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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Resposta Não Remetida


Meu caríssimo amigo,
Quando outro dia sai de casa e fui tomar café, um só pensamento me atormentava a cabeça: na cidade: com a eleição se aproximando, não é possível conceber que os vários segmentos sociais não se pronunciem sobre as suas mazelas – habitação, saneamento, segurança, saúde, educação, cultura, etc., são questões sociais que merecem serem discutidas. No meu caso, a política cultural é a que mais me assusta. Preocupa-me pelas visões distorcidas que sobre ela possam existir. Assim passei a nortear o rumo da nossa conversa sobre o que ele achava importante em uma reforma cultural para o próximo governo. Foi ele que me instigou a escrever um manifesto, ele não escreveria, disse-me. Estávamos conversando quando você chegou. Falamos e falamos... Voltei para casa e, de um fôlego só, escrevi aquele texto que lhe mandei. Não achei que estava ali o Manifesto que todos deveriam assinar. Longe disso. Por conhecer o meio em que convivo a mais de 40 anos, sei que é muito difícil, se não impossível, atender a todos os sonhos utópicos de todos os artistas. Mais calar-me jamais!
Quanto as suas observações a respeito de ideologias, não as tenho, elas estão na minha cabeça em constantes mutações. Não acredito em partidos, templos, exércitos e outras seitas... Penso sempre em Trotski e na sua revolução permanente quando observo a vida com a ótica da política de esquerda.
Participei de milhares de reuniões durante toda a minha vida e, da mesma maneira que você informa-me na sua resposta, não acredito no saber cultural do homem político, entregamos cartas, manifestos, com reivindicações e projetos que nunca foram postos em prática. Mas enquanto estivermos vivos continuaremos tentando, não é?
Eu só quis manifestar, no texto remetido, os 7 itens que julgo agora importante de serem discutidos para um projeto novo de política cultural.
Sei que é preciso dar aos candidatos (independente das ideologias de cada um) os caminhos das reformas verdadeiras no necessário incentivo a todas as manifestações culturais da cidade, mesmo sabendo que dificilmente eles conseguirão entender a importância destas reivindicações.
O meu texto (Itajuru) é só um estopim para uma carta urgente dos artistas ao futuro prefeito, nada mais que isso. Pode ser que como todas as outras ela não seja persuasiva e não emocione ninguém, mas não custa novamente tentar fazer a diferença.
Estou à disposição para qualquer conversa e assino qualquer carta e ou manifesto que contenha e defenda os interesses de uma classe tão massacrada como a nossa.
Um grande abraço

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