Quero
fazer novamente cinema e ninguém pode me impedir.
II PARTE
Nosso personagem continua o seu passeio pela cidade.
Ele pergunta para as pessoas que passam: - Estou com medo!
Onde ficou a lógica? Onde eu perdi o meu caráter?
Retornando a cena, agora aparecendo saltitante em sua
frente, o mendigo: - O
caráter do homem é o seu demônio, repete três vezes e desaparece.
A menina vestida de branco
reaparece caminhando atrás do personagem: - E se um dia ou
uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te
dissesse: - Esta vida, assim como tu a
vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras
vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento
e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há
de retornar, e tudo na mesma ordem e sequencia - e do mesmo modo esta aranha e
este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada
outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!
O mendigo salta
novamente em sua frente: - Pode acordar, abre
o olho, rapaz. Ninguém é tão santa, nem tão demônio quanto aparenta.
Personagem: - O demônio tomou conta da minha vida com esse
perfume enjoativo!
A mulher
aparece caminhando em sua frente:
- Que demônio benévolo é esse que te deixou assim envolto em
mistério, em silêncio, em paz e perfumes?
Personagem: - Que paz vive-se neste inferno?
O mendigo: - Aqueles que repudiaram o seu demônio
importunam-nos com os seus anjos.
A Mulher: - Quando pensamos, estamos com
os Anjos... Os Anjos são serem inteligentes e manifestam-se nos homens através
de pensamentos e ideias. Eles jamais nos abandonam. Não se alimentam e não se
refazem através do sono e se quer sofrem a ação do tempo...
O Nosso Personagem tira do bolso um
revólver e mata o mendigo e a mulher e logo em seguida é preso por dois
policiais...
Segue amanhã o próximo capítulo...
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