CAPÍTULO I
Posso colocar um único personagem lendo um texto interminável, com horas de projeção, dentro de um único quadro, em um único plano sequência, feito com dois celulares fixos em angulação opostas, de tal maneira que em um ele está de frente e no outro de perfil. Posso colocá-los em um suporte preso ao pescoço, na mesma angulação anterior a observá-lo e um terceiro celular preso em outro suporte escondido no seu chapéu, virado com sua lente para frente a observar os outros lhe observando, com curiosidade, pelo caminho seguido. Posso também colocar um quarto celular nas suas costas observando quem está lhe seguindo. É importante que esta traquitana que ele carrega não seja registrada pelas lentes dos 4 celulares. Ai está o mistério e a poesia do cinema de invenção. Assim, em uma rua movimentada da cidade, o nosso personagem sai para um passeio envolvido por essas quatro câmeras com 2 gigas de memória cada, andando lentamente por um caminho pré-determinado anteriormente e só pára esse passeio quando as memórias dos celulares forem totalmente preenchidas.
AÇÃO:
No começo ele não sabe quem ele é, está perdido em um mundo estranho onde todos olham insistentemente para ele. Ele anda olhando distraído para os prédios, de um lado e do outro na rua e para as pessoas que passam por ele, como se tudo ali fosse uma grande novidade. Um mendigo sai de uma esquina e passa a segui-lo por trás.
Mendigo, falando alto, nas suas costas: - Aonde você pensa que vai?... Esse aqui não é o seu mundo... Porque você voltou?... (O mendigo desaparece da visão do celular)
Surge na sua frente à figura de uma menina toda vestida de branco. A menina pára o seu caminhar e lhe diz: - Onde você estava? Estou te procurando faz tanto tempo...
.......... (segue amanhã)
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