O PODER DA ÁGUA
Fábio Carvalho
Ela veio debaixo do anunciado temporal. Vi da janela. E foi bonito. Mais que bonito foi lindo. A madrugada resolveu me dar todos os desejos seus. O mar não quer te ver chorar assim. Vai me trazer de volta para ti. Uma deusa feita de amor. Perdoa se eu chorar. Porque ninguém vai dormir nosso sonho. Você não vê que a vida corre contra o tempo. Eu sou como um cristal bonito que se quebra quando cai. Não vou mais recorrer à música. Chega. Somos obrigados a ouvir todo tipo de qualquer onda, menos ela a música. Por alguns minutos me retiro do visível, no reservado me entendo com ela. Agora sim vai ficar mais fácil. Será? Oscar Wilde: "Os velhos acreditam em tudo, as pessoas de meia idade suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo."
O primeiro dos aforismos hipocráticos é, talvez, a melhor definição da arte médica de todos os tempos, jamais superada: A vida é breve, a arte é longa, a ocasião fugidia, a experiência enganosa, o julgamento difícil.
Do grego, o termo veio para o latim - aphorismus - e deste para as línguas modernas: inglês e alemão, aphorism; francês, aphorisme; italiano, espanhol e português, aforismo.
Com certa freqüência deparamos em escritos médicos com o termo aforisma em lugar de aforismo, equívoco que deve ser evitado, poisaforisma tem outro significado na terminologia médica. Embora pouco utilizado, designa um hematoma resultante da rotura de um vaso sanguíneo.[2][3] Este foi o emeio do Toninho, que não tive como hesitar em transcrever. A Bela Estranha. Tirei de alguma coisa este título. Podemos ver ainda A Bela Intrigante, só precisamos nos dar este tempo. A Bela da Tarde. Que faremos a partir de agora, qual será o próximo passo? Pode ser arrítmico, sem problemas de transição. Vamos ao tratamento. A mais Bela do chorinho usa óculos de grau e gosta de queimar um do bão, não revelo mais nada. Você deve conseguir se preparar para a dádiva encantada que ela a visão nos dá. Não sei para quê esse tom tão prepotente. Nem imagino de onde saiu assim. Depois do fim, começo novamente. Olho para trás e enxergo claramente um exército de insetos prontos para me atacar. Segundo ela isto é normal. Para quê discutir ou discordar. Acho que merecia uma nova interrogação. A vida é repleta de erros. Utilizo da revista Encontro Bairros que ela dobrou, antes de fechar a porta da cama, e a manejo como uma tocha zunindo contra o vento do ventilador de teto no máximo, assim consigo aparentemente matar aos meus agressores. Pode ser ilusão. Nem tanto ao mar. Depois desta afirmação parei para observar se tinham outros à minha espreita. O menor mentor de todos ainda no início daquela cruenta batalha certeiramente me alvejou no pescoço. Neste momento só dá umas ardidas enquanto se transforma numa brotoeja. Quero tocar nessas mulheres. Andei sambando certo embora pareça outro balanço. Pode crer que é ele o Samba de raiz. Quando tive que começar a tomar um remédio para a pressão, fiquei preocupado com o que se falava, que este tipo de medicamento diminuía a potência. Hoje sei que não é verdade. Comentei com a Bebel e algumas amigas sobre minha preocupação, e todas sem exceção, disseram que isso era bobagem e que elas as mulheres não ligavam e procuravam era carinho e bom tratamento. Fiquei cabreiro com tanta benevolência. Depois pensando cá com os meus botões, descobri que o motivo delas para tão calma reação diante do problema era simples: elas nunca tiveram pau. Embora tivesse adquirido fama por causa desse amor, mesmo assim sofri demais por tê-lo alimentado. É verdade que não sofri em razão de crueldade da mulher amada. Estas frases iniciam o segundo parágrafo do proêmio do livro Decamerão do Boccaccio. Outro dia, zapeando no controle da tv, caí em um quadro de um ordinário programa de humor. Assisti a seguinte cena: a mulher toda serelepe se aproxima do homem rebolando e diz: “Osório, fala que me ama, diz que está morrendo de saudades de mim, eu estou louca de saudades de você, diz, diz!!” Impassível mordendo um charuto no canto da boca, em meio a muita fumaça, ele responde: “Madalena, um homem de verdade só sente saudades de mamãe!” “De quem???” Ele irritado reitera: “é da mamãe.”
Finalmente voltamos ao cinema. The Innocents Savages de Nicholas Ray.
Depois do fim ainda em 2012 ao que parece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário