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domingo, 27 de novembro de 2011

Cineasta das Multidões

Oscar Maron e sua filha Teresa
Acordei hoje com a triste notícia da morte de um grande amigo cineasta, jornalista, escritor, editor, professor e mestre do Iching, meleagro carioca, amante do futebol, flamenguista apaixonado, “meu querido”, Oscar Maron, um amigo que vai nos deixar com muita saudade e muitas lembranças de bons momentos vividos.
Um artista singular, alegre e gozador como poucos, espirituoso e bom observador, tinha a alma popular e comunicativa, embora de política, de falsidades ideológicas, nada sabia, pois a ele só interessava o que estava dentro do homem ainda guardado e não o que ele representava e interessava em ser.
Um homem sincero desprovido de vaidades terrenas. Conhecedor profundo dos cultos afro-brasileiros, de Confúcio e dos mistérios orientais. Babalorixá no candomblé, xangô respeitado por muitos na umbanda, era um chefe espiritual da minha descrença quando nos encontrávamos, mostrava-se protetor de quem estava perto.
Quando o conheci era um jovem bonito que estava casado com a atriz Maria Gladys e que lhe deu uma filha, Maria Teresa, hoje também atriz.
Fiz com ele, como fotógrafo, dois filmes: um sobre o cineasta Carlos Manga e a Atlântida e outro sobre o escritor Mario Filho, filme que o levou ao Festival de Cinema na Índia, na cidade de Goa, terra oriental que fala a nossa língua e que havia lhe convidado para exibir o seu filme sobre um dos maiores cronistas esportivos do futebol brasileiro, proporcionando-lhe, no final de sua vida, viajar a um país onde se concentra a gênese religiosa do nosso planeta, um lugar estudado e de estudos ocultos, cultuado e místico, que ele sempre quis conhecer e estudar.
Sim, foi ali escolhido pelos seus deuses o lugar feliz aonde ele deixaria o seu corpo sofrido, agora inerte, sem dor, para navegar em espírito de luz, pelo saber daquilo que ele acreditava com uma fé inquebrantável, a imortalidade da sua alma.

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