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sexta-feira, 7 de março de 2014

Manifesto


Manifesto ao Mundo Novo 

Sentado, no Café Cabaré Belegardo, eu me encontro ainda moderno, (odeio tudo que é pós, pó e outras coisas semelhantes) pensando no que interessa de uma arte escassa e fugidia que ficou na onda do passado. 
Encontro-me novamente no mar da minha infância, além das montanhas, aquém de mim.
Nada sou esquecido e por isso quero transformar tudo que precisa. Mostrar a cara da esperança na lembrança da mais pura alegria.
O que me é belo e transparente, abstrato e sem formas definidas, estava na mostra do Histórico Cabaré Moderno da Petit Galerie.
O Cine Olho e de tantos outros encontros na busca de um mundo novo por existir é preciso ser lembrado como exemplo a ser visto.
Toda grande arte cinematográfica está fundamentada em um bom texto sonoro e na estética de uma imagem muda. O olhar dividido na construção da linguagem, que se quer nova, independente do tempo e do espaço da sua existência, torna-se único.
Penso que quanto mais velho é o saber, mais nova e ainda melhor é a criação!
É função dos inimigos amedrontados é dividir os que permanecem escondidos; as tribos; os marginais; os desiguais; as minorias; os desajustados; os rebeldes; pois, só ali na lona do circo que encobre a desumanidade, surgirá a resistência dos inconformados; dos imorais; dos malucos; dos que não se deixaram trair pela pachorra do capital.
São tantos os incompreendidos e tantos outros miseráveis que precisam mostrar a suas caras, e dizer o que precisa ser dito, o que é preciso ser feito. - Eu sei! Você sabe? Tá ligado?
Na política o monstro da mediocridade ronda os salões da burguesia burra em busca de novos seguidores e assim perpetuar a mentira dos privilegiados.
Toda arte política que se propõem crítica e renovadora passa pelas massas populares que a elite deseja escrava.
Oportunistas e conformados não adianta se esconderem no manto do poder.
Contra a imprensa mentirosa, vista, falada e escrita, tendenciosa, conspiradora, vendida por trinta moedas ao sistema de consumo do capital internacional, predadora da liberdade de viver; de conhecer; de saber; de experimentar; de pensar; de pronunciar; de comportar; de viajar; de combater; de criar; de trabalhar; de amar; de enlouquecer e de morrer por sua própria vontade.
Esse texto oswaldiano é minha bandeira; meu norte; o meu sentido existencial.
Liberdade sem medo é o pensamento novo mais velho do mundo que precisamos reconquistar... Liberdade! Quantas vezes no Brasil pronunciaram o seu nome em vão?
Não me venha com a liberdade dessa conversa fiada e democrática. Nada ainda mudou. Estamos e somos prisioneiros de uma sociedade corrompida e viciada na ganância de se ter sempre mais e mais nada.
Vamos aqui, neste carnaval nacional, exercitar os nossos direito à liberdade de nos reunir com a nossa loucura revolucionária, na utopia dos nossos jovens anos tão bem vividos... Quebrando preconceitos e tomando as praças - Dionísio sem dinheiro no bolso, mas ainda com milhões de sonhos e ideias novas na cabeça.
Será que isso não vale nada?
- Esse milhão é meu! Grita o cineasta faminto em ter; em ser alguém; em se ver na tevê, que, diferente do Estado brasileiro, compra bem os seus contratados.
Mais uma chanchada do cinema nacional em busca de um mercado fantasma.
É tão atual! É tão novo! É a mesma merda...
Os filmes da minha infância autorizam o que hoje tenho digitalizado na internet. Não preciso da autorização do governo, dos burrocratas da cultura e de ninguém para exibi-los e eles estão sendo exibidos. Foda-se! Gosta quem quiser!
Minha criação está comprometida com a visão da luz que surge quando se compreende toda a extensão crítica da arte com a sua liberdade. Sem dogmas. Música pura! Outro estado de ver o mundo no caos universal. Sem fim nem começo. Nada. O que não se pode ver. O ar e o vento, o espaço e o tempo, nascendo oculto na nova unidade do velho dístico da física quântica. Eu artista. Você espectador. O homem e a inteligência que calculava! Entendeu? Não importa! Basta pensar; elevar-se; crescer. Ver ouvindo o escuro é viver a luz do silêncio - Nossa Música - Nossa Dança - Nosso Teatro - Nossos Textos - Nossos Filmes - Nossas Pinturas - Nossa Poesia - Nossos Desejos - Nossa Liberdade - Nossa luta de mais de mil anos, mil dias; mil horas; de uma vida; de segundos e minutos; de olhos bem mais abertos que os deles, arregalados e arremessados, de binóculos, nos Jardins da Alvorada e nos Cafés do Novo Mundo.

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