Bravo Sette
Você sempre poeta, inventivo, criativo, remando contra a maré de uma burocracia kafkiana que tem como único objetivo dominar a arte e enforcar artistas.
Teu home theater é lindo, cheio de poesia e bom gosto. Como aprendo quando vejo cada obra tua e vc passando olímpico pelos temporais dos domadores de artistas. Obrigado por essa dádiva
Silvio Tendler
PS. Peguei carona e trouxe alguns penetras para teu cinema
Você sempre poeta, inventivo, criativo, remando contra a maré de uma burocracia kafkiana que tem como único objetivo dominar a arte e enforcar artistas.
Teu home theater é lindo, cheio de poesia e bom gosto. Como aprendo quando vejo cada obra tua e vc passando olímpico pelos temporais dos domadores de artistas. Obrigado por essa dádiva
Silvio Tendler
PS. Peguei carona e trouxe alguns penetras para teu cinema
Um Deus é Um Ser Revolucionário que não
Pode
Ser de Quinta Grandeza a Não Ser na Igreja do Diabo
Jose Sette
Tenho ouvido
ultimamente em diferentes segmentos da sociedade, não só pelos jornais, como
também por alguns amigos, jornalistas, escritores, cineastas, professores,
alunos, médicos e vagabundos, em textos escritos ou falados, os maiores
impropérios sobre pessoas como Brizola, Jango, Juscelino, Prestes, Getúlio,
Mariguela-Lamarca, Lula-Dilma, falam de Mao a Lenine, de Fidel a Guevara e tudo
aquilo que representa a vanguarda política da minha existência. Agora o mais mal falado de todos é o dito ditador
venezuelano Hugo Cháves, este bateu todos recordes do mal dizer! Falar de
Chávez é invocar o diabo, satã... Caralho! São poucos os que se interessam para
o que acontece de fato aquém de nossas fronteiras, do além poucos que leem os
jornais sabem dizer, mas todos são geralmente mal informados e muitas vezes
direcionados pelo noticiário de interesses políticos econômicos da televisão,
do rádio e de toda a mídia brasileira.
Uma característica
que noto em todos esses contestadores é que eles são religiosos e professam seu
Deus, dentro de sua moral oculta, flutuando na sua Igreja, vociferando suas esperanças
em dias melhores. São muitos os deuses
adorados e poucos os homens que sabem o que adoram.
Deuses generosos
que proporcionam muitas riquezas para obter a falsa cultura do que é o melhor retirando
o luxo do lixo – Essa é a verdade que sempre lhe é oferecida. Eles estarão
ofuscando o seu parco conhecimento de poder consumir o pior nas sobras do
grande banquete. É assim, mal alimentado, envenenado na mesa, agrointoxicado, que
você obtém a licença de entrar nesse paraíso capitalista que é vendido diuturnamente
pelo sistema e se sentir recompensado. É que você está acostumado a viver e a
sonhar doando aos seus líderes espirituais o seu tempo- templo de adoração e
muitas vezes a sua vida. Você não tem e não consegue ver – viver o futuro. Você
está morto e ainda não sabe!
Meu amigo é nisso
que eles se apegam! Na religião como cenáculo, templo de adoração e exorcismo, campanário
do fanatismo e do terror! E você morrendo dia a dia de doenças incuráveis. Perdido
em partidos e em políticos predadores, tornando-se sacerdotes e ovelhas de
lobos famintos, temente ao que não pode
ser visto ou tocado, ao mistério de uma tradição que não pode discordar..
Palavras e
sentimentos que em qualquer instância representam “O Ser Supremo, O Deus” –
seja Ele quem for – é, no meu entender, um buraco negro e quem cair nesta
lorota tem um nó na cabeça e precisa ser cuidado, ser curado e a partir daí, no
desespero, vale qualquer coisa. Oh Madalena! – Se ela resistir na cultura Oriental,
Ocidental ou Acidental, na explosão de tanta informação truncada, mentirosa,
enganadora, esses deuses nascerão mortos ou estarão morrendo porque renasce na
civilização o matriarcado novamente das Amazonas – Amaxon! E o mundo resistirá
aos tiranos.
