar sobre o absolutismo de todos os deuses sobre a terra e os homens?


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