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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ROTEIRO CINEMA

SOLITUDE

Releio, nestes dias de tédio, um livro que me marcou muito quando o li pela primeira vez na minha adolescência: Trata-se do melancólico texto “Dublinenses” de James Joyce.

Sempre quis filmar o conto “As Irmãs” em contraponto a outro conto “Um Caso Doloroso”. Sairia dessa união, acredito, um filme extraordinário de longa metragem sobre a solidão humana – SOLITUDE – roteiro que acabo de escrever e que o autor na certa aprovaria.

SOLITUDE - Um decifrador de imagens em um só enigma literário chamado cinema.

A supressão do movimento, a paralisia - antítese do cinema - que faz parte de sua estética literária, tornou os escritos de Joyce, por sua densidade narrativa, sua inventividade lingüística, até hoje uma novidade, como assim também o é Guimarães Rosas, os dois são de difícil adaptação cinematográfica.

Filmar os dois contos, os dois textos, adaptados para os dias de hoje, em uma mesma história, é um desafio que sempre me excitou. Nunca pude fazê-lo.

No meu filme Amaxon, tratei o mesmo tema da solidão só que do ponto de vista poético-feminino. Porque não agora usurpar toda a carga emocional do bancário James Duff, misturado ao fracassado padre James Flynn, nesta nova história onde se mistura de amor, rebeldia, inércia e solidão?

Vocês que conhecem o livro e já leram esses dois contos, acreditam que o senhor Duff é a mesma criança que visita o padre Flynn e que depois de velho, na solidão do seu quarto, revive as duas histórias..., você acha ser isso possível?

Pois bem, meus amigos, eu achei aqui, se me permitem, saídas para outras concepções de linguagens cinematográficas ainda não experimentadas na construção desta idéia.

Aguçando a visão, da mesma maneira que fez Jonh Huston no seu introspectivo e último filme "Os Vivos e os Mortos", baseado no livro “Finnegan`s Wake” de James Joyce (depois descobri que o filme foi baseado no conto "Os Mortos" do mesmo ivro Dublinense) e com a grande lente de aumento do cinema de invenção, revivendo uma fotografia de claros e escuros, realçando uma representação expressionista, posso filmar os atores de “SOLITUDE” da mesma maneira que Huston, sem perder a alta carga dramática, o calor humano e a mais profunda lucidez encontrada nos textos inconfundíveis deste grande autor irlandês.

O Roteiro está pronto e registrado, só me falta agora um produtor de visão que se possa se interessar em investir na liberdade da boa arte cinematográfica expressa neste filme poético do reconhecimento humano que se chamará “SOLITUDE”.

Espero que pessoas inescrupulosas não se apossem desta idéia, mas se outros não resistirem e surgir ai algum filme, me dêem muitos créditos, façam justiça ou financiem os meus projetos.

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