Publicado hoje no Jornal Folha de São Paulo o lançamento do primeiro cd da Banda Ava.
MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO
Filha de Glauber Rocha, Ava, 32, ainda não leu "A Primavera do Dragão", livro de Nelson Motta sobre a juventude do cineasta, instantes antes de ele se tornar a figura central do cinema novo.
"Mas eu disse ao Nelson que, mesmo tendo agora mais idade e menos talento do que meu pai naquele período, estou vivendo a minha primavera do dragão", ela diz.
A exposição começou.
Ava, que também é cineasta, mostrou há uma semana o primeiro longa, "Ardor Irresistível", na Semana dos Realizadores, mostra dedicada ao cinema independente.
Sete dias depois, lança "Diurno", o primeiro álbum da banda da qual é vocalista. Ava é o nome da cantora e é também o nome da banda.
"Eu não conseguia ser uma cantora sozinha", diz. "Os meninos foram determinantes na descoberta do conteúdo desse trabalho -e mesmo do meu exercício de cantora. Descobrimos juntos o que eu era. Minha voz foi só o elo." Os "meninos" a que ela se refere são Daniel Castanheira, Emiliano 7 e Nana Carneiro da Cunha -todos, como Ava, ligados ao cinema, à música feita para a imagem.
Daniel vem de arte sonora e é filósofo. Emiliano é editor de som, constrói trilhas. Nana é musicista de teatro experimental e, diz Ava, "toca violoncelo com rebeldia".
"A gente estava nessa sintonia de transar música de uma maneira muito livre."
Ela canta desde menina.
A voz grave carrega uma atmosfera dramática. É noturna, contrastando com o título do álbum. Lembra de longe os graves de Cássia Eller.
Aos 20, começou a compor, em parceria com o irmão Pedro Paulo Rocha, também cineasta. Mas foi Zé Celso Martinez Corrêa quem a levou a se assumir cantora, quando, em 2006, a convidou para cantar nos DVDs de "Os Sertões", do Teatro Oficina. Foi sua estreia oficial.
"O Zé foi tão veemente, e a figura dele é tão determinante, que me senti encorajada. Saí decidida a dar uma pausa na coisa do cinema e me dedicar à música."
Fez, com a banda, alguns shows, no Rio e em São Paulo, mostrando o repertório que resultaria em "Diurno". São temas compostos pela banda: sambas, bossa nova, peças instrumentais com sabor de trilha sonora, experimentalismo. Regravou Edu Lobo e Jards Macalé.
Ava diz se sentir inserida na geração que, hoje, faz a música do Brasil. "Mas meu compromisso estético não é estritamente musical."
É a música da imagem.
DE SÃO PAULO
Filha de Glauber Rocha, Ava, 32, ainda não leu "A Primavera do Dragão", livro de Nelson Motta sobre a juventude do cineasta, instantes antes de ele se tornar a figura central do cinema novo.
"Mas eu disse ao Nelson que, mesmo tendo agora mais idade e menos talento do que meu pai naquele período, estou vivendo a minha primavera do dragão", ela diz.
A exposição começou.
Ava, que também é cineasta, mostrou há uma semana o primeiro longa, "Ardor Irresistível", na Semana dos Realizadores, mostra dedicada ao cinema independente.
Sete dias depois, lança "Diurno", o primeiro álbum da banda da qual é vocalista. Ava é o nome da cantora e é também o nome da banda.
"Eu não conseguia ser uma cantora sozinha", diz. "Os meninos foram determinantes na descoberta do conteúdo desse trabalho -e mesmo do meu exercício de cantora. Descobrimos juntos o que eu era. Minha voz foi só o elo." Os "meninos" a que ela se refere são Daniel Castanheira, Emiliano 7 e Nana Carneiro da Cunha -todos, como Ava, ligados ao cinema, à música feita para a imagem.
Daniel vem de arte sonora e é filósofo. Emiliano é editor de som, constrói trilhas. Nana é musicista de teatro experimental e, diz Ava, "toca violoncelo com rebeldia".
"A gente estava nessa sintonia de transar música de uma maneira muito livre."
Ela canta desde menina.
A voz grave carrega uma atmosfera dramática. É noturna, contrastando com o título do álbum. Lembra de longe os graves de Cássia Eller.
Aos 20, começou a compor, em parceria com o irmão Pedro Paulo Rocha, também cineasta. Mas foi Zé Celso Martinez Corrêa quem a levou a se assumir cantora, quando, em 2006, a convidou para cantar nos DVDs de "Os Sertões", do Teatro Oficina. Foi sua estreia oficial.
"O Zé foi tão veemente, e a figura dele é tão determinante, que me senti encorajada. Saí decidida a dar uma pausa na coisa do cinema e me dedicar à música."
Fez, com a banda, alguns shows, no Rio e em São Paulo, mostrando o repertório que resultaria em "Diurno". São temas compostos pela banda: sambas, bossa nova, peças instrumentais com sabor de trilha sonora, experimentalismo. Regravou Edu Lobo e Jards Macalé.
Ava diz se sentir inserida na geração que, hoje, faz a música do Brasil. "Mas meu compromisso estético não é estritamente musical."
É a música da imagem.
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