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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

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CUBA LIBRE

TEXTOS cinematográficos de NOILTON NUNES
sobre o seu filme feito com Silvio Tendler o
grande documentarista brasileiro.

De 25 a 29 de novembro, no Arquivo Nacional (Praça da República, 173, Centro)Paraíso tropical, cidade partida, berço do samba, capital da bossa nova. São tantas as designações que se poderia achar que estamos falando de vários lugares do Brasil. Mas trata-se de um só: o Rio de Janeiro. Polo de cinema, cultura, esportes e turismo e um dos principais centros econômicos do país, o Rio de Janeiro foi escolhido como tema do REcine 2013 – 12º Festival Internacional de Cinema de Arquivo, que acontece em novembro, no Arquivo Nacional, com entrada franca, e terá como atrações as mostras informativa e competitiva de filmes, debates, oficinas e a Revista REcine nº 10.O marco inicial do cinema brasileiro está fincado na cidade do Rio de Janeiro, graças à câmera do italiano Alfonso Segreto, que se deslumbrou filmando paisagens, acontecimentos políticos e eventos sociais na virada do século XX. A primeira exibição de filme no país aconteceu na Rua do Ouvidor, em julho de 1896. Nomes importantes para o desenvolvimento do cinema nacional fizeram do Rio sua base de operações, como os empresários Pascoal Segreto, Francisco Serrador e Adhemar Gonzaga, o fundador da Cinédia.O ingresso do país na modernidade se manifestava na construção de salas de cinema e teatros, em meio às reformas “civilizadoras” pelas quais o Rio de Janeiro passava.Foi também em terras cariocas que o movimento do Cinema Novo se desenvolveu e partiu para ganhar o mundo. O cenário para diversos filmes estrangeiros, que idealizavam ainda mais a cidade maravilhosa com romance e aventura, também nos mostrou, em preto & branco e em cores, as desigualdades e os problemas desta nação brasileira.Um Rio inspirado de amores, tragédias, política, o Rio de Machado de Assis, Nelson Pereira dos Santos, David Neves, Cacá Diegues, Nelson Rodrigues, de várias histórias e personagens e múltiplas imagens. É essa riqueza de tons e encantos que o REcine vai apresentar, em filmes que tenham a cidade no roteiro, documentários, cinejornais e raridades cuja temática gire em torno do cotidiano e de fatos ocorridos em solo carioca. Nada como um cineminha depois da praia!O REcine vem se destacando nos últimos anos por trazer ao grande público a discussão sobre a preservação do patrimônio audiovisual brasileiro. Além das mesas de debates, compostas por especialistas em conservação de acervos audiovisuais, o festival promove também oficinas gratuitas de vídeo e preservação.

Só hoje, feriado, dia da Consciência Negra, consigo parar e escrever sobre o que aconteceu em Fortaleza no I Festival Internacional de Biografias.
Vou começar relatando o momento de maior emoção que eu vivi lá.
Terminada a exibição do filme sobre Silvio Tendler, no debate com o público, notei na platéia a presença de um senhor bem mais idoso do que eu, numa cadeira de rodas. Estava ele junto de uma senhora com feições comparáveis as das santas de pinturas renascentistas. Então comentei o fato de que nos ultimos meses pude constatar durante o processo de gravações, edições e viagens para o filme A Arte do Renascimento, as dificuldades de locomoção para se exercer o direito de ir e vir e as necessidades permanentes de apoios aos portadores de alguma deficiência física, como é o caso  do meu amigo Silvio, atualmente cadeirante.
Aproximei-me do senhor e com o microfone nas mãos perguntei o que tinha feito ele sair de casa para vir ver nosso filme.
A senhora, mulher dele, santamente antecipou-se e respondeu emocionada:
Há mais de um ano que ele não saia de casa. Muito obrigado!
Fiquei arrepiado e o senhor completou:
- Um amigo me disse que no filme tem o Brizola cantando o Hino da Independência, o Darcy Ribeiro discursando no entêrro do Glauber Rocha...
Eu pedi a minha mulher para me trazer... Minha mulher é uma Santa!
A cena foi fartamente documentada e peço aos meus amigos da organização do Festival para me enviar algumas fotos e o se possível com o nome daquele senhor e daquela Santa. Bem, o Festival foi nota 1000.
Vou soltar aqui algumas frases que ficaram rodopiando pela minha cabeça. Nem todas foram ditas durante os debates oficiais. A maioria só apareceu depois de muito vinho, cerveja e farta alimentação nos muitos almoços e jantares com os ventos soprando as velas do Mucuripe ao longe. É proibido Proibir! Biografias livres, leves e soltas são liberdades de expresões garantidas pela Constituição. O Gil no Pânico na Tv ficou mudo, calado, precisando de 300 mil por mês para sustentar seu império. Obama depois que deixar a presidência dos states vai virar biógrafo da Dilma, da Merkel... O Roberto Carlos deve estar tão pobre que não pode ver um navio passando. Embarca logo para cantar e passar o chapéu... Dizem que ele tem uma amante aqui em Fortaleza. Dizem que é uma camareira que trabalha num famoso hotel. Lá vinha a Paula. Dja já foi... E o Chico? Esqueceu? Nossos ídolos, os criadores das melhores trilhas sonoras das nossas vidas estão manchando suas biografias na reta final... Tudo! Isso regado a belos filmes e espetáculos musicais, Macalé, Mautner... Mas, o melhor de todos os shows foi o do biógrafo censurado Paulo Cesar. Ele cantou dezenas de sucessos da nossa musica popular, especialmente os do Rei, acompanhado pelo coro dos seletos privilegiados convidados.Viva Fortaleza, Viva o Ceará.

UM ABSURDO CONTRA O CINEMA BRASILEIRO


From: Sylvia.Naves@cultura.gov.br
To: noiltonunes@hotmail.com
Subject: PASSAGEM PARA CUBA

Prezado Noilton Nunes

O Secretário Mário Borgneth agradece os bons votos transmitidos relativos à sua gestão frente a esta Pasta.
Com relação ao seu pedido de apoio para o senhor e Silvio Tendler participarem do Festival  de Havana sinto comunicar que desde 2009 a SAv não tem mais esta linha de apoio. As passagens para países estrangeiros
são emitidas a partir de uma seleção dos postulantes até final de agosto de cada ano. Em 2013 encerramos o programa em 30 de agosto.
Mesmo assim consultamos nossos parceiros :  o Itamaraty, a ANCINE e o Departamento de Relações Internacionais sem sucesso.
Cordialmente
Sylvia Bahiense Naves
Chefe de Gabinete
Secretaria do Audiovisual - MinC

Sylvia, que tristeza, que atraso... desde 2009 a SAV não tem mais essa linha de apoio???
Se um Festival como o de Cuba seleciona um filme em novembro, claro que no final de agosto, o cineasta não poderia pleitear nada...
Se o programa foi encerrado em 2013 fica a pergunta:
O cineasta selecionado vai para Cuba a pé ou nadando?
Que Ministério da Cultura é esse? Que SAV é essa?
Vou me manifestar nas ruas contra essa cegueira audiovisualesca nacional.
VOU PEDIR PARA A PRESIDENTA DILMA CORRIGIR ESSA FALTA DE VISÃO, JÁ!
 Noilton Nunes <noiltonunes@hotmail.com>

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