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domingo, 5 de julho de 2015

MEMÓRIAS DE MINAS

Óleo sobre tela

Incrível, fantástico, extraordinário!
Esta expressão de deslumbramento imortalizada pelo genial Almirante no rádio na década de quarenta, foi o sentimento que eu tive quando, acompanhado pelo editor Mario Drumond, adentrei a casa do velho amigo, do genial artista plástico Fernando Tavares, na cidade de Belo Horizonte
Situada em uma rua tranquila do bairro de Santa Efigênia, onde na minha adolescência estudei o ginásio, a casa pintada de branco e recentemente reformada é de arquitetura simples e nada difere de tantas outras que compõem o cenário das habitações que foram surgindo ao largo da Avenida do Contorno, limite urbano do antigo traçado da nova capital de Minas.  
Fernando abriu a porta e entramos pela varanda e, como bons mineiros que somos, estacionamos na cozinha por um curto tempo, pois a ânsia de chegar à casinha construída no quintal da casa era grande. Saímos então pela porta da cozinha, falávamos sem parar na euforia do encontro marcado e quando olhei para fora me senti atraído pela energia de toda uma história vivida, lembrei-me do eterno retorno e caminhei apressado par ver como tudo havia ficado, mas estrategicamente Fernando nos fez parar de frente a um arbusto frondoso repleto de deliciosas framboesas (Rubus idaeus) que estavam quase pretas de tão maduras e doces que passamos a devorá-las como três adolescentes famintos. Fernando, como o grande artista que é, adoçou a nossa boca antes de nos apresentar o doce maior da criação de suas viagens no tempo de todos nós.
Incrível! Ao abrir a porta uma lufada de arte varreu a minha pele marcada pela idade. Entrei passo a passo naquele ambiente sagrado da criação e vi que tudo permanecia como quando entrei pela primeira vez há 35 anos atrás na Oficina Goeldi.
Um Sorriso por Favor. É esse o papel do artista. Onde tudo passa só a obra fica. Estava tudo lá nos registros da memória para quem quisesse e pudesse ver com os olhos livre.
Fantástico! Passamos a tarde conversando sobre tudo e todos. Fernando me mostrou com paciência sacerdotal suas novas pinturas e Mario Drumond antes de sair me revelou a sua ideia de reedição do nosso livro de texto e gravuras em metal “Navegar Brasília Terra”.

Olha, a vida nos reserva surpresas e essa foi sim extraordinária.

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