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sábado, 6 de junho de 2009

Viagem nas histórias que o tempo leva...

Falar a tempo e tanto quanto baste ao assunto. Quem muito fala corre o risco de comprometer-se dizendo de si ou de outrem o que fora melhor calar. A discrição é a fidelidade da língua e, quantas vezes, por inadvertência ou assomo, deixamos escapar um dito cujo efeito acarreta-nos amargos dissabores.
Os que ponderam ensinam com o silêncio.
Coelho Neto
Rio, 19-11-1913

No início do século vinte um cordel de histórias românticas.

A todo encontro um poema; um texto; um autógrafo; um retrato; um postal.

Nas cidades, nos correios, sempre algum calígrafo romântico a branca donzela encantava.

À Rui Barbosa escreveu mil cartas de amor, mas só João do Rio é quem soube à ela dar o seu valor.

Coelho Neto, quando a viu, não se esqueceu do polígrafo que era e do atormentado de então, nos deu, peregrino da terra, o culto e a tradição.

Mas foi o príncipe Olavo Bilac, sem alarde, apostolado cívico pelo Brasil afora, que à tarde em Ouro Preto, se encontrava magro, tremendo, fazendo da dedicatória de um grande e grave segredo, em reflexões amargas, a via-láctea do enredo.

E assim os poetas nos dizem da criação na persistência do amor.

Olha, lá vem vindo o autor do nosso hino de escola! Osório Duque - Estrada, bem de perto, um mulato gozador, por Minas- barroca o gigante encurvado caminha, entre o desejo e a campina, onde a branca flor invade o limbo, majestosa, quase louca, hoje velha.

E é lá que o poeta nos ensina - que na terra andam os homens e no céu voam as meninas.

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