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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CONTRA CAPA DO LIVRO QUARTETO


Na literatura, como no cinema, penso ser preciso transformar parte significativa da arte criativa brasileira em obra inventiva, experimental e de qualidade. Só assim, através de nossa identidade debochada, gozadora e anárquica, seremos ouvidos, vistos e lidos pelo resto do mundo. Criar um texto de prosa poética que transportasse o leitor, de todos os matizes sociais e culturais, para um universo de imagens mágicas, ainda não vistas, ouvidas, lidas ou imaginadas, foi o que me motivou a escrever. Não sei se atingirei os meus objetivos como aconteceu com os meus filmes. Quando essa escrita brotou pela minha caneta, eu tentei descarta-la como mais um dos meus roteiros, mas não pude fazê-lo, ela se impôs como literatura, como uma peça única do meu universo cultural. Às vezes um livro pode custar mais caro que um filme, como esquecê-lo? Portanto vou publicá-lo mesmo sabendo do prejuízo crítico de quanto um texto é poético, inovador, torna-se de difícil compreensão ao mundo acadêmico.
Ao escrever esse “Quarteto”, vendo-me em torno da sociedade do meu tempo, a cada parágrafo amenizei a minha loucura colocando em seu lugar alguns pensamentos agradáveis, tentando ser coloquial e construindo alguns clichês nos momentos necessários para que eu pudesse depois, em outras situações da trama, surpreender o leitor com um murro na cara, um vento gélido na pele, uma tempestade na mente, uma saturação de claros e escuros aos olhos poéticos dos que buscam o que lhe é desconhecido, oculto, letárgico, na ilusão ótica de quadros variados. Textos poéticos em prosas, movimentos rápidos de desejos abstratos, visão filosófica sobre todas as coisas relacionadas às verdades ou às mentiras do animal homem. Com esse livro eu sou agora também um escritor, um inventor louco de histórias, como muitos outros que ficam expostos nas prateleiras das livrarias. Não sou único, e nem sou um artista do mal. Dizem que sou rebelde e que às vezes ando errado, que a língua que falo é morta, pois ninguém me entende, ninguém me escuta e ninguém quer saber. Digo que não me importo com essa opinião boçal. Sou do bem e fico com os autores que sofrem nos dias de hoje a censura moral do desentendimento situacional civilizatório. Vamos portanto novamente eliminar tudo o que não é necessário e criar uma nova maneira de lidar com a língua na contribuição de todos os erros, com diria Oswald de Andrade e eu, do meu lado, no meu tempo, no meu espaço, vou continuando, as duras custas e penas, com as minhas experiências literárias e cinematográficas, sempre no desejo de criar uma estética diferenciada, onde não só se vê, mas se tem preferencialmente visões, que aqui no livro falo e penso no que se refere aos desentendimentos existenciais dos conflitos amorosos, este grande filão oculto ainda pouco explorado das relações humanas.

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