ABAIXO TEXTOS - CRÍTICAS - ENSAIOS - CONTOS - ROTEIROS CURTOS - REFLEXÕES - FOTOS - DESENHOS - PINTURAS - NOTÍCIAS

Translate

sábado, 6 de julho de 2013

NOVAS MANIFESTAÇÕES POPULARES

Hoje nós só queremos o triunfo da liberdade e do amor.

"Sopra um vento de revolta em todos os lugares". 
"A revolta é aqui a expressão de uma ideia, lá o resultado de uma necessidade; com mais frequência ela é a consequência de uma mistura de necessidades e de ideias que se engendram e se reforçam umas às outras. Ela se desencadeia contra a causa dos males ou a ataca de modo indireto, ela é consciente e instintiva, humana ou brutal, generosa ou muito egoísta, mas de qualquer modo, é a cada dia maior e se amplia incessantemente. É a marcha da história. É, portanto, inútil perder tempo a lamentar quanto aos caminhos que ela escolheu, pois estes são traçados por toda a evolução anterior.                                                                                                                                                    Quando o povo se submete docilmente à lei, ou o protesto permanece fraco e platônico, o governo se acomoda, sem se preocupar com as necessidades do povo. Quando o protesto é vivo, insiste e ameaça, o governo, segundo seu humor, cede ou reprime. Mas é preciso sempre chegar à insurreição, porque, se o governo não cede, o povo acaba por se rebelar; e, se ele cede, o povo adquire confiança em si mesmo e exige cada vez mais, até que a incompatibilidade entre a liberdade e a autoridade seja evidente e desencadeie o conflito".



JIMI HENDRIX E A FONOAUDIÓLOGA
 
 Fábio Carvalho

Eu me empenho muito para fazer o que faço; no meu trabalho há coisas boas e ruins, mas esta mistura sou eu. Tenho a impressão de estar sempre atrasado em relação a mim mesmo e de não conseguir nunca fazer o que tenho para fazer, antes do fim.
Robert Bresson
  