Faz parte da
natureza fraca do homem destruir os seus mitos que já duraram muito e elevar-se
dando o próximo passo revolucionário no universo em direção de si mesmo.
Uma força que se
quer universal, ilimitada, absoluta, não pode ser contida em um frasco, pois explode
lâmpadas, derruba paredes, destrói cidades e castelos, afunda continentes e
divide os mares. Uma força como esta não pode ter limites, muito menos na terra,
pois ela esgarça o espaço conhecido, rompe todas as fronteiras do cosmo, das
galáxias de luz revela o oculto negro da solidão, e faz brilhar a maior de
todas as estrelas que é mais luminosa quase 10
milhões de vezes do que o Sol e reina
impávida Nesse
conto, o Diabo funda uma Igreja e consegue obter adeptos e ouvintes todos os
dias. Então, segundo as leis do Diabo, o mais importante na vida é promover
prazeres de todos os tipos e não e preciso ter éticas nos negócios e nem tao
popuco na política. Havendo condições para ganhar, mesmo que seja de forma
desonesta, para a tal Igreja isso e que era válido.Também não seria preciso ajudar os
outros ou então preocupar-se com os amigos e familiares. Que cada um cuide de
si, diziam os padres da Igreja do Diabo. Com o andar do tempo, por mais
apegados que os crentes estivessem no novo credo, as pessoas começaram a não acatar
as tais leis. Às escondidas passaram esmolar aos mais pobres, e escutavam com
certa atenção e cuidado os lamentos dos conhecidos e ofereciam os seus
préstimos e amizade. Também os casados evitavam trair seus parceiros e os
comerciantes e políticos honravam seus compromissos, mesmo que declarassem
seguir à risca a hedonista lei do Diabo. Realmente o que Machado de Assis nos
revela, é que todas as pessoas têm duas facetas e posições. Podemos ser
amorosos com alguns e zangados com outros; honestos em certas circunstancias e
ludibriar em outros aspectos. Qualquer que seja a lei, portanto, jamais se
poderá compreender essa disparidade do ser humano. A lei escolhe um lado da
oposição como certo e o outro como sendo errado, e isto demonstra que o nosso
coração possui sempre dois aspectos antagônicos.
Eu tinha 16 anos quando fui apresentado ao poeta Arthur
Rimbaud e li o seu livro . Une Saison en Enfer -
Uma Temporada no Inferno ou ainda Uma Estação no Inferno. Um poema extenso e
extraordinário que influenciou artistas e poetas, em todas as épocas, pelo
mundo afora. Só
algum tempo depois fui saber de sua história. Do seu romance com Verlaine e da
sua investida na Comuna de Paris.
Você sabe o que foi a Comuna de Paris?
“Os teóricos que reconstituem a
história deste movimento, colocando-se do ponto de vista omnisciente de Deus
que caracterizava o romance clássico, mostram sem dificuldade que a Comuna
estaria objetivamente condenada, que não teria superação possível. Mas para os que
viveram o acontecimento, a superação estava ali. A guerra social de que a
Comuna constitui um momento continua sempre (por muito que tenham mudado
algumas condições superficiais). Sobre o trabalho de tornar conscientes as tendências
inconscientes da Comuna” (Engels) ainda não foi dita a última palavra.” Apesar do curto período de existência, de março a maio de
1871, a Comuna de Paris inspirou um romance de Émile Zola (La Débacle, 1892),
filmes de Grigori Kozintsev e Peter Watkins, e várias análises propostas por
pensadores socialistas, a começar por A Guerra Civil na França, de Karl Marx,
sobre o que o curto sucesso e o estrondoso fracasso da Comuna têm a ensinar aos
muitos, sobre como reorganizar a sociedade.De fato, a única correção que Marx e
Engels fizeram ao Manifesto Comunista brotou de lição da Comuna, a qual,
escreveram eles, demonstrara que “a classe trabalhadora não pode apenas ocupar
a máquina já existente do Estado para usá-la para seus próprios objetivos. A narrativa da Comuna tornou-se profundamente ideologizada,
depois que as tropas da 3ª República francesa a esmagaram, ainda furiosas pela
derrota da França na guerra franco-prussiana e pelo acordo punitivo de janeiro
de 1871. A palavra “comuna” sugere
“comunismo”, mas já era usada para designar o conselho da cidade, como
autoridade local autônoma. A denominação tem raízes na Revolução Francesa, e já
houvera uma comuna de Paris entre 1789 e 1795, a qual, sob controle dos
jacobinos, recusara-se a obedecer ordens do governo central depois de 1792. A
Comuna de 1871 aconteceu depois de Paris ter sido sitiada pelos prussianos,
cerco que começou em setembro de 1870, depois do colapso do Segundo Império de
Napoleão III. Preparando para o ataque iminente, a Guarda Nacional Francesa foi
aberta para a classe trabalhadora parisiense, que elegeu seus próprios líderes
do Comitê Central da Guarda. Muitos desses líderes eram radicais, republicanos
ou socialistas jacobinos, sobretudo no norte, os mesmos que, adiante,
tornaram-se líderes da Comuna.Essa guarda parisiense destinava-se a defender a
cidade contra a invasão prussiana e pela restauração da monarquia, sobretudo
depois que, nas eleições para a Assembleia Nacional, em fevereiro de 1871, os
monarquistas perderam a maioria. Cada dia mais radical, a Guarda Nacional
parisiense acumulou armamento pesado; até que, no dia 18/3/1871, Adolphe
Thiers, eleito recentemente “Autoridade Executiva” do novo governo, e temeroso
das consequências de a municipalidade em Paris estar tão pesadamente armada,
ordenou que os soldados confiscassem toda a munição que havia em Montmartre. Os
parisienses revoltaram-se; dois generais foram assassinados; Thiers
recolheu-se, com todo o gabinete administrativo, para o Palácio de Versailles,
deixando um vácuo de poder, que foi rapidamente preenchido pelo Comitê Central
da Guarda Nacional parisiense. A
Comuna nasceu sitiada, o que tornou absolutamente urgente e necessário
distribuir comida, dinheiro e armas entre os communards; nasceu também
constituída de trabalhadores; e a constituição operária do Comitê Central da
Comuna de Paris tornou-o excepcionalmente interessante para Marx e seus
seguidores. Embora separasse estado e igreja; tenha cancelado aluguéis a pagar
durante o sítio; tenha abolido o trabalho noturno nas padarias e todos os tipos
de juros sobre dívidas; e admitisse que os operários ocupassem lojas e fábricas
abandonadas, a Comuna nunca foi formalmente socialista – as ideias de Marx
ainda não haviam penetrado na esquerda francesa; e, em 1871, os teóricos
utopistas, como Charles Fourier, já haviam saído de moda. Louis-Auguste Blanqui –
que tentara assumir o poder em outubro de 1870; que viu seu projeto sobreviver
apenas 12 horas; e que foi preso um dia antes de as tropas chegarem a
Montmartre para desarmar a guarnição local – era, então, ainda, o pensador mais
influente. Por isso os Communards fizeram várias tentativas para libertá-lo,
tentando uma troca de prisioneiros: Blanqui, em troca de padres que os
Communards tomavam como reféns. Thiers rejeitou todas as propostas. Mas eram poucos, entre os Communards, os que partilhavam o
