Quarto Movimento
O barco de Henri navega nas águas azuis do atlântico. Henri está tomando um vinho com Iracema sentada em uma mesa a bombordo.
Henri:
O barco de Henri navega nas águas azuis do atlântico. Henri está tomando um vinho com Iracema sentada em uma mesa a bombordo.
Henri:
- Não é necessário sair de casa quando viajamos em um barco deste.
(Iracema vai se levantar)
- Por favor, não se levante! Permaneça em sua mesa e ouça. Não apenas ouça, mas espere. Não apenas espere, mas fique sozinha em silêncio. Então o mundo se apresentará desmascarado. Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés. O mar abre-nos o caminho é só traçar a rota, uma meta e podemos ser feliz.
Iracema:
Iracema:
- Existe uma meta, mas não há um só caminho; o que você chama de caminho não passa de hesitação e de subversão da verdade. A minha rota perdeu o norte.
Henri:
Henri:
- Para nós... Perdoa-me! Para você, com sua beleza, tudo é possível... Eu só poderia encontrar a felicidade se conseguisse me fazer entrar no verdadeiro, no puro, no imutável mundo dos amantes, onde se pode ouvir o canto das sereias e navegar guiado pelas estrelas e pelo suave perfume do seu corpo.
Iracema:
Iracema:
- As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto... É o seu silêncio.
Henri:
Henri:
- Pensando assim a vida não faz nenhum sentido... Estou enamorado de você, uma paixão desenfreada explode no meu peito, a vida existe e não quero perdê-la.
Iracema:
Iracema:
- O sentido da vida é que ela acaba.
Henri:
Henri:
- Quando te vi me pareceu que você era uma menina decidida, alegre, romântica, pra quem a vida nunca finda... Uma festa que nunca termina. Um mundo sem fim... Ao meu lado podemos vencer a morte, ter uma nova vida, achar a felicidade. Pense nisso!
Iracema:
Iracema:
-Todas as festas se evaporam, deixando para trás apenas a lama de um novo romance de horror. Não tenho nenhuma das qualidades necessárias para vencer a vida. Para mim a história dos homens é um instante entre dois passos de um comediante. Olha Henri! Eu nem possuo o livre arbítrio da escolha. A minha amargura, a minha vida é, com freqüência, só o petrificado assoreamento de uma menina, nada mais que isso.
Henri:
Henri:
- A menina que é dotada de inteligência e também do livre arbítrio pode escolher o caminho que quiser para se desvencilhar deste encosto. Você era livre quando quis esta vida; agora não pode evidentemente rescindi-la, pois ela não é o que a queria outrora. Mas você é livre pelo fato de poder escolher o caminho a seguir e a maneira de percorrê-lo e é livre pelo fato de na qualidade daquele que vier a ser o novo dia, ter a vontade de se deixar ir, custe o que custar, através da vida.
Iracema:
Iracema:
- Belas palavras, mas esse caminho não vence o medo. Não há lugar no mundo para um arbítrio justo, quer seja livre ou servo, você não acha?
Henri:
Henri:
- A fraqueza fundamental do homem não é nada que ele não possa vencer. A juventude vence tudo, a impostura, a astúcia mais dissimulada, mas não há ninguém que possa deter o velho mal da história e assim, sem cessar vencido, o medo nunca é aniquilado, vai para sempre existir.
Iracema:
Iracema:
- Tenho medo! Os homens tornam-se maus e culpados porque falam e agem sem antever os resultados de suas palavras e atos... Eu gostaria de retornar para a terra Henri...
Henri:
Henri:
- Para a terra Iracema? Mas não íamos a Ilha do Farol?
Iracema:
Iracema:
- Não, Henri! Sinto que alguma coisa de muito ruim pode acontecer se não voltarmos agora para o continente.
Henri:
Henri:
- Novamente o medo... Iracema, nós já estamos na metade do caminho e o Farol é muito lindo, passamos a noite lá... Não deixe o medo comandar a sua vida.
O barco faz o retorno no mar azul.
Movimento de Passagem
O barco faz o retorno no mar azul.
Movimento de Passagem
Cinema mudo (trilha sonora)
As marolas do mar se misturam, na contraluz do sol, mais as luzes e os flashes do massacre dos mascarados. A saída desesperada do barracão. O encontro depois do massacre e a crise de consciência do grupo com o retirar das máscaras. Sérgio passa então a liderar os desesperados justiceiros e fala (com gestos) ao grupo de sua fortuna roubada durante anos de corrupção e que toda ela estava escondida em uma pequena cidade costeira. Convida a todos para segui-lo até a cidadezinha. No caminho propõe então a formação de um grupo unido para qualquer tipo de acontecimento. Sérgio mostra a todos o seu plano de dominação...
As marolas do mar se misturam, na contraluz do sol, mais as luzes e os flashes do massacre dos mascarados. A saída desesperada do barracão. O encontro depois do massacre e a crise de consciência do grupo com o retirar das máscaras. Sérgio passa então a liderar os desesperados justiceiros e fala (com gestos) ao grupo de sua fortuna roubada durante anos de corrupção e que toda ela estava escondida em uma pequena cidade costeira. Convida a todos para segui-lo até a cidadezinha. No caminho propõe então a formação de um grupo unido para qualquer tipo de acontecimento. Sérgio mostra a todos o seu plano de dominação...
Nenhum comentário:
Postar um comentário