O Prometeu acorrentado. Fui à missa de sétimo dia da minha tia Daisy na igreja da Boa Viagem, hoje, Sexta Feira dia 28 do mês 6 do ano 13. Tenho sofrido um romantismo exacerbado, portanto me emocionei. Bela construção. Uma menina linda com um coração enorme, feito de isopor tingido de vermelho dependurado em cima do vestido de cetim branco, pegou o microfone sem fio ao meu lado na entrada da nave e cantou lindamente uma canção de louvor desconhecida. Seguiu até o altar e finalizou seu espetáculo olhando para nós os súditos enfileirados e embasbacados, diante de tanta formosura. Não me lembro de ter visto coisa igual. Muito lindo. Não sou religioso e já se iam muitos anos que não assistia uma missa, porém desde sempre gostei de conhecer as igrejas e os templos, admiro suas edificações. A fantasia da mulher. Heitor dos Prazeres. Meu pensamento está preso naquele carnaval. Ando na praça vazia. A noite da Bahia preta, queria tanto você aqui. Na próxima Sexta Feira é o aniversário de vinte e dois anos da minha filha caçula. Que coisa meu. Nem mesmo eu posso crer. Que farei. Cabia aqui uma interrogação a banhar as tardes. A minha gata branca sentou ao meu lado ouvindo a música. Gostei, ela é meu cosmético na carícia que gostas. Festa, você devia talvez enganar a ela e a sua testa, no melhor da programação da cidade. Dentro de outro olhar. Rio de Janeiro. Um realizador deve ser pintor, fotógrafo, romancista, músico, arquiteto, filósofo e depois ser cineasta, escreveu assim, certa vez, com destemor Alexandre Astruc. Sutil transfigurador da existência, Bresson. Vou ler Borges. Tantas palavras que ela gostava. Afinal para que amar? Onze horas e vinte nove minutos. Ah se a brisa que essa juventude canta, ficasse aqui comigo um pouquinho, talvez, quem sabe, o inesperado traga uma surpresa. Oh brisa fica. Carreguei na ilusão de novo. O Encontro. O filme é feito de encontros. Um colorido convida. O parágrafo que transcrevo a seguir escrito pelo cineasta David Neves, foi a minha resposta audiovisual e desnecessária para uma pergunta inaudível: a causa-pretexto, entretanto, tem outra dimensão e, em termos cinematográficos, penetra pelos caminhos da ficção científica. Que sentimento especial, vivo, de voyeur ou de reveur deve ter assolado o primeiro cosmonauta a sentir diretamente a brisa do cosmos ao defrontar um objeto familiar num mundo diferente e talvez hostil? O pequeno satélite artificial manufaturado pelo homem que encontrou o cosmonauta nesse histórico ato turístico de que forma teria agido sobre sua pisicologia? Certamente teria provocado de Leonov a seguinte expressão: Oh! Você por aqui?... Hoje Segunda Feira, voltei finalmente ao chorinho do Bar do Salomão. Todas as sobrancelhas estavam lá e o Madeira e seu bandolim também. A lourinha dos cabelos cacheados tirou o gesso do pé esquerdo, e de sandália baixa com uma tira só, mostrou que tem samba no pé e pernas para que te quero, em um jogo de cintura sem artifícios. Disposição e juventude para toda e qualquer prova. Costas nuas com sardas naquele vestido sem lei. As coroas se admiraram e suspiraram enquanto eu também, era um inverno sem frio nesse planeta. Aí na seqüência apareceu uma cantora morena com uma flor amarela no cabelo liso e antes que ela cantasse de repente não pude ficar mais, depois do filme secreto ter rolado na tela grande era muita coisa para um dia só. O filme é feito de tesão. Tenho que parar de fumar escondido. Girl! Bordados e algodão doce. Se não fosse ela, jamais me lembraria dessa imagem tingida de rosa, quero sempre poder tentar morder essas nuvens do desejo. Com as mesmas intenções, encontrar-me com ela no parque de diversões às quatro da tarde de um dia útil sem atrasos nem talvez. Transbordante. Orson Welles disse uma vez: o que me interessa no cinema é a abstração. O filme é feito de pensamento. O Estevão me emprestou um CD com a gravação do programa de rádio Cacofonia do nosso amigo Marcos Kacowitz, que naquela uma hora de duração enfocava um pretenso disco inédito do Jimi Hendrix, intitulado People Hells and Angels. Quando ouvi imediatamente pensei em fazer um filme me utilizando e partindo deste programa como trilha sonora. A expressão do pensamento é o problema fundamental do cinema. A criação dessa linguagem preocupou todos os teóricos e autores de cinema desde Eisenstein, até os roteiristas e adaptadores do cinema sonoro (sic). Quando iniciei meu tratamento com a fonoaudióloga Cynthia, e ela se dispôs a ser filmada por mim, vi que tinha conquistado a imagem. Imagem + som = cinema. Bastante simples, não? O evento fundamental destes últimos anos foi a tomada de consciência que está se concretizando sobre o caráter dinâmico, isto é significativo, da imagem cinematográfica. Todo filme, por ser um filme em movimento, ou seja, que se desenrola num tempo, é um teorema. Ele é um ponto de passagem de uma lógica implacável, que vai de uma extremidade a outra dela mesma, ou melhor ainda, de uma dialética. Todo pensamento, como todo sentimento é uma relação entre um ser humano e um outro ser humano e de certos objetos que fazem parte do seu universo. É explicitando essas relações, desenhando as tangentes, que o cinema pode ser verdadeiramente o lugar de expressão de um pensamento. A voz do autor. Como num passe de mágica encontro com o Kacowitz, quem não via há pelo menos dez anos, exatamente no meu bar na Serra. Magistralmente consegui filmar ele e o Paibará falando sobre outros mundos e sobre as dimensões não visíveis das quais ele é mestre. Ao nosso redor se formou uma platéia jovem e interessada. O filme é feito de desejos. Os jovens desejam e exigem um Brasil justo e eu também. Vamos juntos, essa é a hora. São sete horas da manhã, o homem desce a rua decidido no contra-luz. Entra no botequim de três portas na esquina, se dirige ao seu velho conhecido do outro lado do balcão, e diz: ô meu me bota um conhaque! No que o outro responde perguntando: ô sem bom dia, diga qual você quer?
A resposta firme e objetiva: o pior, nas prega! Notava-se que depois do primeiro gole só restava partir para o segundo e dar início aos trabalhos, abrir o escritório. A sensação é complexa. E o tempo morto naquele abrigo torna necessária a segunda dose. O filme é feito de crônicas. O Filme-Crônica, o gênero que definiu exato o ator Mário Camargo, por entre o jardim de espinhos do Cabral, num plano muito bem iluminado. É o mesmo senso de economia de recursos, o mesmo gosto por aquilo que é sensual, o mesmo jogo com as ondas dos sentidos. A vida à deriva, arrastando tudo no seu fluxo imprevisível e vigoroso. As imagens, os sons tornan o real perceptível por um instante: “traduzir o vento invisível através da água que ele esculpe passando”. No êxtase dessa tarde lenta de inverno, enquanto tudo está atrasado e demorando a fazer-se possível, aqui de dentro rola uma emoção sinfônica e confortável trazendo uma maré borbulhante e criativa do encantamento de uma cachoeira cercada de árvores, e que por entre suas folhagens atravessam alguns trêmulos raios de claridade do sol. A língua se mostra na boca entreaberta. O filme é feito de linguagem.

Um comentário:

Luiz Spinola disse...


PARABÉNS PELA MATÉRIA NO BLOG !!

AGORA, NOVAS MANIFESTAÇÕES POPULARES EM SETE DE SETEMBRO DE 2013 !!

A CAUSA DE TANTA CORRUPÇÃO É A POSSIBILIDADE DE UM PARTIDO ADMINISTRAR CIDADES, ESTADOS E O PAÍS. PARTIDO DEVE SER UMA ASSOCIAÇÃO QUE DEFENDE PRINCÍPIOS. O POVO JÁ PODE SE GOVERNAR !!

Gente, o nome já diz : PARTIDO : Partido só parte, não reparte. Só desune, não une. E a divisão só interessa a quem quer explorar ou a classe que quer continuar explorando classe. PARTIDO parece democrático porque representa os vários pensamentos e posicionamentos da sociedade. O absurdo erro é um partido mandar na sociedade. Por isso, partidos podem continuar existindo, mas como associações que defendem princípios CONT....
http://jornaldosgruposambiente.blogspot.com.br/search/label/7%20de%20setembro%20%3A%20o%20povo%20de%20novo%20nas%20ruas

OU COPIE E COLE NA PESQUISA GOOGLE : NA INFOERA, O BRASIL DE NOVO NAS RUAS