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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As garotas sax do nosso colaborador que cria no seu texto pontilhado solenemente os sons de uma pauta musical

SÓCRATES COMO EPÍGRAFE
Fábio Carvalho

As pessoas que amam a música são absurdamente irracionais.
Gostariam que todos ficassem perfeitamente calados justamente
quando gostaríamos de ser absolutamente surdos.
Oscar Wilde



De novo olhar estes seus olhos me faz voltar a mim. Não é fácil. Basta aprender sambar dobrado. Como você escreve o que já escreveu? Sou eu tocando neste teclado com um domínio violento e carinhoso além de mim. Ave Maria Nossa Senhora. O BARBEIRO DE NITÉROI. Ah! Helena do Almirante, linda flor de Cascadura, juro pela falsidade das mulheres, que faço tudo o que quiseres. Por ti serei poeta e trovador. Apenas uma exclamação já basta. Então foi assim. E agora por onde ir nesta região do Rio que conhecia tão bem, no entanto esqueci. Considerando que ninguém ouviu A NOIVA DO CONDUTOR, muito menos eu, vou resolver a questão deste filme de uma maneira musical sem ficar contanto historinhas para as criancinhas dormirem. Elas que pelo direito mereciam já estar dormindo, bem acomodadas, sonhando em conjunto com todas as outras adultas reunidas nesta acolhedora embarcação solta no mar. Participando ativamente do sono do crescimento salutar. Juntos até jamais. Não quero fazer parte desta e nem de outra rede contrária ao horário da infância, ou melhor, para não perder o fio da meada, que se dane a nossa vizinhança, considerando todo tempo do mundo que já acabou. Acolá ao soar desta clarineta, good lucky my baby, ela pôs meu prato. Night blue. Belo espaguete à putanesca com mangericão. Da Rússia ou da Prússia, pode ser a pergunta e no espaço está havendo alguma invasão, como você continua depois de uma vírgula? Refiro-me àquilo que eu já tinha escrito, ou podemos começar a pensar. Mais uma vez sem saber por que falo no plural. Esses os modernistas que se explodam, eu também, ainda para tudo aceitamos que devemos justificações. Temos que conceder. É uma pergunta. Coloco ponto ou interrogação? Existe o ponto e vírgula, como todos sabemos. Aonde posso usá-lo? Não quero e não aceito. Nem me permito repetir. E ainda tenho que perguntar: para quê? Tenho exasperado para me conter. Chega a ser até fácil com esta cantora cantando esta música. Não devemos dar uma parada tão profunda quanto a do ponto e vírgula, ela disse. Novamente no plural. Ela vai tomar banho, fico só imaginando o que é uma boa para a hora. De novo. Logo ela. A imagem. O cinema brasileiro está tão ruim que só pode melhorar. Pior impossível. Mandou o ROGÉRIO SGANZERLA, há muito para hoje em dia. Quem sabe até o amanhã. Copacabana meu amor. Tudo é importante. A metafísica do bar. Uma serena paciência, que figurava extraordinária exalando deste presidente gênio: ALMEIDA SALES. No paraíso o tempo não corria, e o homem nasceu para viver na eternidade. Disse ele. Todos sempre soubemos, mas tivemos que nos adequar, não encontramos como fugir. Até amanhã sei me livrar do perigo, o pior é que o sol já está nascendo. Como chegar ao samba na sua mais ampla tradução? As lágrimas candentes caíram sobre a sua bela liberdade. De quem, mais uma pergunta sem resposta. Cantantes como o duo feminino quando ali se apresentava naquela inadequação. O submarino está demais. Vou ver se me lembro o que ia escrever. Variadas distrações agradáveis me distraíram e desviaram a minha flecha certeira que lancei naquela recepção. Daqui a pouco acerto ou pelo menos tento. De dentro dos meus olhos e da evolução do fogo nesta aparente paz dominical, enquanto as meninas conversam lá embaixo, vislumbro que almoçar é o melhor a fazer. Vamos ver se ela dá a reabilitação a partir daí. Sonho de mulher. A subida daquela fugidia imaginação fez escurecer aquela tarde que ainda era clara, nada mais que o inconfundível despertar da loucura. Como um homem sobrevive? Não houve nenhuma palavra. Veio o temporal.

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