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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


Estupores
Sergio Santeiro


Ela não gosta que eu me deite sem banho tomado na cama

Imagina cheirando a cerveja

Vi as botas no cavalo branco

O horizonte é uma linha virtual

De costas a bicha tinha uma anca de vaca

Deixou-me a mim e às contas

A minha gata acha que é gente

O problema não é a burrice é a presunção

O de baixo no de cima

Os bombardeios da vida nos empurram para as barricadas

Ficas roçando meus olhos e não queres nem que eu pisque

Não mordo só lambo

A tua dissonância atrapalha o meu acorde

Prefiro jogar damas nas praças

Beber não é a solução é só um caminho

Que venham as drogas e as cachaças eu as rebaterei na soleira da minha porta

Não se deve beber em casa

A casa é o repouso do guerreiro no remanso do lar

A vida se complica

A perfeição é tu gozares com o meu gôzo

É tu jorrares com o meu jôrro

E faça como eu engole tudo

O maior palavrão brasileiro é inconstitucionalìssimamente

Quando começa a curva não se sabe como acaba

O que há de mais súbito é o tombo

Mais um é mais um

Não se deve dar mole pra piranha

Só dou se casar

Essas meninas deviam vir mamar aqui no velho

Elas me escapam

Vou acabar comendo a minha gata

Tenho menos telefones do que gostaria

Subirei sorridente o cadafalso se me condenares

Pedaços também satisfazem

Não lhe quero tirar nada, ao contrário

Pareces a chama de uma vela

Eu quero virar você pelo avesso

Bacalhau não combina com lentilhas

Não se esqueça de me esquecer

A minha já era a tua que se cuide

Um convite teu ninguém recusaria

Mesmo sem gostar podia dar

Apertem os cintos o mundo vai decolar

Vamos nos mergulhar

A vida é surpresa

Metade de mim discorda de metade de mim

Formas são fluidas não são fôrmas

Ver sem tocar é ruim tocar sem ver é sublime

Compulsivo sim compulsório não

Que tanto falas ninguém te perguntou nada

(santeiro@vm.uff.br).

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