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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

LIVROS


DOIS LIVROS, UM SÓ PENSAMENTO.

Voltando ao meu aniversário, ganhei dois livros no mínimo interessantes. O primeiro da atriz e diretora de cinema Helena Inês e o outro do também cineasta Luis Rosemberg. Dois grandes amigos. Dois grandes presentes. Aconselho a leitura dos dois.
Escrever sobre o livro que reedita os textos críticos de cinema publicado nos jornais de época por Rogério Sganzerla é sempre um exercício de uma revisão histórica de grande parte da minha vida, pois foi através desses artigos, pois só comecei a ler suas críticas no jornal “O Estado de São Paulo” depois que o conheci durante o primeiro e único Festival de Cinema de Belo Horizonte em 1968, lendo os seus textos que um amigo me mandava recortados pelo correio, entre outros textos por ele escolhidos, é que me situei em relação ao cinema que depois vim a fazer. Identifiquei-me também com os seus filmes, mas foi principalmente esse texto, hoje republicado neste livro, textos - rebeldes – oswaldianos - que tanta polêmica provocou no meio intelectual cinematográfico brasileiro, que eu realmente me apaixonei. Devo confessar que tinha uma boa inveja daquele brilhante jovem de Joaçaba que tão bem dominava e tão bem passava, em um texto cinematográfico, tudo aquilo em que ele acreditava. Quando visitei, em sua companhia, sua cidade natal em Santa Catarina, eu entendi o que os retrógados e moralistas, que sempre dominaram o cinema brasileiro, fizeram com aquela mente extraordinária que navegava a vida rápido como raio ou extremamente contemplativo como um solo da guitarra de Hendrix. Rogério era elétrico e estava bem à frente do seu tempo, disso vocês podem ter certeza. É preciso também dizer que se não fosse a guerreira, sua inigualável atriz e mulher, Helena Inês e suas duas filhas, Sinai e Djim, talvez a memória do seu genial companheiro e pai caísse no esquecimento. Este é um livro que deveria ser lido por todos aqueles que amam o cinema brasileiro.
Quanto aos 24 textos e a belíssima dedicatória que recheia o livro “Nietzche Deleuze Arte Resistência, organizado por Daniel Lins, venho lendo pouco a pouco para desfrutar de toda erudição filosófica de seus autores. Venho lendo de acordo com os títulos que me interessam mais. O primeiro foi o primeiro “ A Capoeira, arte de resistência e estética da potência”. Fiz um curta metragem obre dois capoeiristas baianos”Cidade da Bahia” e sei muito bem onde o texto de Camille Dumonlié quer chegar. Depois li o texto de Rosa Maria Dias sobre Lupicínio Rodrigues e o Ressentimento. Estou para ler um texto de Jacques Rancière com o sugestivo título “Será que a arte resiste a alguma coisa?” e assim aos poucos vou devorando com prazer esse banquete filosófico e a cada página degustada lembro-me do Rosemberg olhando para os meu olhos querendo me dizer: - Você precisa conhecer mais o pensamento de Deleuse sobre o cinema... ele é único e original! E tudo isso foi feito e publicado no estado do Ceará e sua universidade federal. Todos estão de parabéns, foi um belo presente.

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