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quarta-feira, 15 de abril de 2015

OCULTISTAS EM FOCO



GURDJIEFF  EM 83 ENSINAMENTOS

Ele foi um místico e mestre espiritual armênio. Ensinou a filosofia do autoconhecimento profundo, através da lembrança de si, transmitindo a seus alunos, primeiro em São Petersburgo, depois em Paris, o que aprendera em suas viagens pela Rússia, Afeganistão e outros países.

1. Fixa tua atenção em ti mesma, sê consciente em cada instante do que pensas, sentes, desejas e fazes.
2. Termina sempre o que começaste.
3. Faz o que estiveres fazendo o melhor possível.
4. Não te prendas a nada que com o tempo venha a te destruir.
5. Desenvolve tua generosidade sem testemunhas.
6. Trata cada pessoa como um parente próximo.
7. Arruma o que desarrumaste.
8. Aprende a receber, agradece cada dom.
9. Para de te autodefinir.
10. Não mintas, nem roubes, pois estarás mentindo e roubando a ti mesmo.
11. Ajuda teu próximo sem torná-lo dependente.
12. Não desejes que te imitem.
13. Faz planos de trabalho e cumpre-os.
14. Não ocupes demasiado espaço.
15. Não faças ruídos nem gestos desnecessários.
16. Se não tens fé, finge tê-la.
17. Não te deixes impressionar por personalidades fortes.
18. Não te apropries de nada nem de ninguém.
19. Reparte equitativamente.
20. Não seduzas.
21. Come e dorme o estritamente necessário.
22. Não fales de teus problemas pessoais.
23. Não emitas juízos nem críticas quando desconheceres a maior parte dos fatos.
24. Não estabeleças amizades inúteis.
25. Não sigas modas.
26. Não te vendas.
27. Respeita os contratos que firmaste.
28. Sê pontual.
29. Não invejes os bens ou sucesso do próximo.
30. Fala só o necessário.
31. Não penses nos benefícios que advirão da tua obra.
32. Nunca faças ameaças.
33. Realiza tuas promessas.
34. Coloca-te no lugar do outro em uma discussão.
35. Admite que alguém te supere.
36. Não elimines, mas transforma.
37. Vences teus medos, cada um deles é um desejo camuflado.
38. Ajuda o outro a se ajudar a si mesmo.
39. Vence tuas antipatias e te acerca de quem queres rejeitar.
40. Não reajas ao que digam de bom ou de mau sobre ti.
41. Transforma teu orgulho em dignidade.
42. Transforma tua cólera em criatividade.
43. Transforma tua avareza em respeito pela beleza.
44. Transforma tua inveja em admiração pelos valores alheios.
45. Transforma teu ódio em caridade.
46. Não te vanglories nem te insultes.
47. Trata o que não te pertence como se te pertencesse.
48. Não te queixes.
49. Desenvolve tua imaginação.
50. Não dês ordens só pelo prazer de ser obedecido.
51. Paga pelos serviços que te prestam.
52. Não faças propaganda de tuas obras ou ideias.
53. Não trates de despertar, nos outros em relação a ti, emoções como piedade, admiração, simpatia e cumplicidade.
54. Não chames atenção por tua aparência.
55. Nunca contradigas, cala-te.
56. Não contraias dívidas, compra e paga em seguida.
57. Se ofenderes alguém, pede desculpas.
58. Se ofenderes publicamente, desculpa-te igualmente em público.
59. Se te dás conta de que te equivocaste, não insistas por orgulho no erro e desiste imediatamente de teus propósitos.
60. Não defendas tuas antigas ideias só porque tu as enunciaste.
61. Não conserves objetos inúteis.
62. Não te enfeites com as ideias alheias.
63. Não tires fotos com personagens famosos.
64. Não prestes contas a ninguém, sê teu próprio juiz.
65. Nunca te definas pelo que possuis.
66. Nunca fale de ti sem te conceder a possibilidade de mudança.
67. Aceita que nada é teu.
68. Quando pedirem a tua opinião sobre alguém, fala somente de suas qualidades.
69. Quando adoeceres, em vez de odiar esse mal, considera-o teu mestre.
70. Não olhes com dissimulação, olha fixamente.
71. Não te esqueças de teus mortos, mas limita-os em um espaço que não lhes permita invadir toda a tua vida.
72. Em tua moradia, reserva sempre um lugar ao sagrado.
73. Quando realizares um serviço, não ressaltes teus esforços.
74. Se decidires trabalhar para alguém, trata de fazê-lo com prazer.
75. Se você está em dúvida entre fazer ou não fazer algo, arrisca-te e faz.
76. Não queiras ser tudo para teu cônjuge; admite que busque em outras pessoas o que não lhe podes dar.
77. Quando alguém tenha seu público, não tentes contradizê-lo e roubar-lhe a audiência.
78. Vive dos teus próprios ganhos.
79. Não te vanglories de aventuras amorosas.
80. Não exaltes as tuas debilidades.
81. Não visites alguém só para preencheres o teu tempo.
82. Obtém para repartir.
83. Se você está meditando e um diabo se aproxima, bota-o a meditar também…


