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domingo, 4 de janeiro de 2009

Por uma nova política cultural

No Brasil e em todo o mundo a juventude realizadora de arte que vem ocupando os espaços no disputado mercado da criação, se apresenta hoje como criadores de peças comerciais pretensamente “vendáveis”, a maioria feita a partir de clichês desgastados. Muitas vezes medíocres, de apelo fácil na vulgaridade e justificadas pela necessidade de “sobrevivência”, não passam da subserviência ao comum, do chulo, do que nada vale no vale-tudo da política globalizante imposta à cultura nacional, comandada pelo poder financeiro internacional. Moldam o jovem do primário ao ensino superior, eliminando sua identidade nacional, controlando sua mente, criando uma massa de seres que se satisfazem com o que de pior a vida pode oferecer.

No propósito de concretizar tais necessidades burguesas, que lhes são implantadas, estes jovens se posicionam sem ideologia e à distância de tudo o que é ético e nobre. Buscam, na verdade, os grandes negócios e faturar milhões de dólares com seus “produtos”, claro, sempre abaixo da crítica, do pior nível, e que eles acreditam como de grande aceitação popular. Não há entre os jovens a necessidade do novo, da busca do desconhecido, da renovação da linguagem criativa; uma única meta domina suas cabeças: vencer a qualquer custo, isto é, ser rico, ter sucesso e prestígio, nem que para isso seja preciso vender a alma ao demônio.Só que a arte de fazer e de realizar idéias compõe-se de muitos saberes e segredos que são inteiramente desconhecidos por essa juventude.Nos países em que os governantes se preocupam com a construção da identidade nacional de seu povo, que promovem a realização e a exibição do seu patrimônio cultural, as leis incentivadoras de apoio financeiros são ferramentas necessárias à existência de uma indústria cinematográfica identificada com os interesses nacionais. Porém, no nosso caso, se faz urgente questionar nossos governantes quanto à política de fortalecimento da arte brasileira que está em curso.Um presidente, um ministro, um governador, um prefeito, um revolucionário da liberdade, que queira mudar as regras do jogo, com duas boas canetadas pode resolver muitos impasses e contradições que afloram diante de todos a olhos vistos.Basta um ministro comprometido com o novo, criar, com o apoio dos governos estaduais e municipais, por todo o país, os Centros de Estudo, Exibição e Desenvolvimento da Identidade Brasileira. Entidade que teria o estatuto de uma universidade aberta, onde a juventude poderia se comunicar, se conhecer, debater, exibir vídeos, filmes e fazer apresentações de teatro, música, poesia, artes plásticas, etc., junto com artistas veteranos convidados, no sentido de renovar a nossa cultura e discutir o nosso país.Basta o governo garantir ao menos a metade do mercado do espaço audiovisual de exibição e distribuição nos cinemas e televisões do país, a fim de escoar a produção nacional, que a nossa arte se sustenta, se produz, criando muitos empregos, prestigiando os nossos atores, músicos, escritores, diretores, os nossos artistas, porque a linguagem audiovisual é abrangente e acolhe com nobreza todas as artes.Em verdade estamos todos à venda e sinto que em bem pouco tempo todos os bons artistas, a nossa juventude, a resistência criadora e esquecida dos realizadores veteranos e históricos, estarão totalmente massacrados e sem trabalho.O silêncio imposto à vanguarda criativa é invadido pelo barulho oportunista dos cavaleiros de granada que nada podem e nada querem fazer.

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