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domingo, 15 de dezembro de 2013

LOUCURA POUCA É BOBAGEM

LOUCURA POUCA É BOBAGEM


Planeta que possui Anel ficará bem próximo da Terra dentro de seis meses.

O planeta Saturno, aquele que possui um anel em sua volta, se aproximará da Terra e poderá ser visto de qualquer ponto do mundo, inclusive do Brasil, sempre no período da tarde, é o que confirma a Agencia Espacial Americana. 

No entanto, segundo a NASA, a aproximação de Saturno com a Terra não acarretará prejuízos ao planeta, muito pelo contrário. "Será como um casamento, Saturno vem com seu anel se casar com a Terra", disse Sebastian Smith da NASA. 

Embora a NASA descarte a possibilidade de um choque entre os dois planetas, alguns religiosos americanos acreditam no fim do mundo. O Pastor Richard, da Igreja americana "God is ten percent" acredita que Saturno está sendo empurrado pelo diabo para acabar com a Terra, e que as pessoas devem buscar sua igreja para serem salvas.

Saturno deve se aproximar da Terra dentro de seis meses e poderá permanecer nas redondezas do nosso planeta por pelo menos 2 anos. 


A Maconha é oficialmente legalizada no Uruguai, mas no Brasil... Um levantamento do Instituto Nacional de Política de Drogas e Álcool e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) aponta que cerca de 1,3 milhão de brasileiros são dependentes de maconha. A pesquisa também abordou o nível de aprovação dos brasileiros à legalização da maconha e, de acordo com os dados, 75% da população brasileira são contra a legalização da droga, 11% se declararam a favor e os demais ou não souberam responder ou não quiseram.


Quanto a isso, em São Paulo, o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, que afirmou que proibição do uso da maconha implica gangsterismo, comentou:

- “Fiquei surpreso! Somente uma ‘elite’ de 3% do Brasil fuma maconha?! Logo os 97% da população deveriam calar a boca, pois não sabem do que se trata, têm um preconceito sobre uma substância que nunca experimentaram.
Fumo desde 1968. Estou com 75 anos, fumando um enquanto escrevo este texto. Para mim é uma planta sagrada. Além do mais sou cardíaco, preciso de uma receita pois a maconha é vasodilatadora, como o vinho.
Acho a maior falta de espírito científico esta pesquisa tratar desta preciosidade da botânica como uma questão de dependência quando ao contrário é uma substância libertadora de nossa “Consciência Positivista”, na realidade nosso Super Ego-Moral.
Ela nos põe em contato conosco e com nosso entorno como fenômenos sem rótulos. Os papéis, as couraças, as máscaras da sociedade careta de espetáculos, se dissolvem.
Para mim sempre foi uma musa inspiradora. Acordo de manhã fumo um e tomo guaraná em pó para equilibrar, e meu dia começa.
E não me sinto dependente quando não tenho. Passo às vezes até por um certo jejum para desfrutar de novo como uma virgem, da sagrada Canabis.
É um absurdo que 3% da população fume e tenham sido armados exércitos para combatê-la, pois proibição implica em gangsterismo, como em Chicago dos anos 20″.


Carlos Sepúlveda
Surpreendi-me, numa incerta madrugada, a cogitar sobre esta mania absolutamente improdutiva de viver com o pensamento e de escrever. Parece uma obstinação inútil esta forma de apartar-se do mundo. Pois quando mergulhamos no pensamento acordamos um ego diferente daquele que habita nossos dias. Falo do ego-pensante.
O pensamento parece uma “coisa” além dos nossos sentidos, até mesmo do sexto de nossos sentidos que é o senso comum. O pensamento-coisa vai se desenrolando em frases sutis, aparentemente desconexas, mas que, de repente, formam algum sentido, quase sempre repetido de algum pensador ilustre que pensou antes de nós. Mas o prazer de se saber próximo dos grandes filósofos e pensadores como uma ressonância de leituras passadas, ainda assim é um imenso prazer. Boa parte de nossa cultura é feita de esquecimento que é, afinal, uma forma de lembrar…
A verdade é que pensamos pouco, pouco e mal, sobretudo no Brasil. Temos uma espécie de preguiça para as especulações, principalmente as filosóficas. Não basta a presença da morte ou o mistério da natureza, do mundo. Sabemos que ele existe antes e depois de nós, resiste ao tempo, e resistirá sempre, até que deixe de existir, coisa que jamais seremos capazes de ver ou de saber.  
Este sentido de urgência é uma praga da modernidade. As coisas sempre passam por nós porque não temos disposição nem tempo de pensar nelas.
Falei de prazer: quero dizer prazer intelectual. Esse prazer solitário que não se pode comparar com uma sexualidade oprimida ou perversa, mas com uma espécie de fruição incomunicável. Aliás, este identificação inconsciente veio de Freud, uma autor genial que lemos e que nos rouba a felicidade. Afinal, a ingenuidade é proibida no mundo dele.
Quem pensa como um pensador está condenado ao silêncio, à solidão, ao solipsismo. Algumas vezes, à loucura, como Nietzsche.
Confesso que já tentei, inúmeras vezes, deixar de pensar e dedicar-me à vida ativa, a vida da competição feroz pelo bem metal, mas logo passa. As vezes em que ela resultou de alguma empreitada empresarial, conheci o desastre da quase falência. Desisti, para o bem (ou os bens) de minha família.
Hoje, minha velhice progride rumo à terra ignota, ao Desconhecido. Prefiro continuar pensando as coisas que meus livros me ensinam, na mais feliz e produtiva solidão, incomunicável como uma ostra, exceto por estas colunas, cuja amizade delicada  meu amável editor me concede e permite, como uma dessas humildes delicadezas que a vida nos prepara e para as quais nunca estamos efetivamente preparados.
Também aprendi, na dureza do cotidiano, que ninguém escapa ao naufrágio das ilusões, nem você, gentil leitor, nem eu.
Ou, como ensina Riobaldo, o jagunço de Grande Sertão: veredas. Quem moi no asp’ro, não fantaseia.
Isso talvez seja a razão de escrever. Muito além de uma possível pedagogia dos bons sentimentos, e deles está cheio o inferno, escrever é uma forma de excretar. Por isso o escritor é quem excreta quem se livra dos resíduos alimentares do tempo, por vias mais educadas do que a do clássico excremento orgânico.
Escrever não se limita a uma profissão, é mais uma vocação sem finalidade prática senão a de narrar o inenarrável, com o fito de partilhar com o leitor um destino comum, passageiros que somos do mesmo mundo.
Acho que é por isso que escrevo. Para realizar uma tarefa completamente inútil.


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