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terça-feira, 10 de agosto de 2010

MEMÓRIA

Quem não conhece precisa conhecer.

Almirante, cantor, compositor, pesquisador e radialista, Henrique Foréis Domingues era seu nome, ganhando o apelido de Almirante, quando apareceu diante de seus amigos todo engomado no uniforme de ordenança do comandante da Reserva Naval, por ocasião das solenidades que comemoravam a chegada ao Brasil do hidroavião Jaú. Integrou-se, como cantor e pandeirista, ao conjunto Flor do Tempo de Vila Isabel. O conjunto foi convidado para gravar, mas, como era muito numeroso, foram selecionados alguns dos seus elementos; com a inclusão de Noel Rosa, morador do bairro. O grupo adotou o novo nome de Bando de Tangarás. Os integrantes eram João de Barro, Alvinho (Alvaro Miranda), Henrique Brito e Almirante. O Bando de Tangarás estreou em disco em 1929, na Odeon, com o samba Mulher exigente (de sua autoria). foi o primeiro a utilizar percussão (surdo, tamborim etc.) em estúdio de gravação. Quando o Bando de Tangarás se desfez em 1931, continuou sozinho a carreira de cantor.

Em 1935, participou dos filmes "Alô, Alô, Brasil", dirigido por Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, e "Estudantes", dirigido por Wallace Downey. Em 1936 trabalhou no filme "Alô, alô, carnaval", de Ademar Gonzaga, e, em 1937, gravou o choro Faustina (Gadé). No ano seguinte, entre outras, lançou, pela Odeon, duas marchas da dupla João de Barro e Alberto Ribeiro - Yes, nós temos bananas e Touradas em Madrid, muito cantadas no Carnaval. Também nesse ano atuou no filme "Banana da terra", dirigido por J. Rui, e gravou, na Odeon, em dupla com Carmen Miranda, Boneca de piche (Ari Barroso e Luis Inglesias).

Em1938 iniciou suas atividades de radialista, pelas quais lhe foi atribuído o slogan de "A Mais Alta Patente do Rádio". Curiosidades Musicais (1938), sob seu comando, foi o primeiro programa de rádio com montagem, no Brasil. Abandonando a carreira de cantor no inicio da década de 1940, passou a dedicar-se somente ao rádio. Mas, em 1956 gravou na Sinter um LP 10 polegadas: Almirante: a maior patente do radio, com oito antigos sucessos, entre os quais o choro Faustina.

Além das atividades de cantor, compositor e radialista, passou a colecionar dados relativos a historia da música popular brasileira, transformando-se numa das maiores autoridades no assunto. Em 1963, publicou o livro No tempo de Noel Rosa, importante contribuição à bibliografia de nossa musica popular.

Em 1965, seu arquivo foi incorporado ao Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro.

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