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sábado, 7 de setembro de 2013

Nothing Hill Gate


PERSONA
Certas coisas não podem ficar escondidas entre as paredes da memória. Elas gritam dentro de nós, pois fazem parte da história e por este motivo não podem ser omitidas, muito menos esquecidas.
Não podemos ficar calados quando nos cometem determinadas faltas graves no processo existencial e criativo a que estamos, dia a dia, submetidos.
Não necessitamos conter elogios a quem nos faz um bem e escárnio ao augúrio de provincianos feiticeiros.
Certas pessoas, geralmente de quem você não espera nada, lhe promove festas, elogios, trabalho e reconhecimento, outras, que você imagina irmã, camarada, companheira de ideias e lutas, te abandonam quando mais você precisa delas.
O desprezo é arma godardiana de quem sabe que é impossível mudar o espírito defensivo e burguês de pessoas que estão caminhando ao seu lado com seus mesquinhos interesses à espreita de uma boa oportunidade para vampirizar a sua luz ou te empurrar para o abismo.
É como diz o ditame popular: quem não pode se sacode e vá achar sua turma... Eu ainda procuro a minha...
As máscaras da traição caem quando menos se espera mostrando a todos o canastrão que ele era ao representar o bom moço que nunca foi.
Mas o pior de todos é aquele que se acha necessário acima de qualquer suspeita para enganar o vizinho e apelar a sua individualidade para atacar o coletivo.
Poderia sujar a memória mil vezes com estúpidas lembranças, mas prefiro estar perto das velhas histórias que ser consumido por novas bravatas ditas por quem eu mal conheço, sentado no bar de um lugarejo perdido, cheirando esgoto ao céu aberto, em um deserto de areia e buracos de caranguejo.
É como disse um amigo ao deixar a cidade: “nunca conheci inferno pior, aqui eu nunca mais volto”. 

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