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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Prosa Poética

INFÂMIA

Um amigo me perguntou, de pronto, quem no mundo era digno da minha admiração?

Quem havia me mostrado o caminho da salvação e da arte? Quem, entre tantos textos, em todos os meus anos de vida, eu negava seguir?

Respondi, sem pestanejar a capciosa questão: - Não é quem, é o que. Nego amando a religião, o oculto, o romantismo e o épico barroco do Padre Vieira.

O poeta brasileiro, mineiro, católico, Murilo Mendes, que nasceu no dia 13 de maio e quando criança viu o cometa cortando o céu de sua casa, escreveu que na idade do serrote se descobre o amor, desfolhando-se da vergonha de ser, em si, toda a solidão do mundo.

A cantora francesa Piaff, uma miserável deusa, uma bruxa desengonçada que muitas vezes me encantou e me embalou em sua revolucionária interpretação do romântico e libertário cancioneiro francês.

O poeta português Camões é o náufrago da língua portuguesa, pois me deixou órfão em sua genialidade poética, sendo muito difícil se desvencilhar de suas armadilhas, de seus encantos lusitanos e das redondilhas de seus sonetos.

E têm muitos outros que só de pensar fico enjoado.

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