Recebi do meu amigo L.C.Barros, um paulista-cabofriense sempre
bem informado sobre a política partidária brasileira, pois trabalhou muitos
anos como assessor da Câmara dos Vereadores de São Paulo, uma reflexão
interessante sobre as eleições de 2014.
Afirma o prestigioso missivista, em seu clipping n.36, que o
futuro da nação brasileira está nas mãos dos jovens herdeiros dos grandes nomes
políticos da nossa recente história.
Em nosso país, principalmente, em quase todas as áreas
sociais de expressão e poder, só tem vez os filhos, netos, e outros ditos
notáveis oriundos das famílias abastadas e dos condomínios privilegiados da
burguesia nacional, com raríssimas e nobres exceções nas artes e ofícios. Para
saber a verdade é só pesquisar e confirmar.
Vamos então a uma parte desta realidade, a que está
notadamente ligada às forças do poder.
OS NETOS PARA AS
ELEIÇÕES DE 2014
- Senador Aécio Neves (PSDB – MG), neto do ex-presidente Tancredo Neves.
- Governador Eduardo Campos (PSDB – PE), neto do ex-governador Miguel Arraes.
- ACM Neto (DEM – BA), Prefeito eleito da Cidade de Salvador, neto do temível ex-governador Antonio Carlos Magalhães (conhecido na Bahia como Tiãozinho Malvadeza).
- Brizola Neto (PDT – RJ), neto do ex-governador, por dois estados RS e RJ, Leonel Brizola. (Acredito que esses são os nomes que, independente dos candidatos do PT, podem, na certa, formarem a chapa que disputarão a presidência em 2014).
Eis aqui o meu palpite
para as chapas eleitorais:
- Pelo PT - LULA tendo como vice a Presidente Dilma (A chapa puro-sangue).
- Pela união das esquerdas – Eduardo Campos (PSB) tendo como vice Brizola Neto (PDT).
- Pela união democrática nacional – Aécio Neves (PSDB) tendo como vice ACM Neto (DEM).
Não duvide caro
leitor – eleitor, em política e no Brasil tudo é possível!!!
Mauro Santayana
O Banco
Itaú-BBVA recentemente promoveu, em São Paulo, um encontro dos dirigentes das
500 maiores empresas da América Latina – as que faturam mais de 100 milhões de
dólares por ano – com os senhores Tony Blair, Bill Clinton e Fernando Henrique
Cardoso. “Eles estiveram à frente de grandes potências mundiais e fizeram
escolhas que mudaram a história. Agora eles vão ajudar a escrever novos
capítulos” – diz o anúncio publicado nos jornais. Tudo isso faz lembrar o
iconoclasta Karl Kraus, que se dedicou, a vida inteira, a destruir os mitos de
seu tempo. Um de seus ensaios, de 1918, tem o título de “Os últimos dias da
Humanidade”.
É até
estranho que Clinton faça parte da trinca. É certo que continuou no uso
alternado dos bombardeios e das ameaças ao Iraque, de seu antecessor, o
primeiro Bush, mas na administração interna, tendo bons assessores econômicos,
como Joseph Stiglitz (nos primeiros dois anos), seu governo não foi exatamente
igual ao de Blair.
Embora
usando da mesma linguagem, e propondo medidas democráticas (como a abolição da
Câmara dos Lordes e sua transformação em Senado, a ser eleito pelo voto),
Blair, como Thatcher, foi parceiro incondicional do governo norte-americano,
também em matéria de política internacional – principalmente depois da eleição
do segundo Bush. Tal como Bush Jr. ele enganou o mundo sobre o Iraque e as
armas de destruição em massa, levando os soldados ingleses a morrer por uma
mentira. Sua atuação interna foi de demolição da política social do trabalhismo
britânico, que vinha desde a criação do Labour Party, em 1906. Deixou o seu
país arrasado pelo desemprego, pelo sucateamento da saúde pública, pela
desesperança.
Mas, dos
três, quem mais merece a homenagem dos banqueiros e das 500 maiores empresas da
América Latina é realmente Fernando Henrique Cardoso. O BBA foi fundado em
1988, numa associação de Fernão Bracher e Antonio Beltrán com o Banco
Credistanstalt, de Viena, para operar no mercado de capitais. Em seguida, com a
eleição de Collor e o início de seu programa de privatizações, o BBA se tornou
a única instituição financeira a coordenar a participação de bancos
estrangeiros no plano de privatização das empresas estatais no Brasil. No
governo FHC teve situação privilegiada.
Os três
grandes líderes do século, conforme a convocação do encontro, foram
responsáveis, cada um deles de uma forma diferente, pela maior contrarrevolução
social da História, ao impor o ultraliberalismo ao mundo, conforme a decisão do
Clube de Bilderberg. O plano – de que ainda não desistiram – é o de uma
ditadura mundial, a ser exercida pelos homens mais ricos do planeta, por
intermédio dos governos dos países ricos e com o retorno dos povos periféricos
ao estatuto colonial.
O sistema
financeiro mundial, instrumento do projeto, está sendo julgado pela opinião
pública, desde que muitos de seus crimes ficaram conhecidos. O Goldman Sachs, o
Barclay’s, o HSBC e outros, da mesma dimensão, foram apanhados na manipulação
de taxas básicas (a Libor), na especulação no mercado de derivativos e na
prática do crime de lavagem de dinheiro do narcotráfico.
Enquanto
Blair, Clinton e Fernando Henrique falam para os ricos, é dever dos
trabalhadores exigir, do Congresso – como no caso da Ficha Limpa – legislação
rigorosa de controle do sistema, proibindo que bancos de depósitos operem como
os de investimentos; que atuem nos paraísos fiscais, que funcionem sem controle
contábil rigoroso das autoridades nacionais.
Os governos
europeus, para salvar seus banqueiros larápios, estão eliminando empregos,
reduzindo os serviços de educação, de saúde e segurança. E se os trabalhadores
brasileiros não mantiverem sua vigilância, essa nova onda em defesa dos ricos
chegará até aqui. O encontro de São Paulo é um aviso do que nos espera
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