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quarta-feira, 11 de maio de 2011



A Questão da Mídia

No Brasil a televisão aberta chega hoje, em rede de emissoras associadas, a milhões de lares e a mais de 100 milhões de pessoas em todo território nacional. Exercendo um poder de convencimento pela informação dirigida, nunca antes imaginado, ela domina e influencia a maioria das mentes e dos desejos dos nossos trabalhadores menos informados e da pobre classe média, tornando-os, na sua grande maioria, pessoas conformistas e alienadas e a cada dia mais distantes das suas identidades culturais tão necessárias nas lutas dos pensamentos ideológicos que são os pilares dos movimentos de transformações sociais. Essas coisas são vitais e são as mais importantes para a sua, a nossa melhoria de vida. Cada dia a grande maioria da nossa população é um pouco menos cidadão brasileiro e mais outra coisa qualquer.

No Brasil existem dois tipos de rede de televisão: a nacional e a regional. A rede nacional de televisão domina a maioria dos horários de todas as emissoras. No horário regional cabe a emissora repetidora duas horas por dia de programação. Esse horário é ocupado por um programa de notícias locais, mas totalmente orientados e dirigidos pelas suas matrizes. São quatro as redes, as famílias, que dominam a comunicação de massa em todo o país: Globo; Record; SBT; Bandeirante.

Elas construíram um império de comunicação de massa no país. Ninguém vive sem elas. O comércio, as empresas, o mercado, a saúde, a educação, a cultura, o Brasil e a liberdade fraterna do seu povo, precisam delas para crescer sem se importar com o que elas hoje representam. É preciso mudar. Dar o primeiro passo, o mais difícil.

Não acho que se devem desapropriar as empresas de suas redes de tevê em nome de um estado revolucionário como se fez na Venezuela. Nem com a caneta do presidente em um ato de revisão das concessões públicas como Brizola queria fazer. Acho que se deve trabalhar em conjunto neste momento com o capital empresarial simplesmente o convencendo que o país precisa avançar e para isso o governo não medirá esforços.

Mas o que seria preciso para avançar, dar os primeiros passos neste deserto?

É preciso de pronto lembrar que o que é bom para o país sempre é melhor para a sua grande ou pequena empresa. Não é lógico?

O que é bom para o Brasil?

Tirar da miséria e educar, primeiro as crianças e depois o resto da população. Saúde, segurança e trabalho para todos. Despoluir as nossas águas. Prestigiar e respeitar o saber a partir da nossa arte e dos nossos artistas. Conquistar a liberdade em todos os sentidos da existência. Proteger a nossa identidade nacional e as riquezas naturais do solo brasileiro.

Se os canais de televisão e suas redes conseguirem passar isso para os seus 100 milhões de espectadores, eles pressionarão o governo para providenciar essas urgentes reformas do estado brasileiro e assim, sem traumas, já teremos atravessado metade deste deserto.

Caso contrário, sem a nossa identidade preservada estaremos, pouco a pouco, mergulhando no mais profundo caos social e político.

Ai só resta à revolução individual e anárquica do salve-se se puder.

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