ABAIXO TEXTOS - CRÍTICAS - ENSAIOS - CONTOS - ROTEIROS CURTOS - REFLEXÕES - FOTOS - DESENHOS - PINTURAS - NOTÍCIAS

Translate

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Texto para um curta-metragem

Esta noite eu tive um sonho...

Sonhei que voltava para Roma.

Mas algo estava estranho com aquela realidade, algo não soava bem...

As imagens estavam desgastadas pelo tempo, como em um velho filme desbotado.

Independente disso sentia-me como um ser eterno, um deus, pois dominava os acontecimentos que me pareciam encadeados.

Sentei-me de frente para o computador neste quarto esfumaçado de cigarros franceses.

Muitas lembranças, poucas imagens...

No fim de tudo como pode cair aquele avião?

O reino da possibilidade é cair no esquecimento do colo de alguém.

Essa é a questão principal dessas minhas rápidas reflexões.

Cair é o primeiro sentimento do vôo eminente.

Depois de cair voa-se.

Assim foi no sonho.

Enquanto voava mil ninfas contemplava.

Tornei-me um pássaro vermelho e sobrevoei o meu quarto de pintor.

Depois voltei a Roma para fazer uma visita ao poeta Murilo Mendes.

Encontrei-me com Borges e Oswald de Andrade nas ruas de Roma.

A eternidade de Roma na história de todos os encontros.

Tomei um gole de uísque e ascendi outro cigarro Gitanes.

Naquele momento, sentado de frente do computador, sonhando, senti que poderia sofrer aquele estalo na epifania de um novo mundo, onde a todos os amigos pudéssemos encontrar quando quiséssemos conversar sobre os deuses e a eternidade.

Quem de nós quer ser eterno? Viver o eterno retorno? Voltar sempre, sempre, sempre...

Consciente ou inconsciente a eternidade pode ser um castigo.




Um comentário:

Eduardo disse...

É o seguinte, eu gostei deste curta,eu achei muito bom,um curta filosófico,eu até interpretei este texto e estou querendo postar no facebook,mas para isso preciso dos direitos autorais de José Sette.Favor me de os direitos autorais para eu poder postar no face José Sette.
Obrigado.