Hoje terminei de reescrever o roteiro de um documentário sobre o músico Robertinho Silva intitulado BATUQUE CARIOCA e entre tantas palavras gastas durante esses dias me sobraram essas que aqui publico.
É um documentário que contará 50 anos de histórias bem humoradas de um músico, de origem humilde, negro, que hoje é considerado um dos maiores percussionista do Brasil.
É Robertinho Silva em toda sua forma artística contracenando com grandes nomes da música popular brasileira.
É um documentário que fala sobre a vida deste senhor de 70 anos que mantém ainda intacta as suas energias rítmicas juvenis, embaladas pela música com seus inúmeros instrumentos, percussiva, mágica por seus tambores primitivos, criando e compondo, com espetaculares solos de bateria e a participação de alguns músicos convidados, a partitura de uma grande composição fílmico-musical.
É filme das origens e desenvolvimento do ritmo e da percussão no Brasil, partindo do batuque de terreiro no Rio de Janeiro, suas histórias, seus personagens, sua memória.
É matéria nobre, é madeira de lei, é cultura de informação étnica, sociológica e de registro cinematográfico de importância histórica.
É um documentário musical e de ficção que retrata, através do universo urbano, as origens e o desenvolvimento da música popular brasileira a partir do ponto de vista subjetivo do músico Robertinho Silva.
É o trem do subúrbio carioca buscando a história a partir do silêncio no estúdio de som. São os sons de tambores que originaram as primeiras manifestações musicais do homem descobrindo que no batuque está a primeira impressão sonora mais próxima à natureza das coisas, das nossas coisas, das coisas nossas, e é a que mais mexe, a que mais penetra na alma e no corpo do homem brasileiro.
É a vida passada pela janela cinematográfica desse novo trem que leva e traz o nosso personagem do subúrbio do Rio de Janeiro, sua origem, ao centro da cidade, seu meio, passando do urbano ao rural até chegar a velha Lapa.
Batuque Carioca são histórias contadas por um carioca de origem, pelo músico percussionista mais criativo de nossa época e que tem, no seu quase meio século de trabalho, a memória do que aconteceu na moderna música popular desse país - do baião à bossa nova, do tambor do terreiro à descoberta do maracatu, de todos os ritmos ao breque do samba, dos mineiros ao som imaginário, da banda famosa a todas as bandas, do bolero, do chorinho ao samba-canção.
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