ABAIXO TEXTOS - CRÍTICAS - ENSAIOS - CONTOS - ROTEIROS CURTOS - REFLEXÕES - FOTOS - DESENHOS - PINTURAS - NOTÍCIAS

Translate

domingo, 13 de junho de 2010

Texto Poético

Deboche
Nada me fará voltar ao contrario. Andar de marcha ré? Dois passos à frente e três atrás?
Precisamos é de um cara nervoso. Salvemos a nobre arte, dos medíocres da sucessão, da nova geração. Precisamos de um novo Goulart, de um novo Glauber, de um novo Oswald, de um novo Villa, uma Pagu e varias Tarsilas, um só Garrincha e até de um desesperado Lacerda. Loucos para fazerem a história. Ser ou não ser eterno e sem fim? Precisamos é ser mais nacionalistas - Xiitas - trabalhistas - comunistas – mais realistas. A identidade cultural é premissa de quem o mal é memória. Feliz daquele que sabe sofrer... Eu hein, ê...! Brasil! Carnaval!Vale tudo - Telecotecotelecotecotecoteco - batia o Laurindo no tamborim com carinho acompanhando o samba popular. A cuíca lhe chamava atenção quando chorava o divino lá no morro de mangueira mugindo na mão do malandro cheio de ginga. Noel pagou a pinga de todos aqueles que não se calaram. Solimões, sem chorar, sem pensar, sem o desejo da terra, da vida, sem salvação, sem solução, no paraíso inverso das amazonas diabólicas, da escrita coniforme, extremamente musical, nasce maltrapilho o poeta tropical. Ele nos fala de acrópoles, cidade dos deuses, do Rio de Janeiro. Meu amor, eu juro por Vinícius, por Zeus, que te ligo no meu celular. Célula vida que te provocará o saber do seu eterno retorno, tarefa do super-homem, na memória de Brás Cuba. Sou filho único peguei o trem latino na central e voltei é esse o meu destino: três passos atrás e dois à frente, é normal não há no mundo para mim ninguém que agüente bolero igual ao que te dediquei. Tu sabes que sem você a vida não é nada para mim. Cabocla do Rio. Cabocla do Rio. Ê Cabocla! Meu barco amarrou, encalhou na areia fina. Cabocla tem compaixão deixa o barco sossegado me liberte desse amor. Dessa alegria to correndo. Ela passou por mim sem me ver. Foisembora os meus canarinhos! Todos os presentes, de tantos ausentes, vem me mostrar que o sertão não vai virar mar e o padre Vieira, que faz o sol se levantar, na língua afiada, na sanfona bem tocada e com sentimento de santo faz com que o rio seco se mire d’água, se fite no mar, aos prantos... Chega Severino! Não maltrate mais meu coração, com os meus desejos. Cabocla danada... Eta mambo bom! – Latina-américa que todo mundo quer cheirar, todo mundo quer dançar, todo mundo quer comer - A mulher é minha! Tira à mão e segura essa sua maldade! Olha o tiro, covarde! Quero ver quem vai tirar dessa história todo amor que passa pelo povo na estação do trem que fez do momento incerto a revolução. Quem vai tirar? Se pra uns ela traz alegria, pra outros ela deixa a saudade... Foguetes, tudo é festa! As bandas passam entre uma tristeza e outra. Outro rojão! Cantiga muito animada, é uma embolada. Sermão e canção. Almirante pelo mar engordou e ficou cheio do dinheiro. Uma cantiga mineira é toada sertaneja e é tão brasileira que se cantando a noite inteira não se vê o trem passar... É tarde e eu já vou indo o país é grande demais: “Sertão que geme chorando e sofre cantando como as rodas do engenho”. Guimarães, Diadorim e o diabo, lá vão indo, tocando meu gado, cansado de viajar. Ari nasceu em Ubá. Como as suas mangas saborosas, com saudade da índia que ninguém conheceu e ninguém comeu e ninguém sabe como tu vieste aqui parar. Cabocla cheirosa do meu Rio Grande: façamos uma nova revolução farroupilha na cama dançando o fandango... É que tu me quedas louco no rio impertinente que segue o norte e no sul o mar refletindo a lua de olho na gente se amando. Tu não sabes a sua responsabilidade, velho rio nacional, ao se misturar ao nordeste no velho Chico mineiro e lá, no deserto, o Saara nordestino. Ceará e João Pernambuco, Minas e São Paulo comandam a festa. E vai ser um tal de mexe–mexe tão bonito de se vê. Vou mexer até fazer a morena chorar. Depois se veste meu pedaço de ternura, minha terra esquecida, meu pouquinho de Brasil que vamos tomar um café. É como disse o gaúcho no estremo norte a contemplar a imensidão da pátria: - Brasil! Eu venho te seguindo no pasto e no rastro de suas botas, é por isso que eu também gosto de tudo que o velho gosta.

Nenhum comentário: