Estava a caminho do meu encontro com Demóstenes quando sou surpreendido por um assalto a uma joalharia do balneário. Em seguida aconteceu o tiroteio entre o proprietário da loja e os dois bandidos. O proprietário leva um tiro fatal. A munição dos bandidos acaba. Os dois correm. A população enfurecida cerca e ataca os dois bandidos promovendo um linchamento. Cheguei à casa de Gabriel e toquei a campanhinha. Gabriel é que veio atender a porta. Eu disse para ele: - Sou o Dr. Zomadoni e vim ver o professor Demóstenes.
Gabriel:
- Pois não doutor. Sou Gabriel, filho do professor, vamos entrar.
Dei ordem para os dois marinheiros ficarem me esperando e entrei.
Marcos:
- Quem é o senhor?
Zomadoni:
- Sou médico e amigo do seu pai.
Marcos:
- Ele se deitou e não deu mais sinal de vida.
Gabriel:
- Não é nada disso doutor, ele só esta dormindo.
Zomadoni:
- Vamos vê-lo!
Entrei no quarto onde Demóstenes estava deitado. Tirei a sua pressão e tentei reanimá-lo. Quando fui tirar o seu capacete, Gabriel interveio:
- Meu pai pediu para que não mexesse no seu capacete!
Zomadoni:
- Preciso examinar a sua cabeça...
Marcos:
- Pode tirar doutor esse ridículo capacete...
Gabriel:
- Ninguém toca no capacete do meu pai...
Marcos:
- Gabriel, não seja ridículo!
Zomadoni:
- Sou médico e preciso examinar a cabeça do seu pai. Retiro o capacete, examino rapidamente e coloco o capacete novamente nele... Tudo certo?
Marcos:
- Por mim tudo bem.
Gabriel:
- Faça tudo o mais rápido possível e depois coloque o capacete no lugar.
Peguei com delicadeza o capacete da cabeça de Demóstenes e retirei do seu fundo, sem eles notarem, a moeda dourada ali guardada. Coloquei novamente o capacete no professor. Peguei no seu pulso e verifiquei que sua vida estava no fim.
Zomadoni:
- O seu pai está muito mal e eu aconselho aos dois levarem ele para um hospital. Se vocês quiserem eu providencio a ambulância.
Marcos:
- Não é preciso, o único hospital da cidade é de um grande amigo, vou telefonar para ele...
Zomadoni:
- Então estou indo...
Gabriel fica sentado na cama ao lado do pai. Só, quando a porta da entrada é fechada, é que ele nota que o médico havia ido embora.
Gabriel:
- Marcos! Cadê o Doutor com a sua boquinha de anjo?
Marcos:
- Boquinha de Anjo... Você acertou em cheio, o cara tinha um ar andrógino e uma roupa bastante bizarra...
Gabriel:
- Parecia um ser de outro planeta...
Gabriel coloca o seu ouvido na boca do pai e fica um tempo ali tentando ouvir alguma coisa. Com a mão na cabeça ele grita para Marcos:
- Você já chamou o médico? Da sua boca não sai nenhum ruído e o seu corpo esta gelado. Acho que o nosso pai morreu.
Marcos apressado aproxima-se da cama, pega no pulso de Demóstenes e sente que ele está vivo. A ambulância chega com as sirenes ligadas. Os enfermeiros entram apressados carregando a maca. Atrás vem o médico, o amigo de Marcos.
Vejo tudo de longe.Tenho pena de Demóstenes. Ele era uma rara figura humana. Pelo seu achado na África vai ganhar uma fortuna... Só não sei onde ele vai poder gastá-lo.
Demóstenes, mais jovem, está nu na sala onde tem um piano. Ele senta-se e toca uma música de Chopin. Mariana, também nua, chega perto dele e acaricia o seu pescoço, seu rosto, seu ombro, suas costas, suas pernas, e depois, agachada, engatinha para debaixo das pernas de Demóstenes e acaricia o seu desejo.
