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terça-feira, 20 de abril de 2010

CONTO

Gabriel aproxima-se do pai e diz no seu ouvido:
- Pai o senhor está muito excitado, é preciso ficar mais calmo, se não pode ter um troço...
Demóstenes, se acalmando, volta a se sentar na cadeira, para de falar e fecha os seus olhos.
Marcos:
- Pai, você tem razão em tudo que disse a meu respeito. Confesso que exagerei ao querer colocá-lo na clínica. Gabriel tinha razão. Nesta hora a família deve estar unida.
Mas você ficou em um estado deplorável depois que o médico lhe deu a notícia...
Demóstenes:
- Fiquei sim, meu filho. Foi incontrolável... Mas tenho uma boa notícia pra vocês: eu estou curado!
Marcos:
- Pai, este capacete não está lhe incomodando?
Gabriel:
- Marcos deixa o velho um pouco quieto, se não vamos atrapalhar a sua recuperação...
Demóstenes:
- Não posso descansar... Preciso dar umas instruções a vocês dois... Silêncio.
No quarto do hotel Mariana e Julio entram no mesmo quarto onde tem uma cama de casal. Mariana coloca a sua estranha mala em cima da cama. Julio deita-se na cama enquanto Mariana vai até o banheiro. Júlio ascende um cigarro e olha para aquela bolsa que está na cama.
Júlio, falando alto:
- O que você carrega nesta estranha bolsa?
Mariana no banheiro:
- É a encomenda que temos de entregar amanhã...
Júlio:
- Posso ver?
Mariana:
- Pode.
Júlio:
- Então vou abrir...
Eu quero dizer que só sai do barco depois que os meus dois auxiliares me trouxeram o novo endereço onde eu poderia encontrar Demóstenes. Tomei um gole final no meu conhaque e sai para o resgate do objeto perdido há mais de 60 anos atrás. Foi durante a II grande guerra que se deu o fato. Um pequeno circuito eletro-atômico unia o pensamento de duas pessoas e fazia que ambas refletissem sobre os seus atos, tanto para o bem quanto para o mal, potencializando toda a energia do corpo. O circuito dava poderes extra-sensoriais a quem o colocasse sobre a cabeça. Pareciam duas moedas de ouro. No norte da áfrica, perto do Saara, dois soldados alemães da SS acharam duas moedas desconhecidas nas areias do deserto. Iam participar de uma investigação em busca de fugitivos da gestapo, na pequena cidade de Agadir, ao sul do Marrocos. Os dois soldados esconderam as moedas em seus capacetes. Na busca de um grupo de fugitivos da resistência francesa, bateram muito, com uma explosiva violência sobre-humana, em um informante da polícia e mataram, sem piedade, invadindo as casas da cidade, alguns árabes inocentes. Diante de tamanha barbaria insurgiu um movimento de vingança comandado por alguns árabes rebeldes, e assim, com mais alguns mortos, os dois soldados foram massacrados pela população em fúria. Passaram-se todos esses anos e só agora descobrimos o destino dessas extraordinárias moedas...
Demóstenes esta novamente excitado e anda, de um lado a outro da sala, na casa do seu filho Gabriel.

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