Estupores
Sergio Santeiro
Sergio Santeiro
Ela não gosta que eu me deite sem banho tomado na cama
Imagina cheirando a cerveja
Vi as botas no cavalo branco
O horizonte é uma linha virtual
De costas a bicha tinha uma anca de vaca
Deixou-me a mim e às contas
A minha gata acha que é gente
O problema não é a burrice é a presunção
O de baixo no de cima
Os bombardeios da vida nos empurram para as barricadas
Ficas roçando meus olhos e não queres nem que eu pisque
Não mordo só lambo
A tua dissonância atrapalha o meu acorde
Prefiro jogar damas nas praças
Beber não é a solução é só um caminho
Que venham as drogas e as cachaças eu as rebaterei na soleira da minha porta
Não se deve beber em casa
A casa é o repouso do guerreiro no remanso do lar
A vida se complica
A perfeição é tu gozares com o meu gôzo
É tu jorrares com o meu jôrro
E faça como eu engole tudo
O maior palavrão brasileiro é inconstitucionalìssimamente
Quando começa a curva não se sabe como acaba
O que há de mais súbito é o tombo
Mais um é mais um
Não se deve dar mole pra piranha
Só dou se casar
Essas meninas deviam vir mamar aqui no velho
Elas me escapam
Vou acabar comendo a minha gata
Tenho menos telefones do que gostaria
Subirei sorridente o cadafalso se me condenares
Pedaços também satisfazem
Não lhe quero tirar nada, ao contrário
Pareces a chama de uma vela
Eu quero virar você pelo avesso
Bacalhau não combina com lentilhas
Não se esqueça de me esquecer
A minha já era a tua que se cuide
Um convite teu ninguém recusaria
Mesmo sem gostar podia dar
Apertem os cintos o mundo vai decolar
Vamos nos mergulhar
A vida é surpresa
Metade de mim discorda de metade de mim
Formas são fluidas não são fôrmas
Ver sem tocar é ruim tocar sem ver é sublime
Compulsivo sim compulsório não
Que tanto falas ninguém te perguntou nada
(santeiro@vm.uff.br).
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