Julio acorda de sobressalto e quando vê ao seu lado Mariana, sorri, abraça Mariana que também acorda assustada com Julio lhe agarrando pela cintura.
Mariana:
- O que você quer Julio? Diga-me rápido: se o farol piscar três vezes, o que é que você vai fazer?
- Eu vou amar você!
Julio e Mariana fazem amor.
Julio diz alto e depois sussurra no ouvido dela, sem parar:
- Mariana o amor pode tudo, pode tudo, pode tudo... Eu te amo! Amo-te e te quero muito!
Mariana, não se entusiasma e nem sente prazer completo naquela relação. Ainda tem muitas dúvidas a respeito desse amor.
No hospital os filhos recebem a notícia da morte do pai.
Eu naveguei com o meu barco até a praia deserta onde havia marcado o encontro final com Demóstenes para recuperar a última moeda. Toda a negociação feita com antecedência pelo professor renderia uma mala de dinheiro que seria entregue para Mariana quando eu recuperasse a última moeda.
Mariana:
- Olhe! Silêncio! Eles estão chegando.
Mariana e Julio saem do carro e caminham até as luzes que se encontram a beira mar. Estou com os meus dois marinheiros. Eu passo para Mariana a mala com o dinheiro combinado. Julio me entrega o capacete. Mariana abre a mala e confere o dinheiro.
Os dois caminham pela praia em direção do carro. Eu os observo e grito bem alto: - Demóstenes! ... Julio e Mariana continuam caminhando sem olhar para trás. Os dois entram no carro. À noite esta muito escura. De repente, ali sentados, os dois olham para frente e ficam ofuscados com a forte luz que brilha como sol no pára-brisa do carro. Julio aciona a ignição e o carro não pega. A luz desaparece no mar. O sol nasce no horizonte. O carro pega no arranque e eles saem da praia em disparada entrando na estrada em direção contraria do nascer do sol.
Quando volta do enterro do Pai, Gabriel recebe em casa um cartão da sua mãe Mariana, remetido da cidade de Buenos Aires, com os seguintes dizeres: Gabriel, nós estamos vivos, voltamos em breve.
Epílogo
Escrevi este conto, dia a dia, parte a parte, sem revisão, nem correções, vejo agora que elas são necessárias. Assim vou fazer as revisões e publicarei, em seguida, ele na página do blog que eu chamo de Folhetim.
FIM
Gabriel:
- Pois não doutor. Sou Gabriel, filho do professor, vamos entrar.
Dei ordem para os dois marinheiros ficarem me esperando e entrei.
Marcos:
- Quem é o senhor?
Zomadoni:
- Sou médico e amigo do seu pai.
Marcos:
- Ele se deitou e não deu mais sinal de vida.
Gabriel:
- Não é nada disso doutor, ele só esta dormindo.
Zomadoni:
- Vamos vê-lo!
Entrei no quarto onde Demóstenes estava deitado. Tirei a sua pressão e tentei reanimá-lo. Quando fui tirar o seu capacete, Gabriel interveio:
- Meu pai pediu para que não mexesse no seu capacete!
Zomadoni:
- Preciso examinar a sua cabeça...
Marcos:
- Pode tirar doutor esse ridículo capacete...
Gabriel:
- Ninguém toca no capacete do meu pai...
Marcos:
- Gabriel, não seja ridículo!
Zomadoni:
- Sou médico e preciso examinar a cabeça do seu pai. Retiro o capacete, examino rapidamente e coloco o capacete novamente nele... Tudo certo?
Marcos:
- Por mim tudo bem.
Gabriel:
- Faça tudo o mais rápido possível e depois coloque o capacete no lugar.
Peguei com delicadeza o capacete da cabeça de Demóstenes e retirei do seu fundo, sem eles notarem, a moeda dourada ali guardada. Coloquei novamente o capacete no professor. Peguei no seu pulso e verifiquei que sua vida estava no fim.
Zomadoni:
- O seu pai está muito mal e eu aconselho aos dois levarem ele para um hospital. Se vocês quiserem eu providencio a ambulância.
