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domingo, 8 de maio de 2011

Poesia

DUVIDO

Eu não acredito que tudo tem que ter um fim
O fim de tudo só existe se houver um começo
Qual matéria neste mundo surgiu do nada

Para existir a anti-matéria
Precisa-se de um acelerador de partículas
Do tamanho da terra
Ou de um buraco negro
Do tamanho do sol

Você acredita nisso? Duvido!

Eu não acredito que vamos ver o amanhã
Como um rei inseguro em seu castelo de cartas
Como um anjo bêbado tropeçando nas nuvens
O futuro de todas as profecias e de todos os cultos
Na individualidade do sacerdócio e do guerreiro
Não vai ter fim...

Assim a história registra o movimento dos planetas
A gravidade dos fatos a faz esquecer
No tempo e no espaço da memória
Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?

Precisamos de um fim para não nos esquecer
Deixar de ser para tornar a ser
O ovo ou a galinha?
O real ou o imaginário?

Você não quer saber? Duvido!

Eu não tenho de lhe contar o que não se conta
Quanto é a somatória de todos os números
Quantos buracos têm a lua
Quantas manchas têm o sol
Quantas estrelas brilham no cosmo
Quanto cabe de luz em todos os buracos negros
Quantos anos ainda lhe restam

Razão você quer saber mas eu não
Só sei que não sou quem sou
Sou um mutante sem começo
Sem fim pode ser que sou
Silencioso espaço no tempo
Ilusão alguma contempla
Movimento mudo de tudo
Quantas horas ainda
Faltam passar?

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