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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Companheiros é preciso avançar...

"Posso ser o ogro de muitos, mas guru, na certa, eu não sou de ninguém, muito menos na terra onde nasci"

“Os tempos mudam e os espaços não podem ser os mesmos”

Como fundador do PDT, conheci Brizola e sei muito bem como ele prezava os companheiros que lhe fossem fiéis. Esse foi o caso do mineiro Jose Maria Rabello, sócio de Miguel Arrais em uma livraria em Paris, que abandonou a sociedade para seguir com Brizola na fundação de um novo partido com o seu retorno ao Brasil. Mesmo levando o PDT de Minas aos maiores absurdos, brigando inclusive com o mineiro Darcy Ribeiro e sendo um dos responsáveis pela derrota na sua campanha a presidência, Brizola nunca abandonou o amigo fiel. O caso do Ministro Lupi, atual presidente e herdeiro do PDT, se assemelha ao do companheiro mineiro. Lupi, cão fiel do governador, sempre ao seu lado, foi conduzido à presidência do partido logo após a morte do grande político gaúcho. Sempre fui contra ao seu nome e achava que o partido tinha que se renovar. O que o Lupi tinha de fidelidade ao seu líder maior, tem de infidelidade ao saber e ao intelecto político. Ontem depois de atacar o PT com todas as palavras do seu dicionário, hoje é Ministro do governo petista. Lupi não deveria ter sido e muito menos ter permanecido como presidente da sigla trabalhista. Como Ministro do Trabalho tudo bem. Não acredito que ele seja responsável pelas falcatruas da sua pasta denunciadas pela revista Veja, mas é que ele sempre está muito mal cercado e como não consegue enxergar um palmo a sua frente, joga o partido neste mar de lama que ainda pode sujar muita gente, deixando a nossa sigla histórica manchada, permitindo ainda mais o seu enfraquecimento aos olhos dos eleitores. Digo com certeza que e se nada mudar, se o partido não se transformar e assim permanecer refém do poder, do capital e da capital, cresce no seu interior, como um câncer, a chama do vendilhão, dos interesses clientelistas, do aluguel de legenda, do oportunismo eleitoreiro e consequentemente do seu aniquilamento político. Chegou à hora de substituir Lupi na presidência do partido por um político mais ágil, mais moderno, que traga com o seu nome, sua inteligência e o seu caráter, a marca indelével dos homens públicos que não se deixaram levar pela vaidade e deslumbramento do poder. Se a presidenta abrir os olhos o Lupi pode e deve continuar Ministro, pois não vai ser a revista Veja que vai traçar a forma de conduta moral e política do governo do PT. O PDT, com garra e resistência precisa renovar o seu caminho de lutas políticas e ideológicas em direção das reformas do estado brasileiro, avançando na construção do socialismo moreno, das escolas integrais, das universidades livres, da saúde de qualidade para todos e da defesa intransigente da nossa identidade cultural que no meu entender penso que só um jovem como o deputado Brizola Neto ou o Senador Cristóvão Buarque ou mesmo o deputado Miro Teixeira, entre outros bons nomes que permanecem no partido, podem traçar novos rumos ao avanço nas causas trabalhistas e sociais tão apregoadas por Brizola, Darcy, Jango e Getúlio.

Nota de repúdio: Vi e vivi hoje na tevê cenas do avanço da polícia militar contra os estudantes da USP que me lembrou o meu tempo de estudante em 1968 quando tivemos as universidades invadidas e todos ficávamos deitados no chão sofrendo todos os tipos de humilhação e violência. As cenas eram exatamente as mesmas vividas por mim 43 anos atrás. Este é o governo do PSDB de São Paulo.

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