A REVOLUÇÃO PERMANENTE
Leon Trotsky
Edições Antídoto – Lisboa – Portugal – 1977
Tradução do francês por A. Castro
Quando eu era adolescente e comecei a pensar que podíamos mudar o mundo, descobri que naquela época a maioria de nós, jovens filhos da burguesia que estudavam em colégios públicos – eram os melhores, tínhamos a tendência, a necessidade, de fazer algo, alguma ação, para apressar o sistema, o governo, a nacionalizar toda a economia do nosso país a cada dia mais massacrado pelos interesses mesquinhos e reacionários da política imperialista made USA.
Leon Trotsky
Edições Antídoto – Lisboa – Portugal – 1977
Tradução do francês por A. Castro
Quando eu era adolescente e comecei a pensar que podíamos mudar o mundo, descobri que naquela época a maioria de nós, jovens filhos da burguesia que estudavam em colégios públicos – eram os melhores, tínhamos a tendência, a necessidade, de fazer algo, alguma ação, para apressar o sistema, o governo, a nacionalizar toda a economia do nosso país a cada dia mais massacrado pelos interesses mesquinhos e reacionários da política imperialista made USA.
Que o governo trabalhista do presidente Jango começava a combater com as reformas de base e a necessária estatização de algumas empresas estrangeiras, o regime do colonizador, não havia dúvidas.
Havia sim uma rebeldia latente naquela nova geração.
Alimentávamos a necessidade de conhecer e saber sobre as experiências históricas de transformação e sobre e uma nova maneira de viver e de ver o mundo e essa fome de lucidez levou-nos a conhecer e a freqüentar rodas boemias de intelectuais e líderes estudantis da cidade, onde se discutia horas, noites a fio, em um tempo sem fim, as histórias dos movimentos políticos de libertação popular. Já existiam tendências e preferências por um ou por outro líder revolucionário: Che Guevara, Fidel e a revolução cubana de 1958, eram o mote das intermináveis conversas. A União Soviética e a China de Mao eram à base da segurança e da possibilidade de internacionalização do socialismo.
Um só sentimento nos unia quando o golpe militar de 1964 matou os nossos sonhos românticos. Era agora, mais do que nunca, preciso fazer a revolução no terceiro mundo a qualquer preço.
Líamos todos os livros que chegavam as escondidas em nossas mãos. Uma polêmica interminável entre os mais velhos militantes era qual foram os motivos que levaram Stálin a expulsar do país, e depois mandar assassinar Trotsky e toda a sua família no exílio do México.
Como isso podia ter acontecido? Com este insano ato punha-se em jogo todo o destino dos movimentos socialistas pelo mundo. Stálin era um doente egocêntrico, ou um déspota feroz assassino?
Era um assunto complexo e confesso que não conseguia entender mais profundamente o que havia passado. Não conseguia encontrar nenhum livro que me desse às respostas que a minha devoção pela justiça pedia. Só quando surgiu o filme de Joseph Losey “O Assassinato de Trostsky”, é que eu comecei a entender o que havia de fato acontecido com o genial pensador socialista.
Em 1977 consegui comprar o livro que eu mais procurava. Livro fundamental para compreender o pensamento deste homem de luta, deste intelectual amigo de Breton, deste guerreiro que havia juntamente com Lenine feito a revolução russa de 1917 e que deveria substituí-lo.
Livro que teorizava sobre as contradições do estado socialista e da necessidade de por em prática nas bases populares, entre o proletariado e o campesinato a sua revolução permanente.
Acabei de relê-lo e digo a todos vocês que ainda vale à pena compartilhar o meu pensamento com esse grande homem que foi Leon Trotsky.
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