ABAIXO TEXTOS - CRÍTICAS - ENSAIOS - CONTOS - ROTEIROS CURTOS - REFLEXÕES - FOTOS - DESENHOS - PINTURAS - NOTÍCIAS

Translate

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

NOVO FILME DE JOSE SETTE


QUEBRANTO

Meu próximo filme a ser filmado em Agosto e produzido pela CAVIDEO

O Primeiro Passo

Durante muitos anos eu possuía na minha pequena biblioteca três livros escritos por James Joyce. Confesso que sempre que começava a ler desistia de continuar. Não conseguia acompanhar a sua intricada narrativa. Assim Ulisses, Dublinense, Retrato do Artista Quando Jovem e também um Estudo sobre o romance moderno com textos de Ezra Pound, Umberto Eco, Ítalo Svevo, Richard Ellmann, onde encontrei o seu Giacomo Joyce, ficaram adormecidos nas estantes.

No ano passado (1998), numa noite de insônia, devorei “As Irmãs” o primeiro dos contos de Dublinense e fiquei extasiado com o que eu acabara de conhecer. Depois foram vindos de roldão os outros 14 contos restantes.

Apaixonado, pela tardia descoberta, debrucei-me na vida e na obra do renomado escritor, primeiro com os ensaios dos autores acima citados e depois com algumas pesquisas feitas pela internet, podendo assim experimentar o prazer de degustar o texto e a poesia inocente e indecente do “Retrato do Artista Quando Jovem” e depois, finalmente o colosso de “Ulisses”, o que mais demorei a ler, o mais difícil de ser decifrado.

Como a minha letra, o meu texto, a minha poesia, é composta por imagens e sons, resolvi fazer um esboço do que eu havia visto e daquilo que mais havia sensibilizado os meus ouvidos em todos os textos do genial escritor. Frases soltas, deste ou daquele momento retiradas do romance ou dos contos, poemas, e todo erotismo fantástico deste anárquico e misterioso ser, foram enchendo páginas e mais páginas de papéis com a minha confusa caligrafia. No final dessa maratona enlouquecida eu já tinha esboçado o desenho do que viria a ser o primeiro tratamento do roteiro de um filme. Comecei de pronto a ordenar e a digitalizar a urdidura, a trama, que aos poucos, como peças de um quebra-cabeça, tomavam a forma da história que deveria ser contada.

Assim nasceu “Quebranto”. Um filme das alucinações de Giacomo no seu um século de vida. Giacomo é James, que pode ser João, o nome que dei ao nosso personagem.

O roteiro, que ainda não foi dividido em planos e sequências, começa com a apresentação dos três tempos de vida do João, o principal personagem desta história: CONTUBÉRNIO, GNÔMON, SIMONIA...

Na ânsia de colocar, em imagem e som, parte o que eu estava sentindo nesta indescritível aproximação de parte da obra deste extraordinário escritor, fiz um clipe poético caseiro de três minutos que está postado no Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=p9fn14-Xbn4

Não sei se nesse primeiro momento concretizarei o meu intento que é abrir o caminho de uma produção cinematográfica para a realização deste filme. Mas, pelo menos, é um começo e sei que não se atravessa um deserto sem se dar o primeiro passo.

Nenhum comentário: