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segunda-feira, 4 de maio de 2015

BRASIL


TAUMATURGOS
Vejo quase nada de televisão. Não consigo. É insuportável. Vejo a rede pública de tevê educativa, às vezes. Mas, mesmo assim, muito pouco. Agora eu não sei por que o Governo não cria a Rede Nacional de Tevês Educativas para exibição periódica de programas especiais de cultura. É lógico que precisamos apresentar para todo o Brasil o melhor da nossa arte esquecida, do nosso teatro; da nossa dança; da nossa música; da nossa literatura; do nosso cinema. É programação pra mais de ano. Seria um sucesso! Os filmes de curtas, médias e longas, por exemplo, produzidos com dinheiro público, que não tiveram o mercado exibidor e que estão guardados e esquecidos nas prateleiras, seriam exibidos diariamente, em horário nobre e em rede nacional. Cineastas, produtores, atores e técnicos destes filmes seriam convidados para um debate sobre a arte brasileira e o seu tempo. UTOPIA.

O que eu sei é que, ao contrário da lógica, por todas as regiões do país, cidades como Juiz de Fora e Cabo Frio, onde se tinha um canal aberto para a TV Cultura, presenteados pelo governo a empresários e políticos inescrupulosos, que nunca produziram nada, pois nunca tiveram coragem de regionalizar a produção e só repetiam  os sinais das Tevês do Rio.. Eles arrumaram agora uma maneira de faturar alto, vendendo suas grades, leiloando os seus horários nobres, desvirtuando sua programação cultural, trocando o já quase nada por programas horrendos produzidos por entidades desconhecidas e por empresários que faturam com a venda direta e tudo isso no ar pelos canais de tevês abertas: comunidades religiosas de exorcismos fazem a parceria da alienação com as igrejas dos mil nomes, muitas das quais eu nunca tinha ouvido falar, criando uma verdadeira babel de consumo de fé em informações truncadas e distorcidas. Uma loucura irresponsável que precisa ser revista. De quem são essas concessões? Que canais são esses que proliferam no etéreo nacional? Os nossos cidadãos tele-espectadores estarão para sempre privados das boas programações de arte e cultura que ali existiam? As informações privilegiadas repassadas por nossos artistas nestes canais de televisão, mais que refletem, são fontes de luz da alma brasileira. Ora, sem essas informações, tornamo-nos assim, por consequência, presas fáceis do massacre estrangeiro a nossa identidade cultural. E tudo isso pelo descaso do governo na compreensão da importância da rede nacional de cultura. Vamos criar um movimento para que os artistas tomem posse desses canais abertos de televisão permitindo a arte praticar o exercício da cultura no contexto midiático nacional. O que eu também sei é que se nada for feito agora, o que irá acontecer então com a tevê digital? Com o cinema digital? Com a Internet? Com o futuro (que não se brinca) - pode acontecer algum milagre? Uma revolução? 

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