BAMBUBRASIL
Perdoe-me a
aflição, somente a aflição. Ver uma parcela significativa da sociedade clamar
pela volta dos militares e querer Aécio como presidente é desolador. Ver gente
inteligente, culta e honesta defender a tese do menos pior é decepcionante,
gera sentimento de incapacidade, falta de perspectiva.
É emblemático o atraso e a
incompetência de todos os partidos existentes no Brasil. Não conseguem ler o
potencial da nação, tampouco elaborar propostas que possibilitem o viver dignamente.
Nenhum para se engajar.
O governo do
PT é a promessa que não se cumpriu. Não teve a força necessária. Igualou-se aos
tiranos. O Brasil não merece ter que administrar, para além das privatizações
do cotidiano, as consequências de uma agitação política tão estéril.
Os programas sociais
propalados são rasos, propositalmente limitados e limitadores, não conseguem
disfarçar a usura eleitoral nem mascarar a dependência. São formatados para
servir à indústria do consumo.
Como pode haver justiça
social se todas as ações estão atreladas ao capitalismo, que só faz destruir,
corromper e aprisionar? Toda vez que ouço a presidenta ou seus ministros
falarem de crescimento econômico, estremeço.
Respeito os estudos sobre a
história e a convicção dos que lutam pela via política, mas digo que estão
perdendo tempo com isso, que no Brasil, chamam democracia e partidos políticos.
Isso é uma roda condenada a despedaçar por apodrecimento. Saia dela.
Prefiro dirigir energia em
construções que geram autonomia em relação ao Estado ou ao que quer que seja. A
natureza e o povo oferecem condições. A política e as instituições Brasileiras
não.
É preciso extinguir o
salário mínimo e proporcionar o salário justo. Dar um basta nessa polícia
assassina. Ecologizar os meios de produção. Obter saúde com alimentos saudáveis,
não com transgênicos e hospitais. Garantir o direito de ir e vir com transporte
coletivo decente, não com a venda de carros.
Priorizar, dar atenção e
viabilidade para as tecnologias substitutivas como o bambu, sanitários secos,
arquitetura de terra, alimentos orgânicos, produtos artesanais, fitoterápicos,
reciclados e fazer de cada espaço público uma sala de aula.
Insistir no caminho onde os
vermes proliferam e fechar os olhos para a criação de novas vias, seguir sem
desobedecer, sem se envolver, sem amar, sem fazer arte, sem restaurar, sem
enfrentar, sem reinventar, sem tentar é bater prego nas tábuas da ignorância e
tingir com o sangue dos humildes esse cenário antigo e desmoronado que é a
realidade Brasileira.
Lúcio Ventania
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