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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Festa Brasileira


No link Bazar você pode ver a obra completa.

BOI TEMPO


Lá pelos idos de 1963 eu estava no auditório da Faculdade de Engenharia de Belo Horizonte onde assistia a uma palestra do Carlos Heitor Cony. A platéia basicamente composta de jovens estudantes estava apinhado. No auditório pairava o silêncio. Todos nós estávamos atentos e interessados no que o simpático Cony nos dizia. Mas, súbito, levantando-se no meio de um grupo de estudantes mais velhos, um rapaz alto, de gestos largos, passou a questionar, com segurança e boa oratória, o ainda jovem Cony, que estava sentado em uma cadeira no palco. Não me lembro da polêmica que veio depois, mas lembro-me bem da simpatia que tomei daquele rebelde e audacioso rapaz. Assim, quando tudo acabou, fui procurá-lo. Este estudante foi o único em mil que não aceitou em silêncio as afirmações estéticas, filosóficas e políticas do ilustre palestrante, pensava eu caminhando em sua direção. Ele estava cercado de amigos eufóricos com a polêmica criada. Assim que cheguei perto cumprimentei a todos, mas ele não me deu muita atenção, insisti e lhe mostrei um livro/revista que guardava para uma amiga. Ele se aproximou e me disse: - Esta é a melhor revista editada em Minas. Leia com atenção e depois me procure e saiu com seus amigos em festa. Fiquei decepcionado. O tempo passou, Outro dia arrumando e separando alguns livros que estavam empoeirados nas minhas empenadas prateleiras, manuseei alguns livros que gostaria de reler e outros que não me lembrava de haver lido. Um desses livros que estava desmilinguido no último andar da estante ativou num estalo a minha exausta memória. Foi a sua visão que me fez lembrar essa história contada. Mas nunca havia aberto as suas páginas. Peguei e abrir com curiosidade o exemplar e qual não foi a minha surpresa com seu conteúdo: MURAL 1960 – ano 7 – n.° 4 – abril de 1960. Revista do D.A. da Faculdade de Filosofia da U.M.G. – Edifício Acaiaca – 19.° andar. Redator-chefe: Affonso Romano de Sant`Anna – capa: Newton Silva.
O rapaz questionador era o poeta Affonso Romano, e esta revista/livro que foi criada em 1954, só ressurgiu no cenário acadêmico com a sua decisiva participação.
Nesta edição, repleta de bons ensaios e alguns poemas, eu destaquei um poema do Affonso Romano que aqui retranscrevo: – A Pesca – o anil / o anzol / o azul - o silêncio / o tempo / o peixe - a agulha / vertical / mergulha - a água / a linha / a espuma - o tempo / o peixe / o silêncio - a garganta / a âncora / o peixe - a boca / o arranco / o rasgão - aberta a água / aberta a chaga / aberto o anzol - aquelíneo / ágil claro / estabanado - o peixe / a areia / o sol.
Naquele boi tempo a juventude, na sua maioria, corria atrás do saber, detestava a ignorância, o servilismo e mergulhava de corpo e alma nas transformações políticas e culturais que o país precisava fazer.
Ai veio o golpe militar e a vaca foi pro brejo...

TRILOGIA DA SEPARAÇÃO


Estou procurando uma editora para o meu livro de estréia “TRILOGIA DA SEPARAÇÃO” que está sendo revisado pelo competente músico, escritor, professor, Fredera. Livro que tenho certeza que será um sucesso de público e crítica.

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