No seu livro Relatos de Belzebu, Gurdjieff diz
que o rito central do Cristianismo, a Eucaristia, foi
um rito de "magia antropofágica" no qual Jesus teria
dado pedaços do seu corpo a comer e goladas do seu
sangue a beber.
Nas primeiras leituras, este livro enorme e rigoroso intimida até mesmo leitores acostumados a digerir textos complexos. Ele não entrega seus tesouros a uma análise prematura ou superficial, e o leitor não deve se deixar derrotar por sua aparentemente impenetrável obscuridade, nem se iludir pelo fato de o livro tomar a forma de um inédito romance de ficção científica, pois os Relatos de Belzebu são na realidade o veículo de grandes idéias e insights filosóficos, religiosos e psicológicos. As barreiras e complexidades do livro não resultam jamais de mera forma literária. Ele é labiríntico por muitas razões: por causa do alcance, profundidade e interdisciplinariedade daquilo que Gurdjieff está buscando; das proporções míticas e os elementos épicos que atravessam sua estrutura, e porque as muitas idéias profundas e perturbadoras que contêm esquivam-se à compreensão fácil. O leitor sério atentará para o aparentemente pomposo, mas realmente “Amigável Conselho” de Gurdjieff, de que é só na terceira leitura completa que se começa efetivamente a “provar e examinar a fundo sua substância.” O que Gurdjieff está buscando não é nada menos do que aquilo que sua imodestamente intitulada série de livros se propõe a apresentar; ou seja, tudo e todas as coisas que realmente importam.
O título principal da primeira série, Relatos de Belzebu a Seu Neto: Uma Crítica Objetivamente Imparcial da Vida do Homem é o centro em torno do qual gira a estrutura do livro. Viajando através do Universo na nave transespacial Karnak com seu neto Hassin, Belzebu compromete-se a promover a educação do menino. Hassin é um sensível, inteligente e perguntador menino de doze anos de idade. Durante sua prolongada viagem, Hassin questiona amplamente Belzebu acerca dos estranhos seres tricêntricos que habitam um pequeno planeta do remoto sistema solar para o qual Belzebu foi banido em conseqüência de sua rebeldia juvenil. Hassin se esforça para compreender porque os seres tricêntricos desse planeta “tomam o efêmero pelo Real.” Como Belzebu existe numa faixa de tempo que se estende por milhares de anos terráqueos e foi banido para Marte por toda a eternidade, seu exílio lhe dá a oportunidade de observar de perto os habitantes de nosso planeta. Belzebu conta suas estórias e usa essas observações da Terra feitas a partir de seu observatório em Marte e de seis descidas à Terra—aparentemente para instruir Hassin, mas na realidade para nos proporcionar uma crítica imparcial de nossas vidas.

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