Três elementos constituem, na história, as condições essenciais de todo desenvolvimento humano: o primeiro é a animalidade humana, que representa a economia social e privada. O segundo é o pensamento, que formaliza a ciência e a arte. O terceiro é a revolta, que dignifica a liberdade.
O verdadeiro artista já tem o pensamento fora deste mundo, mas nele vive, nele se alimenta, cresce e morre.
Como um cometa que se aproxima do sol, ele deixa um rastro em sua passagem, às vezes pequeno, outras vezes grande, mas todos são luminosos, pois são sinaleiros que indicam direções, evoluções, escrita para os poetas, delírio de poucos.
No turbilhão da vida os grandes artistas também se afastam e às vezes desaparecem no caos.
Saio de casa e vou até o bar da esquina. Subo e desço as escadas. Atravesso corredores e labirintos. Vejo ali o brasileiro na sua essência, dionisíaco, sambando solitário na sua alegria de estar vivo.
É preciso desenterrar e caminhar sobre o que está oculto no buraco negro das crises sociais.
A fome indigesta do capital está na busca febril do seu alimento, origem de todos os males, da ganância e da soberba.
Mexo com arte – to pobre; mexo com lixo – to rico; dou aula – to pobre; vendo petróleo – to rico; sou povo – to pobre; sou elite – to rico.
Rico e pobre. Assim caminha a humanidade.
Se o homem se abstivesse de roubar, no sentido geral da palavra, o resto todo é admissível na liberdade do existir. Mas como isso é possível? Se cortar a mão do ladrão ele rouba com os pés. Se cortar os pés ele rouba com os olhos. Se o cegar ele rouba com a boca. Se costurar a boca ele rouba a com a alma e com o coração.
O mundo seria bem melhor se acabasse com a estupidez capitalista de diferenciar os homens pelo seu poder financeiro ou seu status social O século vinte foi e será um século de adivinhadores Um século oculto. Um século de prosa Poético cósmico sorrateiro infiel Um século dada Um século isto Ismo e aquilo
Um século capital
Nem liberal Nem libertário
Ditatorial No geral formal
Um século de medo e de infâmia Um século literário e Cinematográfico Maldito e desafiador
Um século às vezes revolucionário
Principalmente na arte do saber
Um século experimental
Explode o indivíduo
Despedaça o homem
Retorna-se a gênese
Começa-se de novo
Descobre-se a verdade
Desnuda-se o amanhã
Um século de palavras
Um século de milhões
Um século cristão
Seremos lembrados
Queira você ou não
Vou roubar essa cena! Vou me encharcar no delírio digital de uma nova tecnologia. Vou compor um poema. Vou me perder no universo incomensurável dos vídeos do Youtube. Vou morar em roliude!
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