Marcos:
- Não é preciso, o único hospital da cidade é de um grande amigo, vou telefonar para ele...
Zomadoni:
- Então estou indo...
Gabriel fica sentado na cama ao lado do pai. Só, quando a porta da entrada é fechada, é que ele nota que o médico havia ido embora.
Gabriel:
- Marcos! Cadê o Doutor com a sua boquinha de anjo?
Marcos:
- Boquinha de Anjo... Você acertou em cheio, o cara tinha um ar andrógino e uma roupa bastante bizarra...
Gabriel:
- Parecia um ser de outro planeta...
Gabriel coloca o seu ouvido na boca do pai e fica um tempo ali tentando ouvir alguma coisa. Com a mão na cabeça ele grita para Marcos:
- Você já chamou o médico? Da sua boca não sai nenhum ruído e o seu corpo esta gelado. Acho que o nosso pai morreu.
Marcos apressado aproxima-se da cama, pega no pulso de Demóstenes e sente que ele está vivo. A ambulância chega com as sirenes ligadas. Os enfermeiros entram apressados carregando a maca. Atrás vem o médico, o amigo de Marcos.
Vejo tudo de longe.Tenho pena de Demóstenes. Ele era uma rara figura humana. Pelo seu achado na África vai ganhar uma fortuna... Só não sei onde ele vai poder gastá-lo.
Demóstenes, mais jovem, está nu na sala onde tem um piano. Ele senta-se e toca uma música de Chopin. Mariana, também nua, chega perto dele e acaricia o seu pescoço, seu rosto, seu ombro, suas costas, suas pernas, e depois, agachada, engatinha para debaixo das pernas de Demóstenes e acaricia o seu desejo.
Julio acorda de sobressalto e quando vê ao seu lado Mariana, sorri, abraça Mariana que também acorda assustada com Julio lhe agarrando pela cintura.
Mariana:
- O que você quer Julio? Diga-me rápido: se o farol piscar três vezes, o que é que você vai fazer?
- Eu vou amar você!
Julio e Mariana fazem amor.
Julio diz alto e depois sussurra no ouvido dela, sem parar:
- Mariana o amor pode tudo, pode tudo, pode tudo... Eu te amo! Amo-te e te quero muito!
Mariana, não se entusiasma e nem sente prazer completo naquela relação. Ainda tem muitas dúvidas a respeito desse amor.
No hospital os filhos recebem a notícia da morte do pai.
Eu naveguei com o meu barco até a praia deserta onde havia marcado o encontro final com Demóstenes para recuperar a última moeda. Toda a negociação feita com antecedência pelo professor renderia uma mala de dinheiro que seria entregue para Mariana quando eu recuperasse a última moeda.
Mariana:
- Olhe! Silêncio! Eles estão chegando.
Mariana e Julio saem do carro e caminham até as luzes que se encontram a beira mar. Estou com os meus dois marinheiros. Eu passo para Mariana a mala com o dinheiro combinado. Julio me entrega o capacete. Mariana abre a mala e confere o dinheiro.
Os dois caminham pela praia em direção do carro. Eu os observo e grito bem alto: - Demóstenes! ... Julio e Mariana continuam caminhando sem olhar para trás. Os dois entram no carro. À noite esta muito escura. De repente, ali sentados, os dois olham para frente e ficam ofuscados com a forte luz que brilha como sol no pára-brisa do carro. Julio aciona a ignição e o carro não pega. A luz desaparece no mar. O sol nasce no horizonte. O carro pega no arranque e eles saem da praia em disparada entrando na estrada em direção contraria do nascer do sol.
Quando volta do enterro do Pai, Gabriel recebe em casa um cartão da sua mãe Mariana, remetido da cidade de Buenos Aires, com os seguintes dizeres: Gabriel, nós estamos vivos, voltamos em breve.
Epílogo
Escrevi este conto, dia a dia, parte a parte, sem revisão, nem correções, vejo agora que elas são necessárias. Assim vou fazer as revisões e publicarei, em seguida, ele na página do blog que eu chamo de Folhetim.
FIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário