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domingo, 26 de abril de 2009

Poesia para Nunes Pereira

Do meu amigo poeta, jornalista e escritor
Carlos Figueredo
Segue um poema que vou incluir em meu novo livro "A Arquitetura da Ausência", que envio para V., porque quando estava fazendo a seleção me lembrei de V., porque V. também amava aquele velho.
Com carinho.
Carlão
A noite que Nunes Pereira morreu

Não eras para morrer, velho Nunes, não eras.
O branco de teu cabelo era um branco de fogo.

Bebeste junto com Kurt Nimuendaju altas alquimias Ticunas.
Tocandiras dentro de um cofo morderam o teu braço.
E a cocaína te fez o mais perfeito amante.
Parecias imune á morte.

Finalmente a notícia veio
À noite pela televisão
E apareceu também um gato

E a marca da quilha de uma canoa
No boqueirão
Da Bahia de São Marcos
Indo pra Ponta D’areia.

Morreste, velho Nunes
tu que inventaste novamente
Quando tudo em tua volta era naufrágio,
a idéia do descobrimento.

Vem, agora, amigo
dizer-me o que acontece
quando se morre.

Tu que sabes
O segredo das vudunces

Poderias dizer-me.

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