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domingo, 20 de março de 2011

O FILME QUE ESTÁ FALTANDO SER VISTO
MATA E SILVA;ROGÉRIO SGANZERLA; JULIO BRESSANE; ROLANDO MONTEIRO; JOSE SETTE; TONI NOGUEIRA E A UMBANDA DO BRASIL; AS INSCRIÇÔES PRÈ-HISTÒRICA NOS TRAÇOS DE PEMBA DO TERREIRO DE CABOCLO EM ITACURUÇA NO RIO DE JANEIRO. VASSORINHA DAS ALMAS; ENCANTOS BRASILEIROS. MELEAGRO CINEMATOGRÁFICO.

Em outra oportunidade eu conto toda a história dessa época quando reencontrei o cineasta Rogério Sganzerla e sua mulher a atriz Helena Inês.



SETE PENSAMENTOS IMPERFEITOS

O mundo seria bem melhor se acabasse com a estupidez capitalista de diferenciar os homens pelo seu poder financeiro ou seu status social.

Marx seria mais bem entendido se não houvesse a ditadura do proletariado.

Os movimentos populares em todo mundo carecem de liderança. Não há o que liderar.

Só o estudo, a leitura, o conhecimento e a cultura, transformam a identidade de uma sociedade para o bem ou para o mal.

Há três tipos de fome: a fisiológica; a mercadológica; a circunstancial. Todas são insaciáveis.

Há três tipos de homens: o trabalhador; o religioso; o intelectual. Não confio em nenhum dos três.
Há três caminhos a seguir: à esquerda; à direita; em frente. As três dimensões do inatingível.


UM NOVO FILME DE AUTOR E DE ARTE

Como filmar James Joyce, o mais revolucionário criador de todos os escritores modernos, sem falar de toda sua obra?
Como falar com propriedade a respeito de uma obra e de um ser complexo, misterioso, pouco conhecido, que desafia o imaginário do leitor mais preparado, do intelectual mais fino, se não através de um filme.
Como descrever esses labirintos estéticos, lingüísticos e culturais que transformam o compreender e o poder dos homens, tarefa de Hércules e desejos de poucos, em uma única história?
Vejo um novo romance nascendo dentro do filme e a partir de uma estética expressionista, que é à base do meu cinema, em contraponto à marca realista do lado pessoal perturbador dos seus personagens se confundindo com o próprio autor, um aristocrata irlandês que tinha por lei o exercício da solidão.
Terminei o roteiro, um pouco ansioso com o resultado, tímido perante a grandeza desta ousadia literária em nome da liberdade de criação e do cinema.
Posso dizer que esse trabalho de criação foi uma catarse iniciada quando li pela primeira vez o livro de contos Dublinense, que habitava inerte na minha biblioteca há muitos anos.
Assim, a maneira de Ulisses, eu demorei 15 anos para dar esse salto no deserto.
Aqui está pronto o primeiro tratamento deste filme-romance-debochado-de-arte.
Foi concluído com esse texto o primeiro passo para a sua realização cinematográfica.
Não é um roteiro tradicional, dividido em sequências e planos, com definições dos movimentos de câmera. Mas é sim uma narrativa complexa de imagens e sons romanceados que creio fará jus a quem me inspirou a escrevê-lo.
Assim cabe aos que nele vão trabalhar, com os seus talentos, imaginarem como deverá ser a trilha sonora, a fotografia, os efeitos futuristas, a cenografia abstrata, os figurinos centenários, pois por mais pobre que seja a produção o roteiro pede especial atenção para esses itens.
O ideal seria levantar algum dinheiro para produzi-lo... Entrar em algum edital?
Quando penso nisso, tudo se torna distante e sinto o tempo perdido.
Quando acabo de escrever uma idéia eu já sinto a falta de iniciar de imediato a sua pré-produção – as escolhas e convite aos atores, discutir o desenho da fotografia e do som e me divertir em uma leitura comentada do texto... Estou cheio de tesão para começar o filme, gosto muito do roteiro, e principalmente excitado só em pensar em editar o material – um bom filme é no fim de tudo a sua edição.
Tenho a visão de três orçamentos para a realização deste filme: o primeiro zero, ou seja: fazer o possível sem orçamento; o segundo médio, com orçamento suficiente para dar um troco a cada um e levar a filmagem sem passar dificuldade e o terceiro o que eu acho que este filme merece.
Mas no Brasil, todos nós sabemos, as coisas são lentas e às vezes eu vou brochando pelo caminho. Estou disposto a qualquer esforço imediato para tirar esse filme do papel.

QUEBRANTO
Um filme futurista brasileiro inspirado e transmutado da obra do escritor irlandês James Joyce.

INTRODUÇÃO:

Personagens principais:

1. João (jovem (19 anos) e depois maduro (35 anos), usando bigode fino e óculos; velho, 80 anos, barba, branca, óculos e roupa preta) (João pode também ser interpretado por três atores diferentes):

2. Menina do metrô de luz (jovem (20 anos), de rosto angelical):

Coadjuvantes:

1, 2, 3. Mãe, Tia e Beata (as três irmãs) – Atrizes a serem convidadas: VERA BARRETO, HELENA INÊS, MARIA GLADYS

4. Tio (velho): ator a ser convidado - OTÁVIO III

Extras:
1. João (menino de uniforme colegial, 10 anos usando óculos):
2. Capitão (60 anos) - ator a ser convidado: PAULO CÉSAR PEREIO
3. Repórter TV (jovem):
4. Mulher na janela (40 anos) - atriz a ser convidada: MARIANA MORAES
5. Jovem corretor:

Observações iniciais sobre a cenografia, os figurinos e a fotografia do filme:

O cenário acompanha a época, ou melhor, o século. Um cenário Futurista.
Uma parede no cenário não é um fundo neutro, mas negro, com traços de luz expressionista - pode até ser pintada, como um grande telão surreal, ou ver-de-croma, em algumas sequências (p.ex. metrô de luz).
A ação dramática acontece entre paredes de vários formatos de luz: tijolos; cimento; barro; desbotadas; desgastadas; manchadas; de pedra ou de madeira. Em síntese: o metrô de luz que é feito em cromo e as paredes, são os únicos cenários de fundo em todas as cenas internas do filme.
Os outros objetos, que compõem o ambiente e que estão de frente das paredes existem e são trabalhados na ação.
Eles são vistos, excetuando-se o caixão, que é uma sombra projetada como facho de intensa luz branca.
Esses mosaicos de painéis abstratos formam no seu todo um ambiente futurista dos anos de 2011 até 2111.
A roupa do Velho João é preta e surrada.

Algumas palavras em desuso usadas no roteiro.

Dicionário do Houaiss:

Quebranto – suposta influência de feitiço, por encantamento à distância.

Esgalho – ramificação, divisão; resto do ramo que permanece no tronco.

Contubérnio - convivência sob o mesmo teto; grupo de pessoas que coabitam; familiaridade, intimidade, camaradagem.

Gnômon – objeto que, pela direção ou pelo comprimento de sua sombra no plano horizontal, indica a altura do Sol ou da Lua acima do horizonte e, por conseguinte, a hora do dia.

Simonia – compra ou venda ilícita de coisas espirituais (como indulgências e sacramentos) ou temporais ligadas às espirituais (como os benefícios eclesiásticos).

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