Essa nota tem o objetivo de esclarecer detalhes do ocorrido na madrugada de
sábado para domingo, entre nós, Botika e Ana Maria Bonjour, cidadãos cariocas,
e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Sob nosso ponto de vista, o
acontecimento deve ser retirado da esfera policial, e colocado na esfera
política.
Eu, Botika, fui agredido fisicamente, com dois socos desferidos pelo prefeito, após ter xingado o mesmo. O início do que o prefeito chamou, em nota, de “desentendimento físico”, partiu única e exclusivamente de Eduardo Paes, sem revide físico algum por minha parte. Em muitos lugares do mundo, a legislação prevê prisão para a ação de se agredir alguém com um soco.
É preciso esclarecer também que os insultos foram dirigidos ao Eduardo Paes prefeito e sua gestão - que afeta todas as esferas de nossa vida diariamente. Sabemos que as críticas a esse governo não são só nossas, mas de muitos. No entanto, não há espaço para elas quando percebemos que frequentemente a prefeitura reage com violência, como comprova a atitude do prefeito. Uma administração que toma a maioria de suas decisões fechada em um gabinete, sem levar em consideração a posição ou opinião da sociedade como um todo, e que oferece espaços esvaziados e ineficientes para a participação dos cidadãos.
Nossa critica é contra um poder municipal que loteia NOSSA cidade, desapropria e expulsa os pobres, abrindo lugar para os ricos. Uma gestão de poucos, que vem promovendo, à revelia de muitos, uma violenta elitização do Rio de Janeiro - nitidamente vinculada a especulação imobiliária.
Como não reagir a isso? São questões de NOSSA cidade, que afetam nossas vidas diariamente, e sobre as quais não conseguimos ser ouvidos. Estamos sendo aniquilados por um modelo de gestão autoritário e excludente. Impossível não se afetar. Impossível se calar, quando temos a chance de ser ouvidos.
Esta gestão não é cordial. Nossa ação não justifica um ataque físico. Um soco não pode ser relativizado ou discutido. O xingamento, por mais que seja chulo, ainda é linguagem, e deve ser respondido com linguagem, e não com os punhos. Uma agressão verbal não pode jamais ser equiparada ou servir de justificativa a uma agressão física. A diferença entre a agressão verbal e a física é a diferença entre a civilização e a barbárie. Quando justificamos a violência física por uma agressão verbal, estamos sendo coniventes com a maneira violenta com que o poder público nos trata o tempo todo. É exatamente a mesma reação que os aparelhos do estado e do município do Rio de Janeiro tem tido contra manifestantes que reclamam por seus direitos e expõem suas opiniões.
Um homem público deveria estar preparado para reagir de forma correta a qualquer manifestação engasgada de insatisfação que um cidadão dirige a ele e ao que ele representa. A história do Brasil possui diversos exemplos de políticos que foram alvo desse tipo de manifestação por um cidadão e que, no entanto, não reagiram no nível do que fez Eduardo Paes. O gesto do prefeito simboliza o modelo de administração a que somos submetidos no Rio de Janeiro: um modelo que bate na cara de muitos através de uma política voltada para poucos – e que bate na cara também de quem o critica por isso.
Eu, Botika, fui agredido fisicamente, com dois socos desferidos pelo prefeito, após ter xingado o mesmo. O início do que o prefeito chamou, em nota, de “desentendimento físico”, partiu única e exclusivamente de Eduardo Paes, sem revide físico algum por minha parte. Em muitos lugares do mundo, a legislação prevê prisão para a ação de se agredir alguém com um soco.
É preciso esclarecer também que os insultos foram dirigidos ao Eduardo Paes prefeito e sua gestão - que afeta todas as esferas de nossa vida diariamente. Sabemos que as críticas a esse governo não são só nossas, mas de muitos. No entanto, não há espaço para elas quando percebemos que frequentemente a prefeitura reage com violência, como comprova a atitude do prefeito. Uma administração que toma a maioria de suas decisões fechada em um gabinete, sem levar em consideração a posição ou opinião da sociedade como um todo, e que oferece espaços esvaziados e ineficientes para a participação dos cidadãos.
Nossa critica é contra um poder municipal que loteia NOSSA cidade, desapropria e expulsa os pobres, abrindo lugar para os ricos. Uma gestão de poucos, que vem promovendo, à revelia de muitos, uma violenta elitização do Rio de Janeiro - nitidamente vinculada a especulação imobiliária.
Como não reagir a isso? São questões de NOSSA cidade, que afetam nossas vidas diariamente, e sobre as quais não conseguimos ser ouvidos. Estamos sendo aniquilados por um modelo de gestão autoritário e excludente. Impossível não se afetar. Impossível se calar, quando temos a chance de ser ouvidos.
Esta gestão não é cordial. Nossa ação não justifica um ataque físico. Um soco não pode ser relativizado ou discutido. O xingamento, por mais que seja chulo, ainda é linguagem, e deve ser respondido com linguagem, e não com os punhos. Uma agressão verbal não pode jamais ser equiparada ou servir de justificativa a uma agressão física. A diferença entre a agressão verbal e a física é a diferença entre a civilização e a barbárie. Quando justificamos a violência física por uma agressão verbal, estamos sendo coniventes com a maneira violenta com que o poder público nos trata o tempo todo. É exatamente a mesma reação que os aparelhos do estado e do município do Rio de Janeiro tem tido contra manifestantes que reclamam por seus direitos e expõem suas opiniões.
Um homem público deveria estar preparado para reagir de forma correta a qualquer manifestação engasgada de insatisfação que um cidadão dirige a ele e ao que ele representa. A história do Brasil possui diversos exemplos de políticos que foram alvo desse tipo de manifestação por um cidadão e que, no entanto, não reagiram no nível do que fez Eduardo Paes. O gesto do prefeito simboliza o modelo de administração a que somos submetidos no Rio de Janeiro: um modelo que bate na cara de muitos através de uma política voltada para poucos – e que bate na cara também de quem o critica por isso.
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