desejo blanquista de implantar uma ditadura do proletariado; a maioria tendia a
eleger membros para o Comitê e o novo Conselho Executivo. Para Lissagaray, o
principal problema parecia ser a falta de ideologia e de organização. As
eleições elegeram radicais, moderados e conservadores, e não havia qualquer
linha partidária por trás da atividade da Comuna; os líderes consumiam tempo
preciso em infindáveis discussões, quando o mais urgente seria agir contra a
mobilização dos soldados de Thiers em Versailles. Lissagaray aponta, logo à primeira página, para a divisão
insuperável entre a esquerda radical e a esquerda parlamentar (a esquerda
parlamentar já aliada, de fato, a Thiers). A desunião tornar-se-ia afinal
pública, entre o Comitê Central e o Conselho Executivo da Comuna; separação
provocada, pelo menos em parte, por o Comitê não se decidir a assumir o
controle sobre Banco da França. “Naqueles
cofres (...) há 4,6 milhões de francos” – Lissagaray lamenta –, “mas as chaves
estão em Versailles; e, dada a tendência do movimento para conciliar-se com os
prefeitos [delegados Varlin e Jourde, do Comitê Central da Comuna], ninguém se
atreve a arrombar os ferrolhos e fechaduras.” Essa decisão tornou-se a mais amplamente criticada em todas
as histórias que se escreveram depois. Foi bem claramente a decisão,
considerada isoladamente, que Lissagaray mais profundamente lamenta. Escreveu
que o governo da Comuna optou por “submeter-se ao Banco da França”, opção que
potencializou o fracasso mais amplo de só fazer aprovar “legislação
insignificante (...), sem plano militar, sem programa (...), deixando-se
arrastar em discussões em que nada se decide e a partir das quais nada se faz.” O caos assim gerado – que se percebe no tom de absoluta
urgência que há no texto de Lissagaray e, até, na dificuldade que o leitor
encontrará, ainda hoje, para compreender e acompanhar as rápidas modificações
na estrutura da Comuna – levou à ditadura. Em pouco tempo, um novo Comitê de Segurança Pública Soon
sobrepujou o Conselho, que cometeu o erro de não admitir que o povo
participasse de suas reuniões, o que gerou a imagem de que seria paranoico e
antidemocrático; e assumiu a responsabilidade pela defesa de Paris. Daí em diante, a Comuna ficou à mercê dos líderes
militares, cuja negligência e insuficiente competência tática – sobretudo ao
instalar barricadas, já tornadas inúteis depois que o Barão Haussmann reformara
Paris nos anos 1860s – a condenaram à derrota. A retaliação foi violenta: 3.000 parisienses mortos ou
feridos nas batalhas de maio de 1871; e Lissagaray estima que cerca de 20 mil
morreram até meados de junho – três mil a mais do que admitidos pela justiça
militar do governo. Muitos mais foram presos, na França e nas colônias; só
foram anistiados em julho de 1880. Os Situacionistas Guy Debord, Attila Kotányi e Raoul
Vaneigem, em suas Teses sobre a Comuna de Paris[4] publicadas em março de 1962,
procuraram separar a experiência da Comuna, de tentativas anteriores, para
inferir dela uma teoria de como poderia funcionar uma ditadura do proletariado.
Membros da Comuna sendo
executados sumariamente
Escreveram que “A Comuna de Paris foi vencida menos pela
força das armas que pela força do hábito. O exemplo prático mais escandaloso
foi a recusa em recorrer ao canhão para tomar o Banco de França, quando o
dinheiro fazia tanta falta. Enquanto durou o poder da Comuna, a banca
permaneceu como um enclave em Paris, defendida por algumas espingardas e pelo
mito da propriedade e do roubo. Os restantes hábitos ideológicos foram
desastrosos sob todos os pontos de vista (a ressurreição do jacobinismo, a
estratégia derrotista das barricadas em memória de 48, etc.)” Escreveram que
“Há que retomar o estudo do movimento operário clássico de uma forma
desenfeudada e em primeiro lugar desenfeudada das diversas classes de herdeiros
políticos ou pseudo-teóricos, pois não possuem mais que a herança do seu
fracasso. Os êxitos aparentes deste movimento são os seus fracassos
fundamentais (o reformismo ou a instalação no poder de uma burocracia estatal)
e os seus fracassos (a Comuna ou a revolta das Astúrias) são até agora os seus
êxitos abertos, para nós e para o futuro” Talvez cada geração, posta ante
diferentes crises do capitalismo, que as gerações anteriores não conheceram,
identifique diferentes lições na Comuna (...)
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