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sábado, 26 de maio de 2012

EM MEMÓRIA



No dia 17 de março último, o Rio de Janeiro perdeu,
prematuramente aos 40 anos de idade, um de seus 
filhos mais queridos: o poeta Ericson Pires.

Nascido na Rua Gomes Freire, no coração da Lapa, em 1971, Ericson Siqueira Pires era um corpo em constante movimento pela cidade. Poeta, performer, ator, músico, produtor e agitador cultural, além de mestre e doutor em Literatura pela PUC-RJ, Ericson foi um dos fundadores do CEP 20.000, ao lado de Guilherme Zarvos e Ricardo Chacal, criador do coletivo musical HAPAX, um combo auto-denominado "grupo de afro-industrial", do coletivo RRRadical e participante de uma série de outros. Militante ativo nas artes, na política e no cotidiano urbano da cidade, lançou como poeta os livros "Cinema de garganta" (Azougue, 2002) e "Pele tecido" (7 Letras, 2010).

No primeiro, a inquietação e o lirismo potente do autor saltava de poemas que mesclavam prosa narrativa e versos de teor fabular. Ele também flertava com as artes plásticas em poemas iconográficos que dialogavam com ilustrações, num fluxo livre que apontava uma das marcas do pensamento e da ação de Ericson, o compromisso com "a instantaneidade do instante do instante", também evidenciado em "Pele tecido", amostra poética de toda volatilidade, urgência, risco e beleza de um corpo colocado inteiro e ativo a serviço de uma experimentação da vida.

"O homem dança. O homem descobre a poesia para aconchegar a fúria. O homem é também política", escreveu Guilherme Zarvos.
Faixa-preta e ex-professor de jiu-jitsu, Pires fazia da arte ação, luta, resistência e estratégia de combate. Fruto de suas andanças pela urbe nasceu também o livro "Cidade ocupada" (Aeroplano, 2007), um manifesto em defesa da arte urbana como forma de resistência, um escrito que partia de suas aventuras e vivências em coletivos artísticos. O autor defendia uma ocupação da cidade com expressões coletivas, de múltiplas vertentes, que pudessem diluir as barreiras entre a arte dos centros e da periferia.

Filiado à academia, Ericson deixou trabalhos importantes como o livro "Zé Celso Oficina-Uzyna de corpos" (Editora Annablume, 2004), desdobramento de sua dissertação de mestrado entregue ao departamento de Letras da PUC-RJ. Foi também pesquisador do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC) da UFRJ e professor adjunto do Instituto de Arte da UERJ.

Agora, alguns de seus muitos amigos se reúnem no 

Circo Voador para prestar esta merecida homenagem:

a partir das 19h


Shows:

* Rodrigo Amarante (Los Hermanos)
* Marcelo Yuka
* AVA
* Segura Nega

* Com Participações de :
* Otto
* Jorge Mautner
* Hapax

Dj's: Saddam e Nepal
Performance: De Millus & Du Loren

A partir das 19h roda de poesia com:

* Pedro Rocha, Pedro Lago, João Velho, Chacal, Guilherme Levi, Omar Salomão, Guilherme Zarvos, Kyvia Rodrigues, Laurent Gabriel, Cep 20.000, Corujão da Poesia, Vitor Paiva, Coletivo Organismo

Exposição/Intervenção:

* Rafael Inacio, Piti Fraga, Raphaela Suckoi, André Dahmer, Guga Ferraz

Ingressos: R$60 (inteira) R$30 (meia)

A RENDA SERÁ REVERTIDA PARA A FAMÍLIA DO ERICSON, PARA AJUDAR A PAGAR AS DESPESAS HOSPITALARES

Os 50 primeiros pagantes ganham um livro do poeta Ericson Pires.

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