Enquanto meus dois marinheiros procuram por informações do senhor Demóstenes na pequena cidade costeira, eu preparo uma bebida a bordo. Mudei de roupa e me disfarcei novamente de mim mesmo.
Fiquei pensando, enquanto olhava a luz do amanhecer banhando as pequenas casinhas da orla, como é profundamente inadequado o teorema da vida quando ele é aplicado do ponto de vista do ser humano ou de ser ninguém na simbiose do planeta com o cosmo.
Um carro estaciona em uma rua tranqüila e arborizada, em frente de uma casa humilde mais muito bem cuidada. Mariana e Demóstenes saem do carro e chegam à casa de Gabriel.
Gabriel abre a porta.
- Oi mãe! Oi pai!Entram...
Mariana:
- Meu filho eu preciso que você fique com o seu pai alguns dias... Vou lhe confessar que não podemos mais esperar, temos muito pouco tempo... Está sendo muito difícil e eu preciso achar um lugar o mais rápido possível, se não ele morre... Vou fazer uma rápida viagem com Julio e lhe telefono assim que puder... Faz isso por sua mãe e pelo seu pai...
Gabriel:
- É claro! Você já avisou ao Marcos?
Mariana:
- Não, avisa você... Tenho que ir... Estão me esperando... Cuide bem dele... Um beijo meu filho...
Gabriel:
- Mãe! Quem é esse Julio?...
Mariana:
- Um novo amigo do seu pai, ele vai me ajudar a realizar o nosso sonho...
Mariana sai da casa e entra no carro que está lhe esperando com a porta aberta. Gabriel volta para o interior da sua casa e leva o seu pai para sentar em uma cadeira da sala.
Gabriel:
- Senta aqui Doutor Demóstenes!
Demóstenes:
- Sou uma criança e estou com fome!
Gabriel:
- Eu sei pai... Eu sei... Você vai ficar bem, eu te prometo!
Mariana olha para Julio e vai dizer alguma coisa quando é interrompida por Julio
Julio:
- Você sabe que seu marido foi meu professor?
Mariana:
- Professor de quê?
Julio:
- De piano.
Mariana:
- Ele sempre teve uma mente privilegiada. Não é a toa que foi o escolhido... Mas Julio, não vamos falar dele agora...
Julio:
- É claro! Vamos falar de você.
Mariana:
- Você tem alguma dúvida do que estamos fazendo é coisa do bem? Não se deve brincar com o desconhecido. Você não sabe onde estamos indo... Não sabe o que estamos fazendo... Mas vamos ter um caso?... Até onde eu posso confiar em você?
Julio:
- Não me venha com essa agora... Estamos juntos, não estamos? Você me procurou dizendo que precisava de mim e eu topei... Eu gosto do professor, ele foi o meu ídolo, fazia tudo por ele... Só que agora eu é que preciso de você. O jogo mudou – estamos no mesmo barco... Só isso já me basta!
Mariana:
- E é só isso!
Julio:
- Só isso? E todos esses dias que estamos juntos, 24 horas, não te dizem alguma coisa mais a meu respeito?
Mariana:
- Júlio, nós já conversamos sobre isso e eu te expliquei que estamos em uma missão secreta para o bem de Demóstenes que está morrendo...
Julio:
- Eu sei... Vamos cumprir o combinado. E com o que não foi combinado e está acontecendo, o que vamos fazer?...
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